Produtos para a emergente Classe C

Edicao Atual - Produtos para a emergente Classe C

Editorial

Dias melhores

Pesquisas recentes apontam avanços em duas áreas emblemáticas quando se trata de desigualdade socioeconômica no Brasil: a ascensão das mulheres no mercado de trabalho e o crescimento dos níveis de consumo da população. Mais mulheres em cargos de chefia, muitas delas como provedoras de suas famílias, assim como o maior número de brasileiros no mercado de consumo, são reflexos de bem-vindas transformações – ainda que seja preciso avançar muito nessas duas questões.

De acordo com o International Business Report (IBR) 2012, da Grant Thornton International, 27% dos cargos de liderança no Brasil são ocupados por mulheres, um aumento de 3 pontos percentuais em relação a 2011. No ranking mundial, o Brasil passou do 21º lugar, no ano passado, para a 18ª posição este ano. Contudo, apenas 3% dos cargos de CEO são exercidos por mulheres no País. O percentual está abaixo da média global (9%) e bem distante dos resultados apurados em países como Austrália (30%) e Itália (20%).

Outra sondagem, referente a projeções de consumo, revela que em 2012 os gastos dos brasileiros devem chegar a R$ 2,725 trilhões.

Segundo o IPC Maps 2012, a cifra equivale a um aumento de R$ 273 bilhões em relação pesquisa divulgada no mesmo período de 2011.

Segundo o estudo, a classe C será responsável por 25% do consumo no País em 2012 (cerca de R$ 681 bilhões).

A guinada dos brasileiros que compõem a classe C, a chamada “nova classe média”, é tema da matéria de capa desta edição de Cosmetics & Toiletries Brasil. Graças a fatores como a estabilização da economia, a melhora nos níveis de escolaridade e o crescimento do emprego formal, essas pessoas (que constituem a maioria da população) vêm transformando sonhos de consumo em realidade.

O primeiro artigo técnico desta edição traz uma valiosa pesquisa sobre tendências e benchmarking no setor cosmético, por meio da análise de patentes. O uso de ativos de origem vegetal para clarear e iluminar a pele e para o tratamento dos cabelos é reportado em dois outros artigos. Metodologia para caracterizar a intensidade de cor e o brilho de cabelos também é abordada na seção de artigos.

Na seção Persona, conheça a trajetória de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário, a maior rede de franquias do setor cosmético no mundo. Esta edição ainda traz o programa oficial e os abstracts de palestras e pôsteres do 26º Congresso Brasileiro de Cosmetologia.

Boa leitura!

 

Hamilton dos Santos

Publisher

 

 

 

Tendências e Benchmarking no Setor Cosmético - Ivan Domicio da Silva Souza, Bárbara Juliana Pinheiro e Vania Passarini Takahashi (Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto SP, Brasil)

Este trabalho apresenta o uso da análise de patentes como uma ferramenta para o monitoramento tecnológico e o benchmarking no setor cosmético. A informação tecnológica contida nas patentes pode viabilizar a geração de inovação nas empresas, independentemente de realizarem P&D interno ou de seu porte, bem como antecipar tendências.

Este trabajo presenta un análisis de la utilización de patentes como una herramienta para el monitoreo tecnológico y lo benchmarking en la industria cosmética. La información tecnológica contenida en las patentes puede permitir la generación de innovación, independientemente de la empresa hacer I+D interna o su tamaño, y prever las tendencias.

This paper presents the use of patent analysis as a tool for monitoring technological trends and benchmarking in the cosmetic industry. Technological information in patents may enable the generation of innovation in companies, independently of performing internal R&D or of their size, as well as anticipate trends.

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Clarear e Iluminar a Pele com Hidroxistilbenos Acetilados de Rheum rhaponticum - Giorgio Dell´Acqua, PhD, e Christian Wagner (Induchem AG, Zurique, Suíça)

A discromia e a pigmentação excessiva devido à produção aumentada de melanina são associadas à inflamação e ao envelhecimento da pele. Por isso, um extrato rico em hidroxistilbenos acetilados, derivado de Rheum rhaponticum, foi combinado ao triacetato de pantenila para se testar as vias de melanogênese. O complexo reduziu drasticamente a melanogênese e o acúmulo de melanina em explantes de pele humana, diminuiu o conteúdo de melanina em pontos pigmentados e aumentou a luminosidade e o brilho da pele na face de voluntários humanos em estudo clínico duplo-cego.

Decoloración de la piel y la pigmentación excesiva debido a la mayor producción de melanina se asocia con inflamación de la piel y el envejecimiento. Por lo tanto, un extracto rico en hidroxystilbenos acetilados de Rheum rhaponticum se combinó con triacetato de pantenilo para poner a prueba en la melanogénesis y la acumulación de melanina en los explantes de piel humana, la disminución del contenido de melanina en manchas pigmentadas, el aumento de brillo de la piel y una mayor luminosidad de la piel en la cara de los voluntarios humanos en un estudio clínico doble ciego.

