Vaidade com H

Edicao Atual - Vaidade com H

Editorial

A sustentabilidade ambiental a cada dia vem ganhando mais destaques por meio de iniciativas e ações no mundo todo. No início, as iniciativas bem conhecidas visavam a proteção de reservas florestais e de faunas nativas, principalmente daquelas na iminência de extinção.

O uso racional da água e a economia de energia elétrica recentemente tiveram o seu dia (a energia, sua noite, pois foi apagada a iluminação dos principais monumentos de todo o mundo).

A indústria de cosméticos não poderia deixar de dar sua contribuição para esses movimentos. Se um dos objetivos dos cosméticos é proteger e despertar no usuário a sensação de bem-estar, então é obrigação dessa indústria saber como proporcionar esses benefícios com o menor impacto ambiental. Tem de ater-se à origem de suas matérias-primas, avaliando o custo social e o ambiental de suas aquisições, às implicações na fabricação e no uso de seus produtos, e ao cuidado com os descartes, dentre outros aspectos. Vânia Leite, no editorial do "ABC News" desta edição, liga esse tema aos testes alternativos, que podem evitar, com seu uso, o sacrifício de um sem número de animais. A Abihpec prossegue nessa linha, ao anunciar seu programa de reciclagem de embalagens.

Essas são algumas das ações já implementadas pelo setor de HPPC, entretanto, se ainda não são suficientes para a perfeita compensação dos danos ao meio ambiente, pelo menos são iniciativas efetivas, que, sem dúvida, contribuem para o "bem estar bem" como é preconizado pelo slogan da Natura.

Esta Cosmetics & Toiletries (Brasil) apresenta produtos masculinos como matéria de capa. Esse segmento já representa quase US$ 30 bilhões em todo mundo, segundo o Euromonitor, cresce 10% ao ano no Brasil, segundo a Abihpec, e vai muito além de cremes de barbear e desodorantes. Vale a pena conferir.

Os artigos tratam dos benefícios da vitamina D para a pele, do uso de antioxidantes para atenuar efeitos do envelhecimento cutâneo, da correlação entre a síntese de colágeno e a elasticidade da pele, e de um método para determinar o metoxicinamato de etilexila em protetores solares, utilizando espectrofotometria UV-Vis.

O destaque da seção "Persona" é Carlos Alberto Trevisan, engenheiro "bom de bola" que trabalhou na Colgate-Palmolive, na Max Factor e no O Boticário, entre outras empresas, e, por dois mandatos, foi presidente da ABC.

Boa leitura,
Hamilton dos Santos
Editor

Determinação de Metoxicinamato de Etilexila por Espectrofotometria UV-VIS - Diogo Heleno Campos Farmax Produtos Farmacêuticos e Cosméticos, Divinópolis MG, Brasil Cleiton Antônio Nunes, Lucas Fernandes do Carmo Químicos, Divinópolis MG, Brasil

Este artigo aborda o desenvolvimento e a validação de um método para a determinação de metoxicinamato de etilexila em óleos bronzeadores por espectrofotometria UV-Vis. Os parâmetros utilizados para a validação mostraram o bom funcionamento da metodologia proposta, antevendo seu potencial para uso em laboratórios de controle de qualidade.

Este articulo aborda el desarrollo y la validación de un método para la determinación de metoxicinamato de etilhexilo en aceites bronceadores por espectrofotometría UV-Vis. Los parámetros utilizados para la validación mostraron un buen funcionamiento de la metodología propuesta, dándole potencial para ser utilizada en laboratorios de control de calidad.

The development and validation of analytical methodology for determination of ethylhexyl methoxycinnamate content in suntan oils by UV-Vis spectrophotometry is presented. The validation parameters indicated a good performance for the proposed methodology, which it presented potential to be used in quality control laboratories.

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Antioxidantes na Prevenção do Envelhecimento Cutâneo - L. Rigano, F. Distante ISPE - Institute of Skin and Product Evaluation, Milão, Itália

Há grande número de estudos dedicados aos mecanismos de ação dos radicais livres e à possibilidade prática de sua inibição. Neste artigo, o autor avalia as moléculas desenvolvidas pela indústria, que integram o sistema de defesa da pele quando esta é submetida a constante estresse ambiental e a fenômenos de alteração biológica, próprios do envelhecimento

Hay muchos estudios dedicados a los mecanismos de acción de los radicales libres y la posibilidad práctica de su inhibición. En este artículo el autor evalúa las moléculas desarrolladas por la industria que integran el sistema de defensa de la piel bajo la presión constante de los cambios ambientales y fenómenos biológicos, intrínsecos al envejecimiento

There are many studies devoted to the mechanisms of action of free radicals and the practical possibility of their inhibition. In this article the author evaluates the molecules developed by the industry that integrate the defense system of the skin under the constant stress of environmental change and biological phenomena, intrinsic to aging.

