Marketing da Sustentabilidade

Edicao Atual - Marketing da Sustentabilidade

Editorial

Relacionamento sério

Estamos adquirindo cada vez mais itens por meio da internet e reforçando a parceria promissora entre o e-commerce e os produtos de beleza. Levantamento feito pela E-bit, em parceria com o Movimento Internet Segura (comitê da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico – câmara-e.net), revela que 86,1% dos consumidores

brasileiros fi caram satisfeitos com o comércio virtual em 2012.

Segundo o relatório Webshoppers, da E-bit, o crescimento nominal nas vendas do e-commerce no Brasil deverá chegar a 25% neste ano, alcançando faturamento de R$ 28 bilhões – em 2012, foram

R$ 22,5 bilhões.

Neste cenário, os segmentos de cosméticos e perfumes estão entre os que apresentam desempenho mais expressivo. No primeiro semestre deste ano, o faturamento do comércio virtual no Brasil foi de R$ 12,7 bilhões, um crescimento de 24% ante o mesmo período de 2012. O conjunto formado por cosméticos, perfumaria, cuidados

pessoais e saúde ocupa a terceira posição entre os itens mais comercializados pela internet, com 9% das vendas nos primeiros seis meses de 2013. A performance do setor no comércio virtual ficou atrás apenas de moda e acessórios (13,7%) e de eletrodomésticos (12,3%), segundo dados da E-bit.

O aumento no fluxo de clientes para os sites (graças ao ticket médio mais baixo) e a maior taxa de recompra são alguns dos fatores que têm levado grandes redes varejistas a investir no

comércio virtual de produtos de beleza, a exemplo do Magazine Luiza. O grupo recentemente concluiu a aquisição do site www.epocacosmeticos.com.br.

Esta edição de Cosmetics & Toiletries Brasil traz, na matéria de capa, as ações empreendidas pelas empresas no que se refere ao desenvolvimento sustentável, bem como as formas de comunicação dessas ações à sociedade. A reportagem “Marketing da sustentabilidade”

também aborda a percepção dos consumidores a respeito dos apelos de marcas e produtos relacionados à sustentabilidade.

A Persona desta edição é a professora Patrícia Maia Campos.

Os artigos técnicos tratam de dois assuntos importantes: maquiagem e produtos marinhos. Um método de identificação de ingredientes é abordado em outro artigo. Na seção Fundamentos

da Cosmetologia, o tema é o sistema glandular.

Boa leitura!

Hamilton dos Santos

Bases Pigmentadas - Luigi Rigano (Studio Rigano Industrial Consulting Laboratories, Milão, Itália)

Neste artigo são apresentados os grupos de ingredientes e aspectos gerais de formulação de bases pigmentadas.

En este artículo son presentados los grupos de ingredientes y los aspectos generales de la formulación de bases pigmentadas.

This article presents groups of ingredientes and general aspects how to formulate color foundations

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Algas Marinhas: Fonte Potencial de Novos Ativos Cosméticos - Diana Negrão Cavalcanti (Instituto do Mar, Universidade Federal de São Paulo - Unifesp, São Paulo SP, Brasil); Josélia Alencar Lima (Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Grande Rio - Unigranrio, Rio de Janeiro RJ Brasil); Daniel Weingart Barreto (Escola de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Rio de Janeiro RJ, Brasil)

Existem hoje milhares de espécies diferentes de algas marinhas. Apesar de sua importância, um número relativamente pequeno de algas é aproveitado pelo homem. Os estudos mais recentes em fitoquímica de algas, entretanto, têm resultado na descoberta de um número crescente de novas substâncias químicas, capazes de exibir atividades biológicas extremamente interessantes. É uma clara demonstração de que existe um tesouro com imenso potencial para utilização em cosméticos inovadores.

Hoy existen miles de diferentes especies de algas marinas. A pesar de su importancia el número de algas explotado por el hombre es relativamente reducido. Estudios más recientes sobre la fitoquimica de algas marinas, sin embargo, han resultado en el descubrimiento de un número creciente de nuevos productos químicos, con actividades biológicas extremadamente interesantes. Es una clara demostración de que existe un tesoro con un inmenso potencial para uso en cosméticos innovadores.