Skin discoloration and excessive pigmentation due to increased melanin production is associated with skin inflammation and aging. Therefore, an extract rich in acetylated hydroxystilbenes from Rheum rhaponticum was combined with panthenyl triacetate to test in the melanogenesis and melanin accumulation in human skin explants, decreased melanin content in pigmented spots, increased skin brightness and enhanced skin radiance on the face of human volunteers in a double-blind clinical study.

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Fator de Exuberância da Cor do Cabelo na Caracterização de Intensidade de Cor e Brilho - Timothy Gao (PhD), Peter Landa, Regan Tillou, Kevin Gallager (Croda, Edison, NJ, EUA)

Para avaliar os abrangentes efeitos de brilho e intensidade de cor no cabelo, foi desenvolvido um fator de exuberância da cor do cabelo que permita o uso de novos claims para fórmulas de coloração de cabelos e tratamentos pós-coloração. Os resultados experimentais aqui descritos mostram como ingredientes em spray de brilho e fórmulas de coloração afetam esse fator e se correlacionam com avaliações subjetivas dos voluntários.

Para evaluar los efectos globales de brillo y la intensidad del color en el cabello, un color de cabello factor de vitalidad ha sido desarrollado para permitir a las nuevas solicitudes de las fórmulas de tintes de cabello y tratamientos después de la tintura. Los resultados experimentales aquí descritos muestran cómo la variación de los ingredientes en spray de brillo y las fórmulas de tintes para el cabello afecta este factor y se correlacionan con las evaluaciones subjetivas de los panelistas.

To evaluate the comprehensive effects of shine and color intensity in hair, a hair color vibrance factor has been developed to enable new claims for hair dye formulas and after-dye treatments. Experimental results described here show how varying the ingredients in shine spray and hair dye formulas affect this factor and correlate with subjective panelist assessments.

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Óleo de Semente de Abissínia no Tratamento de Cabelos - Timothy Kenny (Elementis Specialties - Consumer Products, Hightstown, NJ, Estados Unidos), Mariana Olivato Storelli e Vanessa Silva (Cosmotec Especialidades Químicas Ltda., São Paulo SP, Brasil)

Neste artigo, os autores apresentam resultado de testes para medir quantitativamente a eficácia o óleo de abissínia em mechas de cabelos caucasiano e mulato, comparado com o óleo de argan. Foram constatadas melhoras nos padrões de penteabilidade a seco, redução da quebra do fio por escovações sucessivas, e maior brilho e maciez.

En este artículo, los autores presentan los resultados de pruebas cuantitativas para medir la efectividad de Crambe abyssinica seed oil (INCI) en pelo caucasiano y mulato, en comparación con el aceite de argán. Se observaron mejoras en los patrones de facilidad de peinado en seco, la reducción de rotura de hilos por cepillado sucesivos, y mayor luminosidad y suavidad.

In this article, the authors present the results of tests to measure quantitative the effectiveness of Crambe abyssinica seed oil (INCI) in tresses of caucasian and mulatto hair, when it is compared to the argan oil. Improvements were observed in the patterns of dry combing, reduced breakage of the hair stem by successive brushings and greater brightness and softness.

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Carlos Alberto Pacheco
Mercado por Carlos Alberto Pacheco

Decifra-me ou te devoro!

É mais do que sabido que os padrões de consumo e o significado do ato de comprar variam de pessoa para pessoa, pois, assim como os dedos de uma mão são diferentes, a personalidade e a necessidade de cada um são distintas. Inúmeros fatores influem no ato da compra, como o sexo, a idade, a classe social e, talvez a mais intrínseca das variáveis do processo de compra, a personalidade do comprador.

Veja um exemplo clássico de como a personalidade influencia o processo de compra. As pesquisas indicam que o gênero masculino é mais objetivo no momento da compra quando comparado ao sexo feminino, e consequentemente, necessita de menos tempo dentro de uma loja para concluir o processo de ver/escolher/pagar. Estudo publicado pela revista Veja (em fevereiro de 2012) indicou que as mulheres, quando estão acompanhadas por um homem, levam em média 4 minutos e 41 segundos para concluir o processo de compra. Porém, quando estão sozinhas, o mesmo processo se estende, em média, para 5 minutos e 2 segundos. Note: quando uma mulher está acompanhada por uma amiga, o processo dura em média 8 minutos e 15 segundos, isto é, 64% de tempo a mais.

Devido a essa percepção, algumas lojas de varejo voltadas para o público feminino, como a Sephora, que tem megalojas de cosméticos na França e em outros países, projetaram ambientes dedicados ao conforto do homens, como lounges, cafés e ambientes com meia luz, além de aparelhos individuais para escolha de música, acesso à internet e tudo o mais que o público masculino precisa para ser paciente e deixar suas esposas em paz para que elas se deliciem com seu momento de compra. Em breve, as brasileiras poderão conferir esses prazeres em solo nacional.