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Síntese de Colágeno e Elasticidade da Pele - Daniela Brotto Lopes Terci, Viviane C. Albarici, Maria F. Camargo, Adriano S. Pinheiro, Douglas Terci, Kosmoscience Ciência e Tecnologia Cosmética Ltda., Valinhos SP, Brasil Valeria Longo, Elson Longo, Univ.Federal de São Carlos, SP.

Este artigo se reporta ao estudo de correlação entre a síntese de colágeno e a elasticidade da pele, utilizando-se as técnicas de espectroscopia de fluorescência e cutometria. Os resultados indicaram aumento significativo da síntese de colágeno e da elasticidade da pele (P < 0,05, teste t-Student, com IC 95%) após tratamento com produtos cosméticos avaliados

Este artículo relata el estudio de la correlación entre la síntesis de colágeno y la elasticidad de la piel, utilizando las técnicas de espectroscopia de fluorescencia y cutometria. Los resultados indican un aumento significativo en la síntesis de colágeno y la elasticidad de la piel (P <0,05, prueba t de Student, con un IC 95%) después del tratamiento con productos cosméticos evaluados

This article reports the study of correlation between the synthesis of collagen in skin elasticity, using the techniques of fluorescence spectroscopy and cutometria. The results indicated a significant increase in collagen synthesis and skin elasticity (P <0.05, Student t test, with confidence interval 95%) after treatment with cosmetic products evaluated

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Metabolismo da Vitamina D na Pele: Aplicações em Skin Care - Françoise Arnold MMP Sarl, Issy-les-Moulineaux, França Michel Mercier e My Trinh Luu MMP Inc. South Plainfield, NJ, Estados Unidos

A pele é dotada de caminhos metabólicos e receptores inatos para protegê-la contra ataques externos. Neste artigo, descrevemos um componente protetor, o 7-de-hidrocolesterol ou pró-vitamina D, presente naturalmente na pele, que age como precursor de metabólitos ativos que influem na formação e na conservação da função de barreira, na ativação de peptídeos antimicrobianos, nas atividades fotoprotetoras e na proteção contra o envelhecimento

La piel posee innatamente vías metabólicas y de receptores para la protección contra las agresiones externas. Aquí, uno de los componentes de protección, 7-D de-hidrocolesterol o provitamina A, presente naturalmente en la piel, se describe, que sirve como precursor de metabolitos activos que influyen en la formación y mantenimiento de la función de barrera, la activación de los péptidos antimicrobianos, las actividades de fotoprotectores, y la protección contra el envejecimiento

The skin innately possesses metabolic pathways and receptors to protect against external assaults. Here, one protective component, 7-dehydrocholesterol or provitamin D, naturally present in the skin, is described, which serves as the precursor for active metabolites that influence the formation and maintenance of barrier function, the activation of antimicrobial peptides, photoprotective activities, and protection against senescence.

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Emoliência e Emolientes - Hamilton dos Santos Editor de Cosmetics & Toiletries (Brasil), São Paulo SP, Brasil

Neste artigo de revisão, o autor descreve a função, o mecanismo de ação e os tipos de ingredientes utilizados como emolientes nas formulações de cosméticos. O artigo é completado com uma lista de matérias-primas comerciais disponíveis para o formulador

En este artículo de revisión, el autor describe la función, el mecanismo de acción y los tipos de ingredientes utilizados como emolientes en formulaciones cosméticas. El artículo se complementa con una lista de materiales comercialmente disponibles para el formulador

This review article, the author describes the function, the mechanism of action and the types of ingredients used as emollients in cosmetic formulations. The article is supplemented with a list of materials commercially available for the formulator.

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Gestão em P&D por Wallace Magalhães

Como dispor da informação

Ter todas as informações necessárias à mão, tanto para começar como para finalizar um projeto de desenvolvimento de formulações, vive no melhor dos mundos. Isto ocorre porque, apesar de muita gente ainda achar que são as amostras, na realidade, são as informações que formam a base dos trabalhos do P&D. Logo surge a pergunta: como ter informações disponíveis e automáticas? É inevitável. Você terá de usar recursos da informática (que é formada pela junção das palavras “informação” e “automática”). Além de ter um bom equipamento (hardware), você deverá utilizar bons aplicativos (softwares), e pode ter certeza que esta escolha irá influenciar diretamente no nível de competência e agilidade do P&D.