There are now thousands of different species of marine algae. Despite their importance, a relatively small number of them is exploited by man. Recent studies on phytochemitry of seaweeds, however, have resulted in the discovery of a growing number of new chemicals, with extremely interesting biological activities. It is a clear demonstration that there is a treasure with immense potential for use in innovative cosmetics.

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Batom para Embelezar e Tratar os Lábios - Thaís Carneiro de Almeida, Marta Vianna de Lima, Cristiane Paiva Coelho Soares (Universidade do Grande Rio (Unigranrio), Duque de Caxias RJ, Brasil)

O batom é o produto mais vendido entre os cosméticos e atualmente sua funcionalidade tem sido desmistificada. Com o avanço tecnológico e o aumento da demanda do mercado de beleza, ingredientes inovadores foram adicionados às formulações com o intuito de oferecer benefícios em um só produto.

El lápiz labial es el mayor vendedor de cosméticos y ahora su funcionalidad ha sido desmitificada. Con los avances en la tecnología y la creciente demanda del mercado de la belleza, ingredientes innovadores se han añadido a las formulaciones con el fin de proporcionar beneficios en un solo producto.

The lipstick is the largest seller of cosmetics and now its functionality has been demystified. With advances in technology and increased market demand for beauty, innovative ingredients were added to the formulations in order to provide benefits in one product.

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Retinol Mimético de Origem Marinha no Tratamento Antienvelhecimento - Martin Beaulieu, PhD, Catherine Fillion, Patrice Dionne (Innovactiv Inc., Quebec, Canadá); Diane Bilodeau, PhD (Cosmeconsult, Quebec, Canadá)

O tratamento de pele tornou-se uma rotina diária para a maioria das mulheres e para muitos homens acima dos 30 anos de idade. Um extrato do fluido do celoma da estrela-do-mar é uma alternativa mais segura ao retinol, com melhores propriedades antienvelhecimento. O produto aumenta a firmeza e a elasticidade da pele, e reduz o surgimento de rugas.

El tratamiento de la piel se hay convertido en una rutina diaria para la mayoría de las mujeres y de los hombres mayores de 30 años. Un extracto fluido del celoma de la estrella del mar es una alternativa más segura al retinol, con las mejores propiedades anti-envejecimiento. El producto aumenta la firmeza y elasticidad de la piel, y reduce la aparición de arrugas.

Skin care has become a daily routine for most women and men over 30 years of age. An extract of Starfish coelomic fluid offers a safer alternative to retinol with improved anti-aging properties. The product increases skin firmness and elasticity, and reduces wrinkle appearance.

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Identificação de Ingredientes por Espectrometria de Massas - Soraya El Khatib, Rosana M Alberici, Marcos N Eberlin (Instituto de Química, Universidade Estadual de Campinas -Unicamp, Campinas SP, Brasil)

As técnicas utilizadas para o controle de qualidade de cosméticos apresentam baixa reprodutibilidade e especificidade, são demoradas e muitas vezes incluem testes em animais. Neste trabalho, propomos o uso da técnica de espectrometria de massas para identificar diversos componentes nas formulações cosméticas.

Las técnicas corrientes para el control de calidad de los cosméticos tienen una baja reproducibilidad y especificidad, requieren mucho tiempo y con frecuencia incluyen la experimentación con animales. En este trabajo, proponemos lo empleo de la técnica espectrometría de masas para identificar una amplia variedad de componentes en formulaciones cosméticas.

The techniques used for analyses of cosmetic products are usually laborious, time consuming, display low accuracy and reproducibility, and require animal tests. Herein we propose the use of the mass spectrometry technique to characterize several cosmetics formulations.

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John Jimenez
Tendências por John Jimenez

Warketing

Sun Tzu foi um general, estrategista militar e filósofo da antiga China. Acredita-se que Sun Tzu seja o autor de A arte da guerra, considerado como um dos melhores livros de estratégia de todos os tempos e de leitura obrigatória nas escolas de marketing. A obra tem 13 capítulos e é comum que seja usada como guia em programas de administração e liderança. Uma das mais famosas frases presentes na obra é: “Estruture estrategicamente suas forças, segundo o que for benéfico ou vantajoso”.