Por trás do ato da compra há um processo decisório de consumo que precisa ser investigado e é o mapeamento desse processo que leva ao sucesso de venda de um produto. Esse processo pode ser divido em etapas básicas, como: reconhecimento do problema, busca de informações, avaliação das alternativas, decisão de compra e comportamento pós-compra.

O reconhecimento do problema é a percepção de que existe uma distância significativa entre a atual zona de conforto e o desconforto com o bem material que possui. O processo decisório de consumo dispara quando a diferença entre essas duas percepções é relativamente grande. Aqui entra o marketing, a propaganda e a publicidade, trazendo mais rapidamente essa sensação de desconforto ao consumidor.

A partir do reconhecimento do problema, a pessoa começa a buscar informações para diminuir sua sensação de desconforto e retornar ao antigo equilíbrio de satisfação. Essa busca pode ser interna, como experiências anteriores com as marcas conhecidas e fabricantes que estão na memória; ou externas, como referências de amigos, informações veiculadas na mídia impressa e eletrônica etc.

Após a busca de informações vem a criação de valores que acabam definindo os critérios de seleção do bem almejado. “Que marcas eu tenho como referência?”; “Quais atributos tangíveis e intangíveis eu prezo?”; “Em que faixa de preço eu pretendo investir?”. Apenas vale lembrar que os critérios de avaliação são mutantes, portanto, a constante pesquisa de consumidor é sempre importante.
Uma vez estabelecidos os critérios de compra, vem a etapa de decisão de compra, que envolve de quem comprar, quando comprar e como pagar. Essa etapa pode parecer fácil, no entanto não é principalmente no que se refere a quando comprar, pois o desejo pode estar diluído entre inúmeras aquisições pretendidas. Portanto, o como pagar anda de mãos dadas com o quando comprar.

A etapa final e tão importante quanto a outras é o comportamento pós-compra, às vezes negligenciado por muitos que entendem que o processo acabou com a impressão da nota fiscal. Experiências ruins fecharão portas para novos ciclos de processos decisórios, principalmente da etapa dois em diante.

Experiências malsucedidas farão que a marca não seja considerada, que o produto não venha a ser uma alternativa e que a percepção de valor seja drasticamente diminuída.

Gerir esse processo não é algo fácil em virtude da enormidade de variáveis envolvidas e da acelerada dinâmica das mudanças de comportamento de uma sociedade plural, como a que vivemos. Porém, o mercado é para gente grande: Decifra-me ou te devoro! (Homero).

Assuntos Regulatórios por Artur João Gradim

Protetores solares... Agora vai!

Aconteceu em Buenos Aires (em abril de 2012): o Brasil rechaçou a tentativa de reabertura da discussão sobre o Regulamento Técnico aprovado refletido na Resolução GMC n°. 8/11, assim como se posicionou de forma firme quando foi questionado sobre o prazo previsto pelo País para a adequação plena às novas disposições, a partir de sua internalização.

A representação brasileira, com base em suas prerrogativas legais, informou que concedia o prazo de 24 meses, fundamentado no período necessário para o desenvolvimento de um novo produto de proteção solar, compreendendo inclusive o prazo para os testes exigidos.

O Brasil é detentor da maior produção e do maior mercado consumidor desses produtos na América Latina. Assim, o período a ser considerado para a adequação, aparentemente longo por não se tratar de alteração de produto com agravo à saúde, respeita igualmente os aspectos logísticos compreendendo o escoamento, a produção de novos materiais (embalagem, rótulos), a produção e a recomposição de estoques, assim como por se tratar de um produto de comércio sazonal.

No panorama internacional, posso afirmar que o processo de harmonização regulatória global está longe de ocorrer e os órgãos e as entidades ainda buscam respostas conciliatórias e de consenso, a exemplo das metodologias de avaliação.

A aproximação regulatória alcançada no Mercosul em relação aos demais mercados de referência no contexto global, se dá, a meu ver, no que se refere à obrigatoriedade do nível de proteção contra a radiação UVA, requerido na forma proposta.

Particularmente tenho restrições quanto à retirada dos fatores 2 e 4, com base na argumentação de sua baixa proteção, uma vez que legislações de referência (EUA) e países com grande atenção regulatória, a exemplo da Austrália, mantêm em sua regulamentação a permissão de uso para esses fatores. Saliente-se o fato de que a população desses países é constituída predominantemente por pessoas com os fototipos I, II e III (classificação segundo Fitzpatrick, 1976).

O Brasil, por sua vez, já apresenta em referências demográficas a quase predominância (> que 50%) de pardos e negros quando somadas (caracterizadas na classificação como fototipos IV, V e VI), que por sua vez são menos suscetíveis à radiação UVB, quando comparados aos indivíduos de fototipos I, II e III.