Editores de texto x planilhas eletrônicas x softwares específicos

Os editores de texto formam quase que naturalmente a primeira opção dos técnicos para “informatizar” o setor. Em muitos casos o processo se resume em criar formulários que serão impressos e receberão anotações e registros feitos manualmente, e em seguida arquivados. Isto, na realidade, não pode ser chamado de informatização, já que o documento com as informações permanecerá em padrão físico, e apresentará todas as limitações do registro em papel. Em outros casos os dados colhidos são registrados e gravados no editor de texto, formando um arquivo eletrônico. Se existir uma boa estrutura de cópias de segurança, o problema da segurança estará resolvido, mas ainda persiste o “engessamento” dos dados, que permanecem aprisionados, sem a possibilidade de serem realinhados ou reprocessados automaticamente na forma de relatórios. O editor de texto também não consegue, por si só, processar dados. Operações matemáticas, por mais simples que sejam, deverão ser feitas pelo usuário, e isto significa possibilidade de erros e consumo de tempo de trabalho.

Com a popularização e disseminação das planilhas eletrônicas tornou-se possível para o usuário incluir processamento no arquivo eletrônico, o que é um passo enorme em relação aos editores de texto, mas esta opção esconde alguns perigos. O baixo nível de processamento - muito aquém da real necessidade da atividade – e o tempo consumido no desenvolvimento de planilhas são bons exemplos. Na maioria dos casos as planilhas têm de ser ajustadas, fato que determina a perda da padronização. Por terem código aberto, os níveis de segurança são muito baixos, podendo gerar e propagar erros graves ao serem copiadas. Também nas planilhas eletrônicas os dados ficam aprisionados no arquivo, já que o processamento só ocorre dentro da planilha. É possível enviar dados de uma planilha para outra, mas é praticamente impossível formar uma estrutura de links onde os dados possam ser plenamente utilizados através deste recurso.

Outra opção é a utilização de um software específico. Certamente esta é a melhor opção para qualquer tipo de atividade, e não é diferente para o P&D. Além dos ganhos com a segurança, será possível formar um valioso banco de dados. O controle de acesso de usuários por senha, com níveis de permissão pré-estabelecidos, e o alto grau de processamento destes sistemas representam importantes ganhos na eficiência operacional. Basta incluir uma fórmula para se ter todas as outras fórmulas derivadas da mesma formulação. Com as informações alinhadas sob a forma de banco de dados é possível gerar relatórios e documentos em questão de segundos.

Os softwares específicos já estão bem disseminados em vários setores das empresas. Para alguns destes departamentos, como faturamento e controle financeiro, é praticamente impossível funcionar sem um software específico.

Ao escolher um software para informatizar o P&D deve-se ter em mente também que ele deverá ter incorporado em seus recursos a possibilidade de aproveitar todas as informações disponíveis em arquivos eletrônicos. Isto será necessário porque, além das informações existentes, o setor vai continuar recebendo informações neste formato, como é o caso das literaturas técnicas e FISPQs que são fornecidas em Word, pdf, etc.

No quadro, de maneira resumida, são apresentadas as principais características de soluções disponíveis para a gestão de informações no P&D.

Dermeval de Carvalho
Toxicologia por Dermeval de Carvalho

Da dose letal aos “end-points”

Meados do século XVIII e XIX: como milhares de substâncias químicas podem afetar a nossa saúde? A história certamente tem procurado explicar como tudo começou. Com certeza, fruto da exposição de animais “caseiros”, via oral, às substâncias químicas até a letalidade.

Os animais “caseiros”: em 1920 JW Trevan propôs o clássico método denominado dose letal média, LD50%, ou seja, dose única capaz de matar metade dos animais de experimentação. Recebido como inovador representa o primeiro teste para avaliação da toxicidade sistêmica aguda. Outros feitos científicos com animais “caseiros” prosperaram-se: Draize (1920) propôs a determinação da irritação cutânea e ocular. Outros ensaios a partir de 2000, continuam sendo publicados pela comunidade e por Órgãos Regulatórios. Da letalidade aos “end-points” a Toxicologia não para de crescer.

Os métodos alternativos: o termo alternativo - no contexto de toxicidade - tem sido usado para descrever alterações realizadas nas técnicas originais que empregaram animais de experimentação e que, nelas poderão acontecer uma das seguintes situações: substituição (replace), redução (reduction) ou refinamento (refinement). Em 1959 foi batizado 3Rs pelo “The Principles of Humane Experimental Technique”. Milhões de dólares têm sido investidos com o objetivo de eliminar ou minimizar o número de animais de experimentação.

