Preservantes: O que você precisa saber

Edicao Atual - Preservantes: O que você precisa saber

Editorial

Numa época em que tanto que se fala em ética, é quando mais se sente o seu desuso.

Os jornais a cada dia mostram mais e mais exemplos de como a conduta humana, se desvia dos padrões de referência estabelecidos. O pior é que os atentados contra a ética já não estão restritos a alguns poucos segmentos da sociedade,  até parece que estão se disseminando por toda  a parte.

E não por mera coincidência o Brasil ficou consternado com a morte de Mario Covas, um dos últimos exemplares da linhagem de políticos dignos, sobre os quais não se permite duvidar da conduta e dos propósitos. Além de um líder político, o País perdeu um modelo em quem aqueles que quiserem reencontrar a ética deverão se espelhar.

Maquilagem é um dos temas desta edição. Aqui você encontrará algumas “dicas” de como formular com silicones e conhecer as novas tendências em matérias primas para esses produtos. Ou o básico em cosméticos decorativos com a lista dos corantes permitidos.

Para complementar, sempre é bom falar de preservantes e, principalmente, como os fabricantes podem ajudá-lo.

 

Boa Leitura
Hamilton dos Santos
Editor

Formulando Maquilagens com Silicones - Álvaro Luiz Gomes Dow Corning do Brasil, Hortolândia, SP, Brasil

Várias são as aplicações dos derivados de silicone em produtos cosméticos. Neste artigo o autor descreve e comenta as muitas dessas aplicações dos silicones em maquilagem.

Varias son las aplicaciones de los derivados de silicone en productos cosméticos. En esse articulo el autor discribe y comenta las muchas de esas aplicaciones de los silicones en
productos de maquiagen.

The silicones derivates has a great number of aplication in the cosmetic products. The author in this article discribes sand explains the many uses of the silicones in the make up
products.

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Preservantes; O que o usuário precisa saber - S.B. Neal Tohm and Hass, Croydon, Inglaterra

O comprometimento dos fabricantes de preservantes através de seus serviços de suporte técnico é fundamental para o correto uso desses ingredientes nos produtos cosméticos. Os vários aspectos relativos a esses procedimentos são descritos neste artigo.

El comprometimiento de los fabricantes de preservantes por
medio de sus servicios de suporte tecnico és fundamental para el correcto uso de eses ingredientes en los productos
cosméticos. Los vários aspectos relactivos a eses procedimientos son descritos en ese artículo.

The technical support from the preservatives suppliers is
fundamental for the correct use of these ingredients in the
cosmetic and toiletry industry. The many aspects related with these procedures are described in this article.

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Tendências em Maquilagem: Ingredientes de Alta Qualidade - Évelin A. Volpato dos Reis Cosmotec Especialidades Cosmética Ltda São Paulo SP, Brasil

O desenvolvimento tecnológico de matérias-primas tem proporcionado à indústria oportunidades de conhecer novos conceitos em ingredientes que racionalizam a produção e adicionam características funcionais modernas aos cosméticos, principalmente, as maquilagens.

El desajollo tecnoló6gico de las matérias-primas tiene proporcionado a la industria oportunidades de coñocer nuevos conceptos em ingredientes que racionalizan la produccion y adiccionan caracterisiticas funcionales modernas a los cosméticos, principalmente, los de maquillagen.

The technologic development of the raw ingredients manufacturing has granted to the cosmetic industry the opportunity to be aware of the new ingredients concepts
which make the production more rational and add modern functional characteristics to the cosmetics products, specially, to the make up ones.

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Cosméticos Decorativos - Carlos Costa LCW Wackherr do Brasil, São Paulo SP, Brasil

Este artigo descreve a metodologia seguida no desenvolvimento de cosméticos decorativos. A composição de
alguns produtos é apresentada com detalhes e exemplificada
por fórmulas ilustrativas.

Ese articulo discribe la metodologia seguida en el desajollo de cosméticos decorativos. La composición de algunos productos presentada con detalles y com ejemplo de fórmulas illustrativas.

This article describes the methodology followed in the development of the pigmented cosmetics. The composition of
some products is presented with details as well one typicaL exemple fórmulas are presented.

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Carlos Alberto Trevisan
Mercosul por Carlos Alberto Trevisan

Um Novo Fórum de Negociações

Na reunião de Brasília, de novembro passado, proposta relativa à classificação dos protetores solares, atualizada através da Resolução79/00 da ANVISA, foi encaminhada pelo grupo GMC para aprovação consensual entre os Estados-Parte presentes. E, ao que tudo indica, também será aprovada ad referendum do Paraguai.