Técnica e cientificamente comprovados, os produtos com FPS/UVB inferior a 6 podem atender ao disposto na nova regulamentação no que se refere ao índice de proteção UVA (1/3 do FPS declarado), considerando-se ainda o comprimento de onda crítico mínimo de 370 nm.

Quanto à sua rotulagem, a explicitação de indicar “muito baixa proteção”, apropriada à proposta de uso do produto, consolidaria a informação sobre o índice oferecido, de grande aceitação por consumidores de peles pigmentadas naturalmente.

Para esses consumidores, comprovadamente, é fato que a dose eritematosa mínima, após a exposição solar, é, nos negroides, 33 (trinta e três) vezes maior que a dos caucasoides. Lamentavelmente, essa faixa de produtos (FPS 2 e 4) não mais estará disponível no mercado nacional a partir de 2014.

A internalização da Resolução GMC 18/11 já está consolidada no mercado argentino e, assim sendo, os produtos fabricados no Brasil que ainda não estejam adequados a essa nova disposição não serão mais comercializados lá.

Para esse tipo de produto, na América Latina existem distintas regulamentações, umas com base na recomendação europeia (por exemplo, Mercosul e Chile), outras com base no disposto pela Food and Drug Administration – FDA (como Caribe).

Entretanto, e com o foco aberto, voltado para essa miscelânea regulatória, o setor privado latino-americano coordenado pelo Conselho de Associações da Indústria de Cosméticos Latino-Americana (Casic) constituiu um grupo de trabalho visando minimizar as diferenças entre as regulamentações, por meio de ações conjuntas que possam culminar em uma proposta unificada contemplando definições, requisitos técnicos, rotulagem e metodologias de avaliação. Essa proposta pode ser o embrião de um regulamento com base técnica única que, por meio de um processo de sensibilização junto aos órgãos oficiais de cada um dos países, quanto ao seu conteúdo, seja acolhido e praticado.

O trabalho já começou e está a todo vapor. Desde já, desejo seu pleno alcance, pois só assim uma maior aproximação integrada será atingida.
Agora vai!

Gestão em P&D por Wallace Magalhães

Avaliando formulações em desenvolvimento

Todas as amostras preparadas por um laboratório de desenvolvimento terão de ser avaliadas para definir se poderão ser aproveitadas, o que deverá ser feito obedecendo-se a critérios e procedimentos previamente estabelecidos.

A avaliação preliminar é feita logo que a amostra fica pronta e, normalmente, é realizada com bases subjetivas. Os resultados obtidos são importantes e devem ser registrados, mesmo se forem insatisfatórios. É importante que os critérios dessa avaliação, mesmo se forem subjetivos, estejam bem definidos. É comum avaliar uma amostra imediatamente após sua preparação, principalmente para verificar aspectos como cor, brilho e sensorial.

No entanto, é recomendável que a amostra seja reavaliada algum tempo depois. Para avaliar textura, cor, brilho e viscosidade aparente é aconselhável aguardar pelo menos 24 horas. Para avaliar a perfumação esse tempo será ainda maior, podendo chegar a uma semana ou mais. Isso obriga a ter um bom sistema de registro, um bom padrão de identificação e estocagem de amostras e uma agenda bem organizada.

Depois de passar na avaliação preliminar, a formulação deverá ser testada quanto à sua estabilidade, eficácia e segurança. Essa determinação está claramente expressa na RDC nº. 211/2005. Sob o aspecto regulatório, a norma só reforçou com o destaque o que já era uma obrigação legal antiga. Além disso, esses itens são uma conveniência técnica inquestionável e têm alto impacto nos resultados econômicos do projeto. Há de se ressaltar sempre essa questão quando o assunto for tratado com pessoas de outros departamentos. Existem inúmeros casos de prejuízos causados pela abordagem inadequada desses requisitos.

O planejamento da sequência deve ser criterioso, incluindo a definição de qual ensaio deve ser realizado primeiro. Para um protetor solar que não tenha alcançado o FPS proposto no teste in vitro, a realização de teste de estabilidade e segurança é desnecessária. Nesse caso, a verificação da eficácia é o primeiro passo. Já para os alisantes capilares, cuja grande dificuldade é atingir estabilidade, essa pode ser a primeira verificação. O importante é saber que há necessidade de planejar caso a caso.

Outra consideração irrefutável: a estabilidade é um pré-requisito para garantir a eficácia e a segurança de um produto durante sua validade.
Para se realizar testes e ensaios confiáveis e consistentes, devem ser tomados os seguintes cuidados:

- Os protocolos dos ensaios devem estar bem estabelecidos, com o detalhamento dos materiais, dos procedimentos, dos parâmetros e da periodicidade de avaliação, e forma de registrar resultados.
- Todos os técnicos envolvidos na realização desses ensaios devem ser habilitados e devidamente treinados.
- Todos os materiais envolvidos no teste devem ser providenciados com antecedência.
- As amostras devem estar disponíveis na quantidade necessária e devidamente identificadas.
- Deve ser respeitada a periodicidade de análise/avaliação das amostras.
- Os resultados devem ser anotados sistematicamente.
- No final de cada ensaio deve ser formalmente emitida e registrada a conclusão técnica, de preferência comentada.