Na busca de soluções para o desenvolvimento de métodos alternativos, foi criado em 1992 o ECVAM, com suporte técnico e financeiro de Estados membros da Comunidade Européia, com as seguintes atribuições: desenvolvimento de métodos alternativos, manter e controlar banco de dados, trabalhar junto aos órgãos reguladores, setor industrial, comunidade científica, organização de consumidores, sociedade protetora dos animais, laboratórios de pesquisas e organismos similares. Vários centros têm sido criados nos países desenvolvidos.

O projeto “ACuteTox” - Suécia 2005 - pode servir de modelo e estímulo à implantação de núcleos interativos, tão necessários à avaliação da toxicidade sistêmica. Participantes: 35 pesquisadores de 13 países da comunidade Européia, academia e indústria. (Atlas 35:33-38, 2007).

Embora não se aplique diretamente a ingredientes cosméticos, o projeto de integração entre sete universidades americanas também serve de referência, pois está direcionado ao desenvolvimento de projetos (Pesquisa Fapesp 169, 2010). Servindo assim de referência ao Brasil, pois integram e reduzem custos.

A Lei de Inovação Tecnologia completou cinco anos de vida, mas os resultados ainda são incipientes, pois a academia mostra certa timidez em associar-se a iniciativa privada na busca de resultados inovadores. Felizmente, contrariando nossa premissa, serve de louvor recente relatório da OECD que destacou o trabalho de Inovação Tecnológica Inova da Unicamp. (Pesquisa Fapesp 155, 2009).

Um bom momento de integração da comunidade Latina será a realização da 4ª. Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Brasília, neste ano, ocasião para conhecer os programas implantados, prover a aproximação entre as partes e os órgãos de financiamento. (www.cgee.org.br/cncti4)

Perspectiva brasileira

No Brasil, a exemplo de outros países em desenvolvimento, com raras exceções, os animais de experimentação ainda constituem-se primeira opção de exposição às substâncias químicas na avaliação de toxicidade sistêmica. Felizmente os procedimentos para o uso científico de animais de experimentação foram objeto de recente regulação no Brasil (Lei nº 11794/08).

A recente publicação destacou os pontos necessários para alavancar o desenvolvimento e validação dos métodos alternativos no Brasil, a saber: as necessidades correntes, os aspectos regulatórios, comerciais, industriais, científicos e éticos. (Altex 26(4):295-298, 2010).

Bom trabalho de mediação vem sendo realizado pela Associação Brasileira de Cosmetologia com o objetivo de reunir, sob o mesmo teto, neste primeiro momento, as partes envolvidas na busca de meios para a criação de centros/núcleos de pesquisas em métodos alternativos.

Neste rol de responsabilidade devem estar incluídos os órgãos de apoio a pesquisa, os regulatórios, a Academia, as sociedades científicas, o setor produtivo, a disposição para intercâmbios com setores que já se encontram envolvidos neste trabalho.

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Pele do homem

Embora tenha a mesma função, a de proteger o corpo, que a pele feminina, a masculina apresenta diferenças fundamentais em relação àquela. Características hormonais a deixam 25% mais espessa e com mais colágeno e elastina que a feminina – o que retarda seu envelhecimento.

Além disso, possui maior número de glândulas sebáceas, o que a torna mais oleosa. Outra diferença é o grande número de glândulas sudoríparas, que provocam sudorese excessiva.

A pele masculina também está mais sujeita a agressões externas, a começar pelo barbear diário – que a torna mais irritável. Além disso, os homens consomem mais bebidas alcoólicas e cigarros, fatores que também têm influência negativa sobre a cútis.

A grande produção de sebo nas áreas com maior concentração de glândulas sebáceas, como face, tórax e costas, pode favorecer o surgimento da acne, tanto na adolescência quanto na maturidade. Disfunções ligadas aos fios, como a foliculite, os pelos encravados e até a seborreia do couro cabeludo, são mais comuns nos homens. De todos os problemas o que causa maior preocupação estética, sem dúvida, é a calvície.

Embora seja mais grossa e resistente que a feminina, a pele masculina exige, como esta, cuidados especiais diários. A diferença entre os dois tipos de pele fica a cargo dos produtos específicos para elas e para eles. Além da linha pré e pós-barba, já existem formulações “for men” de hidratantes, produtos anti-idade, desodorantes e filtros solares – alguns com ativos que previnem a acne e combatem o envelhecimento precoce. Aliás, os homens podem e devem fazer uso de produtos, como cremes anti-idade com ácidos ou com substâncias antioxidantes.