Muitos séculos depois da obra ter sido escrita?), o marketing de guerrilha se apresenta como um conjunto de estratégias desenvolvidas e executadas por meios não convencionais e nas quais a criatividade, a capacidade de surpreender e o engenho se misturam em espaços publicitários não tradicionais. A expressão “marketing de guerrilha” foi criada por Jay Conrad Levinson, em 1984, em seu livro Guerrilla marketing: secrets for making big profits from your small business. Pouco a pouco, está se convertendo em um grande aliado de empresas em muitos setores, tornando-se parte dos meios não convencionais ou BTL (below the line), nos quais as empresas tendem a investir mais.

Por que essa é uma tendência? Ao se considerar que a oferta para qualquer produto ou serviço vem aumentando exponencialmente nos últimos anos, é comum que as empresas trabalhem com mais engenho para chamar a atenção do público. Esse tipo de marketing se caracteriza por demandar um investimento menor que o exigido por estratégias tradicionais. Também é uma boa opção contra a saturação publicitária que certos tipos de produto enfrentam.

No início, os grafites se tornaram a tática mais empregada em lugares movimentados, onde muitas pessoas podiam vê-los diariamente. Depois outras táticas passaram a ser muito usadas pela internet.

No marketing de guerrilha predomina uma alta dose de engenho e criatividade, presentes em mensagens personalizadas e específicas que são enviadas para o segmento objetivo que se pretende impactar. A mensagem que o consumidor recebe deve ser emocionante e ter grande potencial de difusão mediática. Também deve ter a capacidade de “viralidade”, ou seja, o consumidor deve simpatizar-se com a mensagem e querer compartilhá-la.

Dentre os tipos de marketing de guerrilha, estão:
Street marketing: faz grande uso de elementos urbanos, e as atividades são realizadas total ou parcialmente na rua. Interage-se com o consumidor sem aviso prévio e de forma direta.

Ambient marketing: utiliza elementos do contexto para transmitir uma mensagem publicitária de forma criativa e vistosa, na qual a publicidade está integrada com o meio porque usa objetos cotidianos.

Buzz marketing: é um marketing de terceira geração. Transmite e comunica mensagens por meios verbais diferentes dos meios tradicionais e massivos.

Marketing viral: procura a rápida propagação da mensagem pela internet, on-line, e aproveita, assim, o poder das redes sociais.

Quais elementos são necessários para a efetividade do marketing de guerrilha?

- Uso de criatividade e inovação.
- Emprego de meios não convencionais.
- O marketing deve basear-se na psicologia humana em vez de na experiência.
- Em vez de dinheiro, o principal investimento é tempo, energia e imaginação.
- Alta conexão com o usuário.
- Considerar um investimento e não um gasto.
- Praticidade, porque as pessoas sabem que tempo não é igual a dinheiro.
- Surpreender o cliente e deixar uma marca em sua memória.
- Dar seguimento à compra.
- Oferecer recursos sem custo, como newsletters e relatórios on-line.
- Considerar a página da web a vitrine da empresa.
- Em vez de encontrar novos clientes, fazer mais ações com os clientes já existentes.
- Utilizar a tecnologia para potencializar o negócio.
- Compartilhar todas as ações nas redes sociais, o que motiva os consumidores a fazerem o mesmo.

O que veremos no mercado? Novas formas criativas de marketing de guerrilha, pois, hoje em dia, o consumidor médio filtra e seleciona inconscientemente as mensagens publicitárias às quais quer estar exposto.

Warketing = marketing de guerrilha = menos recursos e mais criatividade para gerar emoções. Essa é uma relevante ferramenta para que as companhias fiquem mais próximas do consumidor.

Assuntos Regulatórios por Artur João Gradim

Do fundo do poço à visão do céu azul

Pior não pode ficar? Ledo engano. Pode sim. Este é o dia a dia que vivemos atualmente em nossas empresas, à espera do deferimento e da publicação de registros no órgão regulador brasileiro, no qual grandes, médios, pequenos e microprodutores padecem do mesmo mal.

Ao concluir esta coluna, estaremos perto de concluir 170 dias de espera por um registro, um novo record” mundial de maior espera pelo deferimento de um produto, desde a criação da Anvisa, em 1999, quase quinze anos atrás.

Neste cenário, o lançamento das coleções primavera/verão, com produtos diferenciados, será no verão/outono, e a do Natal, embora igualmente período festivo, não dá para ser no Carnaval. Enfim, o tradicional calendário da indústria cosmética brasileira, segundo maior mercado consumidor do mundo, ficou realmente comprometido.