Além de serem observados todos esses pontos é necessário estabelecer um nível de organização interna adequado nos laboratórios e nas outras áreas envolvidas, para que se tenha um funcionamento harmonioso, eliminando a possibilidade de interferências invalidarem os resultados e as conclusões. As informações envolvidas nos processo (protocolo, resultados, observações, conclusão etc.) devem ser controladas em todos os níveis.

No que se refere aos testes de estabilidade, houve, nos últimos anos, um grande avanço em número e qualidade. Eles já são realizados rotineiramente em empresas de todos os portes. O mesmo deve ocorrer com os ensaios de eficácia e segurança, e não há motivos para que não seja assim. Com a evolução do mercado, mais do que uma obrigação regulatória, isso será uma exigência econômica.

Espera-se que, naturalmente, muitos desses ensaios sejam realizados nos laboratórios da própria empresa. É claro que os laboratórios especializados em prestar esse serviço continuarão a existir, o que é saudável, conveniente e absolutamente necessário, já que montar a estrutura e uma equipe especializada e dedicada requer um esforço financeiro considerável.

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Melasma

O melasma é uma hipermelanose adquirida caracterizado pelo aparecimento de máculas acastanhadas localizadas principalmente no rosto. Ocorre preferencialmente em mulheres hispânicas e asiáticas, e em cerca de 10% dos homens.

As manchas comprometem áreas expostas, são extensas e sem delimitação. O melasma pode ser dividido em malar, centrofacial e mandibular, conforme a região comprometida. Ele pode aparecer ou piorar na gravidez, caso em que é chamado de cloasma gravídico. O diagnóstico do melasma é essencialmente clínico, podendo este ser classificado em superficial ou profundo conforme o local do excesso do pigmento melânico.

As causas do melasma, ainda desconhecidas, podem estar ligadas a fatores genéticos raciais, hormonais e ambientais como a radiação ultravioleta (UV). O cloasma gravídico está associado às mudanças hormonais que ocorrem durante a gravidez e em geral desaparece após o parto.

A participação do estrógeno e da progesterona na etiologia dessas manchas tem fortes indícios pela relação com a gravidez como com o uso de anticoncepcionais.

Dosagens séricas desses hormônios em mulheres com melasma são normais e idênticas àquelas do grupo-controle.

Já foram encontrados receptores estrogênicos nos melanócitos cultivados e foi demonstrado que o hormônio aumenta a melanogênese e a atividade da tirosinase. Estudos também comprovaram que o estradiol, o estriol e a estrona, em níveis fisiológicos, estimulam a formação de melanina e a atividade da tirosinase. Alguns autores realçam a relação entre o ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) e a produção melânica.

Os melanócitos do melasma parecem ter comportamento diferente daqueles da pele normal, pois quando são abrasados voltam a produzir o mesmo nível de melanina. Especula-se que tenham receptores e que a ligação hormônio-receptor seja mais eficiente e interfira na melanogênese local.

A radiação UV do Sol e de lâmpadas artificiais estimula os melanócitos in vivo e em culturas. A exposição solar aumenta os melanócitos da camada basal, a produção e a transferência da melanina. A pigmentação pode ser imediata ou tardia. Estudos bioquímicos sugerem que a pigmentação imediata envolve a oxidação de melanina pré-formada e relaciona-se à UVA (320-400 mm). A pele com melasma parece responder mais intensamente ao estímulo da UV.

Para o tratamento do melasma deve-se traçar um plano estratégico a fim de obter resultados mais satisfatórios, uma vez que se trata de uma dermatose crônica e de etiopatogenia desconhecida. Esse plano deve abranger fatores como: proteção em relação à radiação solar; inibição da atividade dos melanócitos; inibição da síntese de melanina; remoção da melanina; e destruição dos grânulos de melanina.

Os principais clareadores usados no tratamento do melasma são os de ação inibidora de tirosinase (hidroquinona, ácido kójico, ácido azelaico, arbutin, Melawhite); de inibição da produção de melanina (ácido ascórbico, magnésio-L-ascorbil-2 fosfato, glutationa); de toxicidade seletiva ao melanócito (mercúrio amoniacal, isopropilcatecol, N-Acetil-4-S-cistearninofeno, N-2,4-acetoxifenil-etilacetamina, N-acetilcisteína); e os de supressão não seletiva da melanogênese (indometacina, corticoesteroides).

Concentrações maiores do que 10% irritam a pele, provocando avermelhamento e piora da mancha.
Procedimentos têm sido utilizados no tratamento do melasma, por exemplo, peelings químicos, microdermoabrasão, dermoabrasão, lasers e luz intensa pulsada. A combinação de terapias tópicas e procedimentos tem sido benéfica em alguns casos resistentes.