Um magnífico trabalho realizado pelo grupo técnico ABCI ABIHPEC, baseado nas mais atualizadas informações provenientes da FDA americano e da União Européia, foi adotado na íntegra para constituir-se nessa proposta.

Esse é um exemplo de como a participação do setor privado tem sido fundamental no desenvolvimento dos assuntos regulatórios. Isso ocorre no âmbito do Mercosul e praticamente em todo o mundo, e a America Latina tem-se organizado fortemente nesse aspecto.

Prova disso é o evento denominado Reunião de Autoridades Sanitárias das Américas(Cumbre) que há alguns anos vem sendo realizado com o objetivo de harmonizar as normas vigentes nos grupos Mercosul, Pacto Andino e América Central, referentes aos produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Atualmente o evento é coordenado pela CASIC (Conselho de Associações da Indústria de Cosméticos da America Latina). Coube à Argentina a responsabilidade pelo evento de 26-28 de março, e em julho será o Brasil.

A necessidade de se alcançar uma legislação única para os países dos grupos supramencionados, possibilitando, desta forma, a maior facilidade nos intercâmbios comerciais é o grande objetivo desse movimento.

Vários são os temas abordados nessas Cumbres, sendo rotulagem, BPF, critérios de admissão e informação global, os principais.

Quanto à rotulagem, a harmonização está comprometida em parte pela impossibilidade, existente em alguns países, de usar a composição no código INCI e a indicação do prazo de validade, independente de sua extensão.

Outros itens constantes da rotulagem, como nome do produto, número de registro ou notificação, lote, conteúdo, fabricante ou importador, modo de usar, etc, podem obter o consenso entre a grande maioria dos países.

A proposta de harmonização apresentada pela Argentina para implantação, em médio prazo, das BPFeC envolve a utilização de HAPCC(análise de risco e pontos críticos de controle para a indústria de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes). Essa proposta, além de se revestir de um caráter revolucionário, está completamente fora da realidade existente nos vários países, pois nem os quesitos mínimos constantes dos roteiros de inspeção, até o presente momento, estão completamente implantados na maioria das empresas.

A ferramenta da HACCP, como é do conhecimento geral, só pode ser utilizada após a efetiva prática dos BPFeC.

Quanto ao tópico critérios de admissão e informação global, a proposta tem dois objetivos:

• Gerar um fluxo de informações internas em cada entidade reguladora suscetível ao compartilhamento entre elas.

• Gerar um fluxo de informações externas com base em dados de entidades ou instituições que proporcionem informações úteis para as entidades reguladoras.

Com base nas informações geradas pelas entidades reguladoras, implementar-se-á um fluxo de informações internas para a adequada tomada de decisão, que potencialize o controle sanitário de cosméticos no mercado de cada país.

A partir desse fluxo de informações compartilhadas, será elaborado um fluxo latino-americano para a tomada de decisão, obtendo-se o controle sanitário adequado dos cosméticos no mercado.

O acesso às informações será restrito às autoridades sanitárias latino-americanas em posto de decisão.

Com acesso codificado, o fluxo de informações de interesse poderá ser compartilhado entre as autoridades sanitárias, que poderão utilizá-la para a eficácia do controle sanitário dos cosméticos oferecidos ao mercado.

Carlos Alberto Trevisan é consultor independente e diretor da Carlos & Trevisan Consultoria.
E-mail: trevisan@dialdata.com.br

A vez da Qualidade por Friedrich Reuss e Maria Aparecida da Cunha

Os Bastidores do Sistema de Gestão pela Norma ISO 9000/2000

Em nossas colunas anteriores, apresentamos os aspectos técnicos da mudança da norma da edição 94 para a 2000. A mudança, no entanto, é muito mais profunda, a tal ponto que poucas empresas estão em condições de aplicá-la.

A nova norma representa um sistema de gestão de empresa com foco em 8 princípios da qualidade, que enumeramos:

Principio do enfoque no cliente: Compreender toda a extensão das necessidades e expectativas do cliente para produtos, entrega, preço, confiança, etc; assegurar acesso às necessidades e expectativas de todas as partes interessadas; comunicar estas necessidades e expectativas
para toda a organização; mensurar a satisfação do cliente e agir sobre os resultados.

Principio da liderança: Ser pró-ativo e liderar; compreender e responder às mudanças do ambiente externo; considerar as necessidades de todas as partes interessadas; estabelecer uma clara visão de futuro da organização; estabelecer modelos éticos de conduta em todos os níveis da organização; construção de confiança e eliminação de apreensões; prover as pessoas dos recursos necessários e a liberdade para agir com responsabilidade; inspirar, encorajar e reconhecer as contribuições das pessoas; educar, treinar e aconselhar; determinar metas e objetivos desafiadores, e implementar estratégias para atingir estas metas e objetivos.