Com estoques de componentes abarrotados, campanhas publicitárias comprometidas e previsão de vendas reduzida para o período, associados às oscilações da política econômica e às novas previsões de um PIB “magrinho”, só nos resta pedir ao “bom velhinho” que o presente prometido chegue logo.

Se tudo der certo, este será o último ano de nossa torcida para que as estações do ano se estendam. Digo isso por causa da implementação do novo sistema de registro e notificação de produtos, que está em fase de ajustes fi nais para testes de implantação. Segundo previsões, a implantação será finalizada no decorrer do quarto trimestre deste ano.

Desenvolvido na plataforma SOA – Service Oriented Architecture –, sistema avançado de base de dados, permitirá uma radical mudança, para melhor, nos procedimentos realizados hoje para a análise das petições de registro de produto. O novo sistema foi pacientemente demonstrado pelo coordenador do projeto, ao grupo de trabalho do setor privado, constituído para participar de sua homologação. A Anvisa está aguardando definições para a publicar a resolução que irá incorporar essa nova ferramenta, destinada a afrouxar os parafusos enferrujados das engrenagens emperradas que constituem o atual sistema manual de registro de produtos, substituindo-o por um sistema totalmente informatizado.

O novo sistema irá trazer muitas mudanças em relação às práticas atuais. Por exemplo, irá acabar definitivamente o uso de papel nas transações das empresas com a Anvisa; irá permitir a solicitação de várias alterações simultâneas no produto, entre outras. Antes de finalizar as transações, o sistema irá apresentar a guia de pagamento correspondente aos serviços solicitados. O sistema já prevê a taxação futura dos produtos notificáveis.

A nova concepção do sistema de registros irá coibir, igualmente, de forma automática, as tentativas de notificar produtos de grau 2, que não acontece no sistema atual. Da mesma forma, abreviará o catastrófico tempo de registro de produtos para o máximo previsto na lei (90 dias), ao qual será submetido um pequeno grupo de produtos (alisantes, protetores solares e produtos de uso infantil). A análise técnica documental será mantida, só que de forma eletrônica, monitorada pelos analistas quanto ao tempo de análise e à qualidade do serviço prestado.

Em breves palavras, o novo sistema estará recheado de informações técnicas (listas positiva, negativa e restritiva, pareceres Catec, nova regulação de produtos infantis, lista de agrupamento de produtos e funções, tipos de embalagens primária e secundária, materiais, restrições, entre outras). O novo sistema irá avaliar a composição, de forma eletrônica, a qual chegará ao analista já com seu resultado e a verificação de sua conformidade, cabendo a este finalizar o processo e dar conhecimento ao interessado quanto ao resultado.

A inclusão de tonalidades, novos acondicionamentos, alterações de rotulagem, entre outros serviços que hoje não são considerados prioritários, com a implantação do sistema, igualmente merecerão o mesmo tratamento dado aos novos produtos, fato que igualmente ansiamos alcançar.

A boa nova é tão boa que nem demos muita atenção à revogação, ocorrida recentemente, do Decreto nº 79.094/76, que não tem mais nada a ver com cosméticos. Adeus concentrações de fragrâncias; tchau, tchau especificações de produtos em decretos; bye, bye pH 7,0-8,0 para shampoos infantis e para outros conceitos defasados que só nos trouxeram dissabores até as datas de sua revogação.

Este é o “azul” que vemos do fundo do poço, no qual estamos colocados. Só nos falta a escada (ainda em construção) para vislumbrá-lo de forma plena.

A proposta do novo sistema é boa e tem base sólida, e merece uma vez mais nosso voto de apoio e confiança. Desta vez, vai!

Gestão em P&D por Wallace Magalhães

P&D gerando valor

Em mais de trinta anos atuando no setor de cosméticos, nunca vi uma abordagem específica sobre o papel do P&D na geração de valor para a empresa. A atualização dos profissionais da área está sempre baseada em apresentação de formulações e ativos, mas nunca trata diretamente de um tema de importância capital que é o seu papel na geração de valor.