É importante lembrar que a ação preventiva mais importante, tanto para evitar o câncer como o envelhecimento precoce, é usar protetor solar com formulações especiais for men, fazendo aplicações diárias. Por causa da característica de possuir grande concentração de glândulas sebáceas e produzir mais sebo, a pele masculina pode sofrer com as formas mais intensas e severas da acne, que deixam marcas e cicatrizes difíceis de serem suavizadas. O tratamento é mesmo indicado para diversos graus de acne.

A pele dos homens pode demorar mais um pouco para envelhecer que a das mulheres, mas suas rugas e sulcos são bem profundos e marcantes. É importante intervir no processo de envelhecimento antes que as marcas estejam muito acentuadas. Os tratamentos usados são peeling, laser, preenchimentos e toxina botulínica. Já para as bolsas pesadas sob as pálpebras, um dos principais desafios para a estética masculina, recomenda-se a blefaroplastia.

Como a pele feminina, a masculina precisa ser hidratada. Mas é preciso atenção ao escolher o produto, que deve ser próprio para homens, por causa das particularidades como a produção de óleo, das agressões sofridas por esta com o barbear diário e da presença de pelos em todo o corpo. Cuidados especiais também devem ser dispensados aos pés e às unhas. Sempre que possível, recomenda-se o uso de meias de algodão, pois absorvem o suor, o que faz que a pele respire. Após o banho, um cuidado importante é secar bem a região entre os dedos para evitar a proliferação de fungos e o surgimento de frieiras.

Antonio Celso da Silva
Embale Certo por Antonio Celso da Silva

Inspetor de Qualidade para embalagens: procura-se

É cada vez maior o número de novos empreendedores que buscam no mercado cosmético uma diversificação para o seu negócio ou mesmo o início de um novo negócio incentivado pelos números de crescimento divulgados pelo próprio setor.

Somos o terceiro país do mundo em consumo de cosméticos, caminhando a passos largos para assumir o segundo posto, considerando que o Japão (segundo colocado) tem um crescimento bem menor que o nosso.

Se o mercado cresce nesta velocidade, será que a indústria cresce proporcionalmente para fabricar e atender a essa demanda? Com certeza essa resposta é não! E prova disso é a redução da disponibilidade nas fábricas que fazem terceirização. Isto porque as grandes estão terceirizando o que não conseguem produzir e novas marcas de empresas que não têm fábrica, surgem todos os dias. Achar um bom terceirista que atenda a contento todas as suas necessidades é raridade, face à atual demanda e à carência de terceiristas.

Outra pergunta é, será que o mercado tem profissionais especializados, principalmente técnicos para atender esse crescimento? A resposta também é não. Tente buscar no mercado um técnico em assuntos regulatórios! Tente buscar um manipulador com experiência na fabricação de todos os cosméticos! São raridades, não são encontrados.

Na verdade a resposta para essas perguntas está na falta de cursos específicos voltados para estas áreas.

Dentre os profissionais que mais faltam no mercado, está o Inspetor de Qualidade para Embalagens, ou Analista de Embalagens, ou Técnico em Embalagens, que são sinônimos para uma mesma função. A razão também é a mesma, a falta de cursos de especialização principalmente para a área cosmética onde, diferente, por exemplo, de uma embalagem para medicamentos, o visual é fator determinante para a aprovação ou reprovação de um lote de embalagens e a experiência do inspetor é de fundamental importância.

No mercado, são encontrados profissionais formados dentro das próprias empresas, oriundos das áreas produtivas, da logística ou do laboratório químico.

A verdade é que por conta dessa carência, muitas empresas não têm o departamento de Controle de Qualidade para Embalagens.

Terceirizar é praticamente impossível, primeiro porque não existem empresas voltadas para esse fim, segundo porque, se existissem, as naturais urgências inviabilizariam enviar amostra para inspeção e aguardar o resultado.

Uma saída é buscar esse profissional nos fornecedores. O problema é que, o que se acha é um especialista em vidro, um especialista em cartonagem, um especialista em plástico, etc. Porém alguém que conheça e consiga analisar todas as famílias das embalagens, esses fornecedores não têm. Se precisar com urgência, resta “roubar” de um concorrente.

Outra dificuldade é a falta de legislação específica, o que dificulta muito uma tomada de decisão por parte do inspetor quando se pretende reprovar um lote, tendo um embasamento legal.

Na prática e de comum acordo entre as partes, o que as empresas e os fornecedores mais utilizam é a Norma Military Standard, porém, a definição do NQA (nível de qualidade aceitável) e a classificação dos defeitos, ficam a critério de cada empresa.