Principio do envolvimento das pessoas: Reconhecer propriedade e responsabilidade na solução de problemas; realizar melhorias; melhorar a sua competência, conhecimento e experiência; compartilhar livremente conhecimentos e experiência em equipes e grupos; focar na criação de valor para os clientes; ser inovador e criativo na superação dos objetivos da organização; obter satisfação de seu trabalho, e estar entusiasmado e orgulhoso por ser parte da organização.

Principio da visão de processo: Definir o processo para atingir o resultado desejado; medir as entradas e saídas do processo; identificar as interfaces do processo com as funções da organização; avaliar possíveis riscos, conseqüências e impactos dos processos em clientes, fornecedores e outras partes interessadas; estabelecer responsabilidades e autoridades claras para o gerenciamento do processo; identificar os clientes internos e externos, considerar os passos de processo, os fluxos, as medidas de controle, as necessidades de treinamento, os equipamentos, os métodos, a informação, os materiais e outros recursos para atingir o resultado desejado.

Princípio da visão sistêmica no gerenciamento: Definir o sistema pelo desenvolvimento do processo que afeta um determinado objetivo; estruturar o sistema para atingir um objetivo da forma mais eficiente; compreender as interdependências entre processos do sistema; melhorar continuamente os processos através da medição e avaliação, e estabelecer restrições nos recursos antes da ação.

Princípio da melhoria continua: Tornar a melhoria contínua um objetivo para todos; aplicar os conceitos básicos de melhria geral e de mudança de conceito; usar avaliação periódica para identificar áreas potenciais de melhoria; melhorar continuamente a eficiência e efetividade de todos os processos; promover atividades baseadas na prevenção; prover cada membro da organização com educação e treinamento nos métodos e ferramentas de melhoria continua; estabelecer medidas e objetivos para guiar, acompanhar e reconhecer as melhorias.

Princípio da tomada de decisão sobre fatos: Tomar medidas e colecionar informações relevantes para o objetivo; estabelecer restrições nos recursos antes da ação; analisar os dados e as informações utilizando métodos válidos; tomar decisões e ações baseadas numa composição mista de resultados de análise lógica, experiência e intuição.

Princípio da relação mutuamente benéfica com fornecedores: Identificar e selecionar fornecedores-chave; estabelecer relações com fornecedores que propiciem ganhos em curto prazo com considerações de longo prazo para a organização como um todo; criar comunicações claras e abertas; iniciar desenvolvimentos conjuntos; estabelecer em conjunto uma clara compreensão das necessidades dos clientes; compartilhar informação e planos futuros, e reconhecer as melhorias e conquistas do fornecedor.

Maria Lia A. V. Cunha é psicóloga, especialista em gestão de pessoas
Friedrich Reuss é bacharel licenciado em química e especialista em gestão da qualidade
E-mail: freuss@uol.com.br

Marketing por Rogério Martins

Para Alavancar as Vendas

O sucesso de um produto passa por vários fatores. Qualidade, preço, concorrência, mercado, demanda e sazonalidade, entre outros, que devem ser analisados e planejados com muito cuidado. Todos esses fatores devem ser contemplados pelo marketing e, todos eles são de extrema importância.

A comunicação não é diferente. Depois de todas as análises e estudos feitos sobre o produto, as ferramentas de comunicação entram em ações e são elas que, bem executadas, vão alavancar as vendas.

Hoje em dia, mais do que nunca, temos um grande leque de opções disponíveis de mídia. Essas opções são utilizadas por três grupos da comunicação, propaganda, promoção e merchandising.

A propaganda engloba toda divulgação feita por intermédio de veículos de comunicação, tendo como objetivo a "venda" de um produto ou idéia. Ela pode se utilizar de veículos de massa, como o rádio e a TV, ou dirigidos a um público específico, como é o caso desta revista. Existem também as mídias alternativas como, por exemplo, placas em estádios.

A promoção visa auxiliar ou incentivar as outras ações de comunicação e promover, de forma mais efetiva e rápida, a venda de produtos. São comuns as promoções do tipo vale-brinde, concursos, sorteios, acoplamentos de produtos iguais ou que tenham compatibilidade, descontos, leve-2-pague-l, entre outras.

O merchandising se utiliza de meios de comunicação junto ao ponto-de-venda. Por estar próximo do produto e do momento da compra, em certos casos, como nos hipermercados, o merchandising tornou- se uma força de comunicação importantíssima.