Vamos entender isso. As pessoas não compram produtos porque as empresas os fabricam. É exatamente o contrário. As empresas os fabricam porque as pessoas os compram. Essa regra simples muitas vezes é negligenciada ou aplicada de forma inversa. Em muitos casos, ao definir um novo projeto de produto, pensa-se em muitas coisas, menos nas pessoas que vão usá-lo no futuro. Não basta ter dados sobre o consumidor. Por ser um produto de saúde, o desenvolvimento de um novo cosmético exige que o consumidor seja visto como pessoa. É preciso entender, com embasamento científico, suas reais necessidades e trabalhar arduamente para supri-las. Não basta ter somente apelo de marketing. O produto competitivo deve atender às necessidades e às expectativas de seu público-alvo, expectativas essas que, muitas vezes, são despertadas pelo próprio produto. Não tenho nada contra o apelo de marketing, mas, no produto, ele tem de vir devidamente acompanhado de competência técnica, cumprindo sua finalidade e atendendo às expectativas do consumidor da maneira mais clara possível.

Precisamos lembrar por que os cosméticos existem. Não há como negar que o aspecto estético é o primeiro atributo avaliado em uma pessoa, antes mesmo do seu conhecimento ou de sua conduta. E isso está diretamente relacionado com a aparência da pele e de seus anexos. Além da inquestionável necessidade de obter um nível adequado de higiene, que é uma das bases da saúde e do bem-estar, a grande maioria das pessoas compra cosméticos para ter um perfil estético no mais alto patamar possível. E é esse “otimismo biológico” que gera o interesse das pessoas por cosméticos. Como esse processo não é totalmente racional, as pessoas ficam sujeitas a estímulos e sugestões. Se um produto gera um nível de expectativa só baseada em apelos e publicidade, sem a devida competência de sua formulação, ele certamente falhará na hora mais importante, que é quando o consumidor for usá-lo.

Para entender melhor a definição de valores, vou resumir a comercialização de um cosmético em três etapas. A primeira etapa é quando o produto vai para o comércio. Nesse processo, ele será avaliado por critérios nos quais pesarão mais os aspectos comerciais, como margem de lucro, preço, publicidade e prazo de pagamento. A segunda etapa é quando o consumidor avalia o produto antes de adquiri-lo. Aqui os critérios são outros: contam a finalidade, a utilidade, o aspecto, o cheiro, o preço, a embalagem, a arte, os ingredientes e, principalmente, as expectativas geradas por esse conjunto de valores. A terceira e última etapa ocorre quando o consumidor, que já comprou, usa o produto.

A primeira etapa é a que gera a receita real para a fábrica e, em uma visão imediatista, é considerada como a de maior importância. Em uma visão um pouco mais ampla, numa outra estapa, há a aplicação de recursos em colaboração com o comércio, sob a forma de publicidade, de promoções e da disponibilização de promotoras, visando girar o estoque e gerar nova receita para a fábrica, o que é bem razoável e legítimo. Como essas etapas estão diretamente relacionadas com a receita, pode haver uma exagerada concentração de recursos nessas duas fases, em prejuízo daqueles que deveriam ser direcionados para a produção e, principalmente, para o desenvolvimento. Se não houver um equilíbrio entre publicidade, apelo de marketing, preço e competência técnica, o produto poderá falhar na terceira etapa e não atender às expectativas do consumidor. Muito provavelmente, se isso acontecer, o produto não será comprado novamente. O consumidor insatisfeito pode, com todo o direito, fazer propaganda negativa e “contaminar” muitas pessoas com sua insatisfação.

E, com as redes sociais, o alcance vai muito além do seu círculo de relacionamento diário. Daí a importância do P&D na geração de valor. Para tanto, é recomendável que seu trabalho não se restrinja à bancada. Esse setor deve participar desde o início da ideia. Isso vai contribuir para que o projeto nasça com características baseadas em conhecimento científico e não só em apelo de marketing, e para que o produto tenha competência técnica para satisfazer o consumidor. Portanto, há de se valorizar o P&D. E não por generosidade, mas por valor.




Carlos Alberto Trevisan
Boas Práticas por Carlos Alberto Trevisan

Validação

A revisão da Portaria nº 348, de 1997, que trata das Boas Práticas de Fabricação e Controle, que já foi aprovada no âmbito do Mercosul, está para ser publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Dentre as grandes alterações incluídas na revisão, está um tópico que, tenho certeza, vai causar grande reboliço no setor, pois obrigará as empresas a realizarem a validação de alguns dos seus processos. Esse fato vai promover importantes consequências no sistema da qualidade, motivo pelo qual, nas próximas colunas, apresentarei tópicos que, espero, possam ajudar as empresas no início dos estudos para que realizem suas validações.