O uso de lasers e de luz intensa pulsada no melasma tem sido um assunto muito controverso. O laser de CO2 tem sido muito eficaz no tratamento do melasma, mas esse procedimento resulta em um dano térmico considerável, o que o torna desagradável para a maioria dos pacientes. A fototermólise fracionada foi aprovada para o tratamento do melasma, em 2006, pela Food and Drug Administration (FDA). Esse tipo de laser é um novo conceito de rejuvenescimento da pele que produz numerosas zonas microscópicas de danos térmicos na epiderme e na derme envoltas por ilhas de tecido normal. Estas últimas parecem representar a eliminação da epiderme danificada contendo o pigmento da camada de células basais facilitada pela migração dos queratinócitos viáveis presentes nas margens dessas zonas. Esse processo poderia explicar o mecanismo pelo qual a fototermólise fracionada poderia ser uma promissora modalidade no tratamento do melasma. No entanto, esses procedimentos devem ser indicados com cautela devido ao risco de hiperpigmentação pós-inflamatória e à falta de eficácia comprovada.

Valcinir Bedin
Tricologia por Valcinir Bedin

Clareadores e colorantes para cabelos

Os cabelos loiros começaram a atrair os romanos há mais de 2.000 anos, quando eles invadiram a Gália e os viram pela primeira vez na cabeça dos escravos. Como forma de sedução, os nobres de então confeccionavam perucas com os cabelos dos derrotados, e, quando tiveram conhecimento suficiente, iniciaram o uso de pomadas descolorantes.

Conta-nos o historiador Plínio que uma das fórmulas mais utilizadas naquela época era feita de uma mistura de cinzas de faia e sebo de cabras, em forma de pasta ou líquido.

Na época do renascimento italiano, as mulheres de Veneza ficavam de 3 a 4 horas sob o Sol, com os cabelos impregnados de lixívia cáustica, fazendo uso de um chapéu sem fundo, desenvolvido para este fim, para obter um “loiro veneziano”.

O primeiro relato sobre a aplicação de água oxigenada nos cabelos com a intenção de descolorir é de 1867, na França, onde o inglês Thiellay aplicou-a, com sucesso, na forma de “10 volumes”, criando a base de quase todos os descolorantes usados até hoje.

Hoje, a descoloração dos cabelos é realizada com um destes objetivos: clarear os fios com intuito estético ou prepará-los para a aplicação de tintura que seja mais clara que a cor original.

A cor natural dos cabelos é dada pela melanina, pigmento proteico produzido no retículo endoplasmático do melanócito. Existem dois tipos de melanina: a de coloração marrom-acastanhada, de forma granulada, chamada de eumelanina, e a amarelada ou avermelhada, difusa, chamada de feomelanina. A cor final dos fios vai depender da interação entre essas qualidades.

Na descoloração, que é um processo com fases, percebe-se que os pigmentos granulosos diminuem gradativamente à medida que os difusos tornam-se mais aparentes, o que denota, provavelmente, que os pigmentos granulosos sejam mais sensíveis aos produtos oxidantes e, portanto, sejam destruídos primeiramente, deixando antever a parte difusa.
Outra teoria diz que os pigmentos granulosos podem ser solubilizados, transformando-se em pigmentos difusos.

Quando o processo se prolonga, pode ocorrer a destruição total de todos os pigmentos, levando os cabelos a ficarem brancos. Quando se quer tonalidades avermelhadas ou acastanhadas, pode-se interromper esse processo em algum momento e assim obter essas colorações.

Os grãos de melanina são fixados à queratina por meio de polipeptídios, que fazem parte da própria matriz proteica do pigmento. Para atingir esses grãos é necessário transpor a queratina e o suporte proteico da melanina.

Praticamente todos os descolorantes são oxidantes alcalinos, cuja função é solubilizar os grãos de melanina, mas essa solubilização está sempre ligada à ruptura oxidante das pontes de dissulfeto da trama proteica e, em última instância, a uma consequente modificação das propriedades físicas e químicas dos cabelos.

A utilização de corantes capilares está associado à descoloração. Corantes capilares permanentes começaram a ser usados pelas pessoas com mais frequência após 1945. Por volta de 1965, aproximadamente 40% das mulheres adultas utilizavam corantes capilares permanentes.

As tinturas de cabelo são misturas complexas de corantes e a sua principal via de exposição é dérmica. Podem ser classificadas como oxidantes (permanentes) ou diretas (semipermanentes ou temporárias).

Historicamente, a utilização do termo “semipermanente” foi reservada para tinturas pré-formadas de materiais corantes, que são utilizados diretamente sobre o cabelo sem a necessidade de ocorrer o desenvolvimento de cor por meio de reações químicas de oxidação. Mais recentemente, as embalagens de produtos para colorir os cabelos têm trazido a terminologia “semipermanente mais duradoura” ou “demi-permanente”, para que estas evidenciem que esses produtos proporcionam durabilidade maior da cor do que corantes diretos, mas inferior à dos corantes capilares permanentes.