Sendo assim a definição de aprovação ou reprovação dos lotes fica na mão do inspetor que, como citei anteriormente, via de regra, foi formado dentro da própria empresa. Dependendo do nível de conhecimento desse profissional que está diretamente ligado ao seu tempo de aprendizado na área de Controle de Qualidade de Embalagens, o resultado desta tomada de decisão pode não ser o real. Essa na verdade, é a grande reclamação de fornecedores.

Em resumo, em um país onde o setor cosmético cresce dois dígitos ao ano e a qualificação de mão de obra especializada não acompanha, notadamente na área de controle de qualidade de embalagens, não será estranho se começarmos a importar esses profissionais de outros países.

Enquanto isso não acontece vamos continuar com a plaquinha de “procura-se,” mas de preferência vivos.

Luis Antonio Paludetti
Manipulação Cosmética por Luis Antonio Paludetti

O desafio da arte

Numa concessionária de automóveis:

- Por favor, eu quero um carro.

- Então você veio ao lugar certo! (“Afinal, estamos em uma concessionária,” pensou o vendedor).

- Eu quero um carro com ar-condicionado, direção e airbag.

- Tenho um modelo com ar-condicionado, direção, airbag e câmbio automático.

- Poxa, mas não quero um carro com câmbio automático... Gosto de dirigir com mais esportividade.

- Bom, sem câmbio automático eu só tenho um carro sem airbag.

- Então está bem. Vou ficar com o carro sem airbag, mas com ar-condicionado e direção.

- Ótimo. Em qual cor você quer?

- Quero um carro vermelho metálico.

- Bom, metálico eu só tenho prata, cinza e marrom...

- Poxa vida, eu sempre tive carros da sua marca, mas assim está ficando difícil...

- Não, você não precisa mudar de marca. Vamos fazer assim: Na cor vermelho metálico eu tenho um modelo completo, com airbag, câmbio automático, direção e MP3, além do trio elétrico...

Tudo bem... Esta é uma revista que fala de cosméticos, não sobre carros.

Mas... Coloque-se no lugar dos personagens e pense que você está em uma loja de cosméticos. Ou então, coloque-se no lugar de um consumidor que se vê diante de uma gôndola de um supermercado tentando avaliar – observando a infinidade de itens para o tratamento dos cabelos – qual destes seria o melhor produto para seus cabelos em particular.

Esta situação é muito parecida. Em muitos casos, o consumidor acaba comprando um cosmético que não “cai como uma luva” para ele, mas opta por aquele cujo resultado se aproxime mais do que ele deseja. Muitos consumidores adquirem dois ou três produtos para que um compense as lacunas do outro.

Ponderando sobre essas situações, como, então, satisfazer exatamente as necessidades dos pacientes? E mais: nos casos em que o paciente esteja submetendo-se a um tratamento dermatológico, como tratar uma condição de pele ou cabelos, proporcionando-lhe não só eficácia no tratamento, mas também o conforto e a beleza proporcionados pelos cosméticos?

Diferentemente da indústria automobilística, os pacientes podem contar com estabelecimentos que podem preparar cosméticos de tratamento de modo personalizado e com excepcional qualidade técnica. Estes estabelecimentos são as farmácias com manipulação.

Segundo a atual legislação brasileira, essas farmácias podem preparar produtos dermatológicos com a finalidade cosmética e de tratamento, desde que sejam prescritos por um médico. O farmacêutico pode – e deve – adequar os veículos e as quantidades às necessidades individuais dos pacientes, para obter maior individualização do tratamento, o que proporciona eficácia e satisfação.

Entretanto, para que o farmacêutico possa atingir estes objetivos, é necessário superar alguns desafios.

Para tanto, o primeiro passo é conhecer precisamente os ativos prescritos, em particular suas características de concentração de uso, o pH de uso e a melhor estabilidade, as incompatibilidades químicas e físicas, e os veículos recomendados. Um aspecto essencial na personalização é que as concentrações de uso podem ser bem maiores do que as utilizadas na indústria cosmética, o que – dentro de limites especificados – traz maior expressão do efeito desejado.

O segundo passo é buscar um veículo que seja adequado às condições específicas do paciente. Mais uma vez, o veículo pode ser feito sob medida. Por exemplo, pacientes cuja condição da pele é mais oleosa pedem veículos fisiologicamente compatíveis com esta condição. Pacientes que estão em tratamento de peeling necessitam que sejam amenizadas a irritação, a vermelhidão e, eventualmente, a sensação dolorosa inerente ao processo descamativo. Estes pacientes precisam usar cosméticos em seu dia a dia. E pode-se preparar para ele um cosmético cujo veículo possua ativos que amenizem a irritação e a vermelhidão.