A validação é definida universalmente como “o estabelecimento de evidências documentadas, que forneçam alto grau de confiabilidade de que um processo vai produzir um produto, de forma consistente, que atenda às especificações e aos atributos pré-determinados de qualidade”.
Uma das primeiras observações que devemos fazer quanto à validação é a necessidade do envolvimento de toda a empresa na formação de uma equipe, que tenha característica multidisciplinar, atividade autônoma e conheça claramente os objetivos da política de validação.
As atividades da validação impactam, totalmente, a rotina das várias áreas envolvidas, de forma direta ou indireta.

Historicamente, a realização da validação apresenta grandes não conformidades em razão da avaliação incorreta ou incompleta do objetivo da validação.
Devo ressaltar que a falta de critérios de aceitação da validação previamente definidos, a falta de recursos e, em alguns casos, a ausência de uma avaliação de risco, podem comprometer seriamente o processo de validação.

Destaco os benefícios que o processo de validação proporciona à empresa, como: otimização, melhorias e maior conhecimento dos envolvidos no processo e, portanto, no Sistema da Qualidade como um todo.

A validação é também um requisito para o cumprimento das diretrizes regulatórias e para que as empresas recebam a Certificação de Boas Práticas de Fabricação e Controle. Entre as validações que devem ser realizadas pela empresa, constantes na mencionada revisão, podem ser citadas a validação da limpeza e a do sistema computadorizado.

Limpeza

Consiste na avaliação dos riscos de limpeza. A avaliação considerará todas as possíveis ocorrências que causem dificuldade ou possibilitem falhas para a realização das atividades de validação. Essa validação requer os procedimentos a seguir.

- O protocolo de validação estabelecido deve ser acordado antes da produção dos lotes.

- Os parâmetros críticos do processo devem ser monitorados, com as devidas anotações e as amostras devidamente coletadas.

- O relatório final de validação deve conter um sumário com todas as informações obtidas durante a validação, com a inclusão, se houver, das não conformidades que porventura tenham ocorrido e com a conclusão quanto à validação ou não da limpeza.

Sistemas computadorizados

Para a validação desses sistemas é necessário:

- Obter o inventário do sistema computadorizado existente na empresa e dos riscos existentes que se referem aos softwares e aplicativos.

- Fazer a avaliação dos riscos existentes nos pontos críticos do sistema.

- Definir, claramente, os requisitos do usuário no que se refere à função, ao projeto do software e às especificações do hardware existente.

- Criar os protocolos de qualificação de instalação (QI), qualificação de operação (QO) e avaliação de desempenho (PQ).

- Realizar os testes estabelecidos, com os respectivos registros e avaliações.

- Confeccionar o relatório final, com o sumário no qual constem todas as informações obtidas durante a validação, com a inclusão, se houver, das não conformidades que porventura tenham ocorrido e a conclusão quanto à validação ou não do sistema computadorizado.

Outras validações exigidas são a do sistema de água e a da metodologia analítica, sobre as quais comentarei nas próximas colunas.

Apenas como introdução do próximo capítulo, comentarei o denominado Plano Mestre de Validação (PMV). Este é o documento mais importante para a política de validação, pois nele se encontram as normas gerais que devem ser aplicadas na realização das atividades de validação.

É no PMV que encontramos o que deverá ser validado, como será realizada a validação, qual documentação será necessária, quais registros serão obtidos etc.

Valcinir Bedin
Tricologia por Valcinir Bedin

Cabelos e sistema glandular

Quando falamos em cabelos, logo pensamos nas glândulas sudoríparas e sebáceas que existem em abundância no couro cabeludo. Mas não vou falar sobre essas estruturas, que são responsáveis pela formação do manto hidrolipídico, aquela proteção natural da pele, formada pelo suor e pelo sebo.

Vou falar sobre o sistema glandular como um todo.
As glândulas são feitas por células diferenciadas que, cada uma a seu jeito, produzem uma substância, o hormônio, que é jogada dentro de um vaso ou de algum órgão do nosso organismo. Esse hormônio é que vai fazer o seu trabalho, próximo ou distante de sua origem, mas sempre com uma importância fundamental.