Devido às diferenças de exposição a produtos químicos e a processos oxidantes (versus não oxidantes), é importante fazer distinção entre esses tipos de produto, por meio de estudos sobre os potenciais efeitos adversos de tinturas de cabelo na saúde.

Questões que se colocam frequentemente é o uso de descolorantes e colorantes durante a gestação e os eventuais efeitos carcinogênicos desses produtos.

Até onde se sabe, e até porque a gestação é um período fisiológico da vida da mulher, o uso desses processos não tem interferência na gravidez e, portanto, não deve ter nenhuma influência no desenvolvimento do feto. O que existe é uma eventual indisposição ou um processo alérgico, que pode acontecer em qualquer momento da vida.

Para finalizar, a Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC, na sigla em inglês) concluiu, no relatório de 1993, que “o uso pessoal de corantes de cabelo não pode ser avaliado quanto à sua carcinogenicidade”, devido à evidência inadequada.

Estudos posteriores podem e devem ser conduzidos sempre no sentido de proteger o consumidor final.

Antonio Celso da Silva
Embale Certo por Antonio Celso da Silva

Terceirização e embalagens

Todos os dias, surge uma nova empresa com foco na fabricação para terceiros. Muitas delas são bem estruturadas e têm profissionais que conhecem esse mercado e sabem as carências e os problemas pelos quais passam tanto quem terceiriza como quem procura um terceirista. Outras nascem apenas com a vontade do dono e um pouco de conhecimento, porque este ouviu dizer que faltam empresas com foco em terceirização.

Assim, surgem oportunidades de realizar bons negócios com novos terceiristas, mas também o grande risco de cair nas mãos e nas armadilhas de principiantes e aventureiros. Ser principiante, na verdade, obviamente não é demérito. O problema é ser principiante e desconhecer o mundo da terceirização, negociar com clientes principiantes e prometer o que nunca vai conseguir cumprir.

Por outro lado, também existem aqueles que procuram um terceirista para fabricar sua marca e chegam com uma frase pronta: “Quanto custa, qual é o preço?”. Talvez isso seja o que mais irrite um terceirista. “Quanto custa o quê?!” Isso porque esse cliente só vem (e quando vem) com a informação básica sobre o produto que ele imagina que vai vender. Ele não tem sequer a noção de que para cada canal de venda existem produtos que vendem e produtos que não vendem.

São essas pessoas que acabam denegrindo a imagem de bons terceiristas, pois, como não entendem como funciona uma terceirização, acabam reclamando do atendimento. É óbvio que também existem, como em qualquer outro segmento, os maus terceiristas, nos quais prazos de entrega, atendimento e qualidade, até constam em um contrato, mas não são praticados.

No mundo de terceirização, tudo prossegue relativamente sob controle, até se começar a falar de embalagens.

Fazer o produto é o mais fácil, escolher a roupa adequada para esse produto é o grande problema. Na escolha de uma embalagem tem de haver uma sintonia muito fina entre o cliente e o terceirista, em face da variedade de embalagens que existem e dos problemas e dificuldades de cada tipo de embalagem.

Muitas vezes, deixar o cliente procurar as embalagens é sinal de que o projeto não vai caminhar bem, a não ser que esse cliente seja do ramo e conheça embalagens e fornecedores. Por isso é importante que o terceirista faça a sugestão da embalagem para cada tipo de produto.

A grande diversidade de frascos, potes, tampas e cartuchos contrasta com a escassez de estojos para maquiagem e de frascos de vidro para colônias. Só um bom terceirista tem esse conhecimento, e mais: ele normalmente já tem em casa amostras, opções de embalagens e, em sua agenda, os contatos dos respectivos fornecedores conhecidos e parceiros.

Outra armadilha muito conhecida é definir uma quantidade mínima de produtos a serem fabricados para um cliente, propondo-lhe fazer um serviço “full service” (que consiste em o terceirista fornecer as matérias-primas e as embalagens), e depois descobrir que a quantidade mínima que o fornecedor da embalagem vende é muito maior que a quantidade mínima de produtos cuja produção foi combinada com o cliente.

O terceirista experiente não cai nessa armadilha, a qual é o primeiro passo para o descontrole de estoque. E, pior que isso, é também o primeiro passo para se começar a trilhar um caminho sem volta de perdas de embalagens, de obsolescência e que leva, por fim, ao fechamento da empresa.

Da mesma forma que deve haver uma sintonia fina na escolha da embalagem entre cliente e terceirista, a qualidade dessa embalagem também deve ser bem discutida, pois existem “embalagens e embalagens”, com seus respectivos preços.