Não menos importante, o terceiro passo é informar a classe médica, de modo científico e adequado, sobre as possibilidades e as potencialidades dos cosméticos de tratamento. Estas informações deverão ser transmitidas de modo simples, objetivo e cientificamente embasado. São elas: as características dos ativos, quais ativos podem ser associados entre si, as concentrações de uso, a disponibilidade de veículos diferenciados, e quaisquer outras informações que o farmacêutico considere importante para que o médico adquira confiança para a prescrição.

Ainda sobre este passo, uma oportunidade ainda muito pouco explorada, é oferecer produtos dermatológicos cosméticos manipulados que complementem o tratamento médico. Por exemplo, um dermatologista prescreve um peeling com ácido retinoico. A farmácia pode sugerir a este médico que prescreva preparações hidratantes, calmantes e refrescantes.

Para aqueles que ainda duvidam que isso seja possível, recentemente visitei um amigo dermatologista que me mostrou o folheto de uma indústria farmacêutica, no qual, em páginas lado a lado, são oferecidos um medicamento para peeling e um cosmético “profundamente hidratante.” O cosmético é fabricado por uma indústria cosmética que pertence ao mesmo grupo da indústria farmacêutica.

Atualmente, a indústria automobilística já oferece opções de “personalizar” parcialmente os carros. Talvez, no futuro, a indústria cosmética ofereça opções semelhantes à de automóveis. Mas, como a necessidade por cosméticos personalizados é presente, não há necessidade de esperar o futuro. Este já existe e se chama “farmácias com manipulação.”

Cristiane M Santos
Direito do Consumidor por Cristiane M Santos

As mais reclamadas do Procon em 2009

Como todos os anos - atendendo ao disposto do artigo 44 do Código de Defesa do Consumidor, que determina a divulgação dessas informações para auxiliar os consumidores no mercado de consumo na hora de suas escolhas, o Procon-São Paulo divulgou a lista das empresas mais reclamadas pelos consumidores em 2009.

“Art.44 – Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros atualizados de reclamação fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-los anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor.

§ 1º - É facultado o acesso às informações lá constantes para orientação e consulta por qualquer interessado (...).”

Mais uma vez, a empresa de telefonia Telefonica lidera – com muita folga – o ranking do Cadastro de Reclamações Fundamentadas do Procon-São Paulo.

Pelo quarto ano consecutivo, a empresa de telefonia fica como primeira colocada da lista, com 15 mil reclamações registradas em 2009, que motivaram a abertura de processo administrativo.

Devido a esse desastroso histórico de recordes e à alta demanda de reclamações, o Procon-São Paulo passou a instaurar processo administrativo imediatamente após a queixa do consumidor, com o intuito de pressionar a própria empresa para que esta busque soluções para a resolução de conflitos. Esta medida, segunda a entidade, é eficaz, pois diminui o número de reclamações por parte dos consumidores – em janeiro de 2009, 2.944 consumidores apresentaram queixas no Procon, e em dezembro daquele ano foram 586.

O Grupo Itaú – empresas de serviços financeiros que utilizam a marca Itaú – foi o segundo colocado do ranking, com 1.410 reclamações.

Como terceira colocada aparece a fornecedora de energia elétrica Eletropaulo, com 1.340 reclamações. Detalhe: as reclamações decorrentes de cortes de energia do último verão apenas serão computadas na lista de 2010.

A quarta colocação ficou com a fabricante Sony Ericsson – com 1.288 reclamações fundamentadas, e na quinta posição ficou a operadora de celulares TIM, com 1.112.

De acordo com os dados fornecidos pelo Procon, a área de serviços – liderados pelo setor de telefonia móvel e celular e pelo setor de energia elétrica – permaneceu com o maior número de reclamações (49%).

O setor de saúde, do qual faz parte o setor de cosméticos, medicamentos e planos de saúde, obteve 3% das reclamações fundamentadas. Nenhuma empresa do ramo cosmético ou farmacêutico apareceu na lista. Problemas com planos de saúde e odontológicos, como negativas de cobertura, descredenciamento de prestadores, dificuldades de acesso e atendimento, foram as queixas apresentadas pelos consumidores.

Acompanhamento feito por meio de publicações da imprensa mostra que, principalmente as concessionárias de serviços públicos, notadamente as de energia elétrica e telefonia, têm apresentado recorrentes falhas nos serviços que prestam. Recentemente, foi divulgado que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) impôs vultosa multa à empresa Furnas por responsabilidades no apagão de novembro do ano passado. Outro caso de grande repercussão foi a suspensão imposta pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) à Telefonica, no ano passado, impedindo que a concessionária captasse novos assinantes enquanto não corrigisse falhas e ampliasse a capacidade do serviço Speedy, de acesso à internet.