As glândulas do sistema glandular do nosso corpo estão praticamente todas ligadas e são interdependentes, isto é, quando uma glândula não funciona bem, outras também acabam não funcionando tão bem como deveriam. O sistema glandular é semelhante a um sistema elétrico, pois, quando ocorre um curto circuito em algum ponto, todo esse sistema fica prejudicado.

Mas, e os cabelos, o que têm a ver com isso tudo?
Os cabelos sofrem muito com a interferência dos hormônios, não apenas os sexuais, que são muito conhecidos, mas de todos os que integram o sistema glandular. Por uma questão didática, lembrarei de cada uma delas adotando o eixo cefálico-caudal, isto é, vou começar por aquelas que ficam na cabeça e terminarei com aquelas que ficam quase fora do corpo.

No centro de nossa cabeça existe uma glândula chamada hipófise, que produz um hormônio chamado prolactina. Como o nome indica, esse hormônio tem estreita relação com a produção do leite nas mulheres. Quando esse hormônio está elevado, pode indicar a presença de um tumor.
Este, mesmo se for benigno, pode fazer que os cabelos caiam.

Na região do pescoço se localiza a tireoide, que produz os hormônios tireoideanos, conhecidos como T3 e T4. Alterações nesses hormônios produzem as conhecidas doenças da tireoide, como o hipotireoidismo e o hipertireoidismo. Tumores também podem ocorrer nessa região. Se ocorrerem essas doenças, os cabelos podem ficar ressecados, quebradiços e cair.

As glândulas suprarrenais ou adrenais estão localizadas sobre os rins. O nome indica que elas produzem a adrenalina – que interfere em todas as outras funções do corpo. Essas glândulas também são responsáveis pela produção de hormônios sexuais, como a testosterona, a androstenediona e o sulfato de deidroepiandrosterona, conhecidos como andrógenos, que têm muita importância na queda dos cabelos e na calvície, tanto masculina quanto feminina.

As mulheres têm ovários, que produzem hormônios sexuais (os folículos estimulante e luteinizante) que, quando alterados, podem alterar os cabelos. Já os homens têm testículos, que ficam na bolsa escrotal para se manter em temperatura mais baixa do que a corporal. No corpo, a temperatura fica em torno de 37oC; já na bolsa escrotal, deve ficar em torno de 35oC. Neles são produzidos parte dos hormônios sexuais masculinos que completam aqueles produzidos nas suprarrenais. É claro que qualquer alteração nesses hormônios pode levar a problemas capilares.

Não podemos esquecer o fígado, a maior glândula do corpo humano, que produz uma série de hormônios, os quais interferem em várias áreas do nosso corpo. Também devemos lembrar de uma glândula especial, a SHBG, uma globulina carregadora de hormônios sexuais, que, quando está aumentada, pode ser responsável pela queda de cabelos experimentada por muitas mulheres que, aparentemente, não têm nenhum outro problema.

As alterações capilares podem ser o primeiro sinal clínico de que algo não está bem no sistema glandular, portanto, é muito importante ficar atento ao surgimento de qualquer alteração nessa área, e não se deve ficar esperando, quando esta ocorre, para ver o que vai acontecer.

Todos sabem que o melhor remédio é a prevenção, e a procura rápida pela correção de qualquer distúrbio pode ser a diferença entre a cura e a instalação de uma doença crônica.

Antonio Celso da Silva
Embale Certo por Antonio Celso da Silva

Integração empresa e universidade

Na semana passada, ministrei uma palestra na Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, a convite da organização do II SIUIN (Simpósio de Integração Universitária à Indústria).

Nós ouvimos tanto falar da necessidade de aproximação da universidade com a indústria, mas efetivamente, na prática, o que vemos são duas partes que precisam uma da outra, mas ainda estão muito distantes. A universidade e a indústria parecem dois namorados tímidos, vivendo um amor platônico. É óbvio que esse trabalho existe com algumas poucas indústrias de cosméticos, com alguns fornecedores de matérias-primas e com poucas universidades.

Também vemos trabalhos de pesquisa interessantíssimos sendo desenvolvidos nas universidades e que poderiam resultar em produtos cosméticos de eficácia comprovada. Existem trabalhos de doutorado e mestrado, alunos dedicados e professores incansáveis, mas os resultados raramente aparecem nas indústrias de cosméticos de ponta.