A propaganda é fundamental para divulgação de um produto. Para alavancar as vendas, porém, as ações de promoção e merchandising são indispensáveis. Por isso existem agências especializadas nesse tipo de comunicação. E muitas das grandes agências de publicidade já criaram seus próprios departamentos de promoção e merchandising.

A promoção tem a capacidade de aumentar as vendas em um curto prazo.

São várias as ações promocionais que, em sinergia com a equipe de vendas, conseguirão garantir o sucesso do produto. Elas podem ser aplicadas tanto para o lançamento de um produto quanto para escoar um estoque.

Um calendário bem elaborado fará com que a promoção tenha mais êxito, isso porque os clientes nunca podem ser enganados; tudo tem de ficar bem claro aos olhos do consumidor.

Como falei anteriormente, o trabalho do merchandising é ressaltar o produto no ponto-de-venda. Todo consumidor é bombardeado por milhares de peças publicitárias. Mas é no ponto-de-venda, na hora da compra, na hora em que a decisão será tomada, que um produto deve ter a atenção chamada para ele.

Existem várias peças e ações de merchandising, como degustação ou aplicação do produto em ponto-de-venda, displays, displays com produto, gôndolas especiais, bandeirolas, cartazes, faixas de gôndola, folhetos e take one.

Cabe ao merchandising detectar qual o ponto-de-venda adequado ao produto, comunicando ao público que o produto está ali e que aquele produto é o mesmo que ele viu na televisão ou outdoor, etc.

Enfim, uma peça de merchandising serve para dizer: Olha! 0 produto que você queria está aqui! Ou: Esse produto é melhor, está com nova embalagem, com novos ingredientes!

São esses esforços de comunicação que poderão garantir que os objetivos de venda sejam atingidos. Por ser a ultima ação de marketing antes da possível venda, o merchandising nunca deve ser deixado de lado.

Rogério Martins é publicitário.
E-mail: rogerio.martins@onginet.com.br e
rogerio@mworkdesign.com
www.mworkdesign.com

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Recentes Avanços na Biologia do Melanoma Maligno

O último Congresso da Academia Americana de Dermatologia, realizado em março de 2001, em Washington DC, Estados Unidos, realizou-se uma apresentação sobre os recentes avanços na biologia do melanoma maligno (MM) que focou a natureza do início da doença e sua progressão.

O estudo do genoma humana esclareceu alguns pontos, entre os quais o fato de que o MM tem um gene de susceptibilidade, localizado em um locus específico chamado gp. Um estudo provou que pelo menos 50% dos MM manifestaram mutações deletérias na localização 9p.

A pesquisa por um oncogene ou um proto-oncogene (isto é, um onco-gene que é altamente conservado em vírus e em humanos) indica que nenhum dos pontos anteriormente conhecidos tem alteração estrutural consistente, em um número decisivo de casos, para sugerir que eles sejam patogenicamente significantes.

Em adição ao papel hipotético da presença de oncogenes na progressão biológica dos MM, parece que, quando presentes num dado MM, podem causar modificações na sua histologia também. Tenta-se especular que a heterogenicidade morfológica do MM humano pode refletir a ativação de diferentes oncogenes nas diferentes regiões de um dado neoplasma.

Melanócitos normais estão sujeitos aos efeitos regulatórios de crescimento dos queratinócitos e das células de Langerhans, mediados via citoquinas especiais.

Modelos in vitro de proliferação de melanócitos indicam que, em contraste com os melanócitos não-transformados, as células do MM não requerem fatores de crescimento exógeno para promover crescimento contínuo. Acredita-se que a autonomia do fator de crescimento confere uma vantagem de crescimento seletivo nos melanócitos neoplásicos.

É de interesse que o impacto de certas citoquinas, tais quais a II-6, gera uma resposta dos melanócitos que é dependente do estado de progressão da doença. Assim, enquanto o fator de crescimento básico de fibroblastos (bFGF) estimula o crescimento dos melanócitos em todos os estados de progressão, a II-6 inibe o crescimento do estágio inicial do MM, enquanto nos estágios mais avançados de MM podem ser resistentes ou estimulados pela II-6.

A elaboração da citoquina II-I pelas células de melanoma pode ter um papel na capacidade de invasão do tumor, bem como na aquisição da capacidade de metástase. Com respeito à esta citoquina, ela é conhecida por aumentar a mobilidade das células do MM. Com relação ao bloqueio de receptores de III, mostrou-se que isto diminui o tamanho e o número de metástases de MM no fígado de camundongo.

Em resumo, o modelo que melhor se adapta à explicação de início e progressão da doença é aquele que tem múltiplas citoquinas no processo.