Nesses casos cabe às agências, baseadas em critérios técnicos e nas regras que nortearam tais concessões, agir com rigor, aplicando as penalidades cabíveis sempre que houver desrespeito aos direitos do consumidor.

E ao consumidor cabe o ônus de estar atento e exercer seu direito de voz, no que tange às empresas fornecedoras de produtos e serviços impróprios ou àquelas que se valem de promessas enganosas ou abusivas, ao buscar entidades, como o Procon - de defesa e proteção do consumidor -, para que estas empresas se adequem ao mecado de consumo ou sejam banidas deste.

Emiro Khury
Assuntos Regulatórios por Emiro Khury

Agenda Mercosul 2010

A genda oficial da Gerência-Geral de Cosméticos (GGCOS), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), compreende uma pauta de temas que serão discutidos nas reuniões do Mercosul deste ano. Constam, na agenda, os seguintes temas: Boas práticas de fabricação; Inspeção; Capacitação de inspetores e regime de inspeção; Atualização das listas de substâncias corantes, conservantes, de uso proibido, de uso restrito, e de filtros utilizados em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes; Simplificação de procedimentos de controle sanitário de produtos de higiene pessoal; Cosméticos e perfumes grau I fabricados na região, com vistas ao reconhecimento mútuo; e, finalmente, Atualização da Resolução GMC nº 26/02 RTM de protetores solares.

Para a próxima reunião, que irá acontecer no mês de abril deste ano, está agendada a revisão da lista de substâncias de uso proibido, a atualização das normas de boas práticas de fabricação e controle e a atualização da Resolução GMC nº 26/02 de Protetores Solares. Os convites para as reuniões preparatórias já foram enviados, e aguardamos mais detalhes de qual será a posição brasileira em relação a esses temas.

Para os leitores que são novatos no setor, cabe destacar a importância dessas reuniões, pois todo acordo que é produzido nas rodadas de negociação do GT11 “Saúde” Comissão de Produtos para a Saúde, Grupo ad hoc Cosméticos, deve ser “internalizado” pelos países membros, tornando-se parte do rol de atos normativos que regulam o setor. Os negociadores com direito a voz e de voto são os membros representantes do Governo federal que regulamentam o setor (Gerência-Geral de Cosméticos, da Anvisa), assessorados por representantes das entidades do setor, como a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) e a Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC). Caso alguma empresa ou profissional brasileiro que atue neste segmento de produtos queira participar dessas discussões, com sugestões ou defendendo algum tema de seu interesse, deverá contatar essas entidades e participar dos grupos de discussão. Estes grupos são convocados periodicamente para reunir dados e opiniões, que serão levados para as reuniões preparatórias – que acontecem geralmente em Brasília a convite da GGCos.

Estão guardadas, na memória de muitos profissionais do nosso setor, as infindáveis reuniões preparatórias nas quais eles, debruçados sobre a documentação reunida pelas empresas, pelas universidades e pelos especialistas, traçaram as linhas básicas das discussões que seriam travadas no Mercosul, com a finalidade de assegurar a manutenção dos interesses do nosso País.

Pelo que ficou entendido nas conversas extraoficiais da última reunião ocorrida em Montevidéu, no Uruguai, no ano passado, possivelmente a posição da Argentina a respeito da atualização da resolução sobre os protetores solares será por um alinhamento perfeito com a recomendação adotada pela União Europeia.

Na opinião deste colunista, devemos torcer para que nossos representantes consigam aprovar uma regulamentação que considere pelo menos três pontos importantes para um mercado continental, dinâmico e ensolarado como o nosso. Primeiro, prover condições de manter as portas abertas para os avanços que deverão ocorrer na regulamentação do Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos. Segundo, considerar a evolução tecnológica e científica que presenciamos nos últimos cinco anos, possibilitando a criação de produtos muito mais eficientes. E finalmente, terceiro, contemplar a importância de oferecer aos usuários informação suficiente na rotulagem, para permitir a estes a escolha do produto adequado para cada necessidade. Não parece ser conveniente para nossos consumidores limitar a 50 o valor do FPS declarado na rotulagem dos protetores solares, pois nosso clima requer maior proteção e maior variedade de fatores de proteção solar.

Vamos torcer para que, quando o leitor estiver recebendo este número da Cosmetics & Toiletries, já tenhamos boas notícias para comemorar.






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