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A pele dos nossos animais domésticos não tem as mesmas caracterÃsticas que a pele dos seres humanos. Ela não é histologicamente igual nas diferentes espécies animais. Muito do que se sabe sobre a morfologia da pele humana não pode ser aplicado para cães e gatos. Dessa forma, o conhecimento dos aspectos histológicos básicos da pele nas diferentes espécies se faz necessário para todo profissional que pretende formular para estes seres. Além disso, o reconhecimento das principais semelhanças e diferenças estruturais da pele em diferentes regiões do corpo desses animais é fundamental para o exercÃcio da boa formulação para pele e pelos dos nossos pets.
Cães e gatos possuem folÃculos pilosos compostos, formados por vários folÃculos pilosos primários e secundários. Pelos primários emergem em poros separados, ao contrário dos pelos secundários, que emergem em poros comuns.
Em média, há de 5 a 20 pelos secundários para cada pelo primário em cães e gatos. Esses pelos secundários rodeiam os primários. Alguns folÃculos pilosos compostos possuem de dois a cinco pelos primários com um grande pelo primário central.
Em carnÃvoros, excetuando-se seus filhotes, há sempre múltiplas hastes foliculares na altura do infundÃbulo. Isso difere dos folÃculos pilosos da maioria dos herbÃvoros e onÃvoros, nos quais há apenas uma haste folicular no interior do infundÃbulo. Os folÃculos primários possuem uma glândula sudorÃpara apócrina, uma glândula sebácea e um músculo eretor do pelo; os folÃculos secundários podem possuir apenas glândula sebácea.
Nos humanos, encontramos aproximadamente 5 milhões de folÃculos espalhados por todo o corpo, à exceção das plantas e palmas, pequenos lábios vaginais, glande peniana e região sub-ungueal. Nos cães e gatos, os folÃculos pilosos estão distribuÃdos por quase toda a pele, menos nos coxins e no plano nasal, a quantidade e o tamanho desses folÃculos são muito variáveis. FolÃculos pilosos maiores, por exemplo, são vistos na face e na extremidade distal dos membros.
Os pelos possuem três regiões distintas: a cutÃcula, o córtex e a medula. A cutÃcula é uma monocamada de células ceratinizadas e anucleadas que se interdigitaliza com a cutÃcula da bainha radicular interna.
O córtex é formado por várias camadas de células fusiformes e ceratinizadas que contêm ceratina dura. A medula é formada por fileiras de células cuboides ou células achatadas, que, de acordo com a região, podem estar separadas por variável quantidade de ar.
A medula dos pelos secundários é mais estreita que a dos pelos primários, e sua cutÃcula é mais saliente. A cor do pelo é dada principalmente pela quantidade e distribuição dos diferentes tipos de melanina no córtex.
Nos humanos, chamamos de pelos especializados aqueles encontrados em regiões periorificiais, como os cÃlios, por exemplo. Nos animais, são encontrados dois tipos especializados de pelos táteis na pele dos mamÃferos: os pelos sinusais e os pelos tilotrÃquios. Ambos servem como tÃpicos órgãos de toque. Os folÃculos sinusais, dos quais emergem os pelos sinusais, são encontrados no focinho, nos lábios, nas pálpebras e na região cárpica. Nessa última região, os pelos sinusais são vistos como pequenos tufos de cinco ou seis pelos rÃgidos.
Com relação à s partes importantes do pelo, do ponto de vista de produtos, a que mais nos interessa é a cutÃcula. Sabemos que penteabilidade e brilho são atributos de uma cutÃcula Ãntegra. O brilho é dado pela quantidade de luz refletida. CutÃculas alteradas não refletem adequadamente a luz, o que nos leva a necessitar de produtos que façam essa correção.
Assim como nos humanos, os pelos dos animais têm uma função de proteção e de ampliação da dimensão corporal, devendo, portanto, ser assim avaliados na hora dos cuidados que vamos ter com eles. O hábito de raspar os pelos, do ponto de vista cientÃfico, é muito ruim, pois estamos tirando essas funções deles. Aparar os pelos eventualmente e usar produtos que amaciem ou deem mais brilho a eles pode e deve ser um hábito saudável.
Como falei anteriormente, a pele dos animais, apesar das semelhanças com a dos humanos, tem caracterÃsticas próprias, que devem ser levadas em consideração na hora da formulação.
PrincÃpios ativos usados em produtos para humanos podem sim ser utilizados em produtos para uso animal, mas suas concentrações certamente serão distintas, e aà cabe uma máxima da medicina na qual se diz que você pode tratar um adulto como uma criança, mas nunca deve tratar uma criança como adulto! Isso vale também quando falamos de animais de estimação, em relação a sua pele e seus pelos. O ideal é que, sempre que houver alguma dúvida, o profissional consulte um veterinário especialista no assunto para esclarecer o que será melhor para nossos amiguinhos!
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Gostei muito deste artigo. Tirei a formação em estética canina e procuro saber mais como tratar os pelos dos animais. Gostaria de saber ver quando a pelagem dos animais está a precisar deste ou daquele produto, que tipo de hidratante ou vitalizante aplicar, etc. É possivel informarem-me de alguma bibliografia sobre esta matéria? Obrigada. Cumprimentos. Adelaide Bota
por Adelaide Bota 17/01/2021 - 12:28