Dra. Denise Steiner é dermatologista.
E-mail: clinica-stockli@sti.com.br


Boas Práticas por Teresa F. S. Rebello

Inibindo Preservantes

É tempo de retrospectiva! Como estão as empresas fabricantes de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes com relação ao item 11- controle de qualidade -Anexo II do Roteiro de Inspeção da Portaria 348 de agosto de 1997?

Relembrando: é imprescindível a existência, na empresa, de um laboratório de controle de qualidade (sub-item 11.1). É também imprescindível que o controle de qualidade seja o responsável por aprovar ou rejeitar produtos que estejam sob contrato com terceiros (sub-item 11.5). E o que isto significa?

Significa que a responsabilidade de qualquer "não-conformidade" desse produto é de quem o lançou no mercado. É comum o fabricante terceirizado executar as análises requeridas para cada lote do produto fabricado. E isso é ótimo! Mas a disposição final é dada pela empresa detentora da marca. É claro que, se essa "não conformidade" lesar, de alguma forma, o consumidor e este acionar a empresa, esta poderá arrolar o fabricante como solidário. Talvez este seja mais um motivo pelo procedimento que tem muitas empresas, principalmente as multinacionais, de acompanharem a produção do terceirizado, validando as várias etapas da produção e controles da qualidade.

É necessária, portanto, qualificar o fornecedor, seja o fabricante ou o prestador de serviços, para assumir com segurança, a liberação do produto que será utilizado pelo consumidor.

Um outro sub-item, o 11.30, questiona se as áreas para ensaios microbiológicos são adequadas. Conclui-se então, que a análise microbiológica dos produtos fabricados é necessária, o que é confirmado pela Resolução nº481, de 23/9/1999, que estabelece parâmetros para controle microbiológico de produtos cosméticos.

Um ponto importante nessa análise é a preparação das amostras para inibir à ação dos preservantes e sua validação.

Assim, tendo por base o método de análise empregando-se a técnica de semeadura em profundidade, o preparo da diluição 101 deve ser com meio de cultura contendo substância(s) que irá(ão) inibir a ação do(s) preservante(s). Essa inibição se dá através de vários tipos de reação, dependendo das propriedades químicas dos preservantes. Como exemplos, podemos citar as reações do formaldeído (ou outros aldeidos) com grupo funcional amina; a de complexação de hidroxila(s) fenólica(s) por olissorbatos e lecitina, etc. Para isso, já existem meios de cultura desidratados contendo os inibidores como é o caso de meios líquidos como o AOAC Letheen e D/E neutralizing. Caso o meio para diluição escolhido não contenha tais substâncias, estas deverão ser adicionadas pelo analista.

Para validar a ação inibitória do preservante, além de se tomar alíquotas da diluição (geralmente 1 ml para determinação do número de unidades formadoras (UFC) de bactérias e fungos, também se consideram outras placas onde será inoculado um número conhecido de organismos-teste, geralmente 100 células. A ausência de crescimento, ou se este for parcial, invalida o método.

Também é bom considerar o que se lê na USP 24, <61>, página 1814 - MicrobiaL Limit Tests: "Se a despeito da incorporação de agentes inativantes adequados e um substancial aumento no volume do diluente não for ainda possível proceder a contagem de microrganismos viáveis, e onde o produto não for aquele apropriado para o uso do método de análise por membrana filtrante, pode-se assumir que a falência para isolar os microrganismos inoculados é atribuída à atividade bactericida do produto. 0 monitoramento deve continuar, a fim de estabelecer o espectro de inibição e atividade bactericida do produto". Além da palavra "bactericida", deveria ser acrescentada a "fungicida". Isso porque algumas matérias-primas e produtos que as contenham em concentrações adequadas, podem inibir o crescimento de alguns fungos. Essa inibição do crescimento de colônias em placas também pode ser devida a uma ação de "estase".

Exemplo é quando se analisam certos tensoativos como o lauril sulfato de sódio (LSS) e lauroil dietanolamida (LDA) ou produtos que os contenham, mesmo em quantidades pequenas
como 10% e 5%, respectivamente, a validação resulta negativa. Porém, se ao meio de cultura (Saboraud, por exemplo) se adicionar 2% de polissorbato (Tween 80), a validação resultará positiva. A explicação para tal comportamento, tudo indica, está relacionada com a concentração micelar crítica do tensoativo LSS e LDA e a do Tween 80. 0 assunto é complexo, e realmente há necessidade de um monitoramento como menciona a USP 24.

Tereza F. S. Rebello é farmacêutica bioquímica.
E-mail: methodus@methoduseventos.com.br


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