Uma das definições da qualidade é a adequação ao uso, e essa deve ser uma das principais preocupações do terceirista para que este fique em sintonia com o cliente. Muitas vezes, uma embalagem mais barata acaba saindo mais cara no final das contas e isso, consequentemente, compromete o custo e a margem de lucro do produto.

Finalizando, a embalagem é um dos itens mais importantes na negociação cliente-terceirista. Porém, nada, nem produto nem embalagem, por melhor que sejam, são mais importantes do que ter o canal correto e a estratégia de venda bem definida.

Fabricar é relativamente fácil, difícil é vender!

Luis Antonio Paludetti
Manipulação Cosmética por Luis Antonio Paludetti

Quem é de ninguém?

Recentemente, comecei a perceber a existência de um certo debate, no qual algumas empresas começaram a vangloriar-se de terem sido – elas mesmas – quem desenvolveu a farmácia com manipulação em todo o mundo.

“Pera lá!” Que “todo o mundo” é esse?
Quem teve a oportunidade de ler a obra A dialética da natureza, de Friedrich Engels, há de concordar que o conhecimento completo de um fato ou de um evento só é possível com o conhecimento de sua história. De fato, qualquer acontecimento ou fato atual está intimamente relacionado com os eventos e fatos que os originaram, e não poderia ser diferente com o que se passa com as farmácias com manipulação.

Primeiramente, precisamos lembrar que a farmácia com manipulação não pode ser apropriada por nenhuma empresa, instituição ou pessoa.

“Segundamente” (como diria Odorico Paraguaçu, personagem da obra O Bem Amado, de Dias Gomes), se há algum lugar no mundo em que a farmácia com manipulação avançou e atingiu patamares técnicos e tecnológicos incomparáveis, este lugar é o Brasil.

Em nenhum outro país – seja ele europeu, seja norte-americano – a farmácia com manipulação atingiu o desenvolvimento que temos aqui. Nós, farmacêuticos brasileiros, mantivemos viva uma atividade secular da profissão farmacêutica, reinventando, aperfeiçoando e modernizando uma antiga forma de oferecer medicamentos para a população.

Mas, por que o Brasil – apesar de ainda ser um país de terceiro mundo – tem a manipulação magistral de medicamentos no estágio mais avançado?
No meu entender, a resposta é uma só: necessidade.

• Necessidade de jovens farmacêuticos realizarem seus sonhos profissionais, como farmacêuticos e empreendedores.
• Necessidade que jovens farmacêuticos recém-formados tinham de obter trabalho, principalmente em regiões do Brasil onde não havia indústrias farmacêuticas.
• Necessidade da população, principalmente nas épocas anteriores ao surgimento dos medicamentos genéricos, ao acesso a medicamentos nem sempre bem atendido por outros segmentos do setor farmacêutico.
• Necessidade de superar deficiências de formação acadêmica (que ainda existem), no que se refere às técnicas empregadas em manipulação.
• Necessidade de superar as infindáveis exigências da legislação sanitária.

Essa conquista deve muito aos farmacêuticos pioneiros das décadas de 1970 e 1980 (não vou citar nomes para não ser injusto), que, por meio do “Movimento de Incentivo ao Formulário”, disseminaram as primeiras formulações genuinamente modernas em se tratando de prescrição magistral.

Depois, nas décadas de 1990 e 2000, jovens farmacêuticos e farmacêuticas de todo o Brasil expandiram o conceito da manipulação, enfrentando os desafios do aperfeiçoamento técnico e científico e superando as imposições cada vez mais duras da legislação sanitária.

Agora, já na segunda década do século 21, nós podemos afirmar que, no Brasil, a farmácia com manipulação atingiu um nível de excelência, tecnologia e capacitação muito superior ao que existe no restante do mundo.

Quando, há 100.000 anos, o primeiro Homo sapiens caminhou ereto sobre a Terra, surgiu com ele o primeiro farmacêutico. Feridos por presas de mamutes, os enfermos eram tratados por seus familiares, que manipulavam medicamentos a partir de ervas e argila. Com o passar do tempo, os curandeiros das tribos passaram a preparar infusões e chás, manipulando medicamentos e aplicando “curas mágicas”. Com a chegada da escrita, o Papiro de Ebers documentou como os farmacêuticos poderiam manipular medicamentos de modo sistemático e reprodutível.

A história, que passou por Hipócrates, Dioscórides, Galeno, Avicenna, Paracelso e tantos outros, continua a acontecer, viva, nos dias de hoje, e o Brasil é um dos protagonistas dessa história.

Com a evolução da ciência, mais e mais descobertas levarão o farmacêutico a ocupar vários outros segmentos na atenção à saúde. Entretanto, um legado persistirá: manipular medicamentos.

Pode passar o tempo que for: a farmácia com manipulação foi no passado, é no presente e será no futuro. Ela não pertence a ninguém. É um legado da humanidade e da profissão farmacêutica.










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