Nota-se, também, que as universidades do Norte e do Nordeste têm belos e sérios trabalhos de pesquisa prontos para serem aproveitados pela indústria cosmética. Contudo, o “mundo” cosmético está no Sul e no Sudeste e as dificuldades que essas universidades encontram para fazer parcerias com empresas se tornam gigantescas por causa do problema logístico.

Sabemos que há o incentivo do governo para que as universidades realizem pesquisas. Porém, efetivamente, esse é um assunto que precisa ser mais divulgado e mais usado tanto pela universidade quanto pela indústria.

Em relação às universidades do Sul e do Sudeste, os trabalhos de pesquisa também são excelentes e, nesse caso, a logística da proximidade dessas instituições em relação às empresas de cosméticos deveria facilitar a parceria entre elas e efetivas aplicações em novos produtos.

Essa logística se explica quando vemos a distribuição das indústrias de cosméticos legalizadas e registradas na Anvisa, por região: Sudeste, 1.454; Sul, 449; Nordeste, 231; Centro-Oeste, 163; e Norte, 45.

Outro fato notório é que normalmente são sempre as mesmas empresas, sejam de matéria-prima, sejam de produto acabado, que realizam trabalhos com as universidades. Nota-se também que as universidades escolhidas, por uma razão ou outra, são sempre as mesmas.

É importante salientar que o trabalho de pesquisa das universidades, quando são usadas plantas da biodiversidade brasileira e pela indústria, ficou seriamente comprometido por causa das exigências e penalidades do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN). Mas não me cabe abordar ou aprofundar esse assunto aqui.

Fiz essa breve abertura para que vocês possam entender o que vou colocar na sequência.

A exemplo do que acontece nos desenvolvimentos de produtos na indústria, na qual a atenção é total para o produto, os dados físico-químicos, os apelos de marketing, os testes de estabilidade, a segurança, a eficácia, o atendimento, a legislação etc., ficando a embalagem em segundo plano, vejo que na universidade o problema se repete. É óbvio que, nas pesquisas de universidades, o foco é o resultado efetivo de um ativo, de um preservante, de um doador de viscosidade etc., e a possibilidade da aplicação destes em um produto acabado.

Porém, é preciso que, pelo menos, exista o conhecimento de que é necessário realizar testes de compatibilidade entre o produto e a possível embalagem primária que vai contê-lo.

Quero dizer, com isso, que um trabalho de pesquisa que tenha durado anos pode ser colocado em cheque se o produto final for testado em uma embalagem cujo material for incompatível com o ativo pesquisado e o pesquisador desconhecer que incompatibilidades podem ocorrer. Esse resultado de incompatibilidade pode ser confundido com problemas não detectados na pesquisa.

Alterações de cor, odor, aparência, pH do produto, migração, “chupamento” ou estufamento da embalagem são alguns dos problemas que podem ter como origem a incompatibilidade da embalagem com o produto. Também existe a possibilidade de contaminação microbiológica, que pode ser atribuída a problemas na formulação do produto, mas, na verdade, ser causada por uma embalagem contaminada, usada nos testes de compatibilidade.

Sabemos também da dificuldade que as universidades encontram para conseguir matérias-primas para complementar uma pesquisa. Mas o pior é a dificuldade de (as universidades obterem embalagens, considerando que os fabricantes destas raramente fornecerão amostras se souberem que não existe a possibilidade de uma futura compra desses produtos. Isto não ocorre com as indústrias.

Finalizando, um trabalho completo de pesquisa nas universidades, cujo objetivo final é ver um ativo pesquisado em um produto cosmético, deve necessariamente considerar a compatibilidade entre os produtos e suas respectivas embalagens primárias.


Luis Antonio Paludetti
Manipulação Cosmética por Luis Antonio Paludetti

Cosmetovigilância Magistral

Quem acompanha o mercado cosmético deve ter percebido uma tendência interessante.

Há vários anos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vem tomando medidas em relação à proteção do consumidor, no que se refere à segurança e à informação relativas aos cosméticos comercializados no Brasil. A proibição do formol, a obrigatoriedade da inscrição de alérgenos em dizeres na rotulagem e muitas outras medidas são exemplos disso.

Entre essas medidas, uma que parece ser importante e poderia ser muito ampliada é a cosmetovigilância.

A cosmetovigilância foi estabelecida nos termos da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 332/05 e está fundamentada, basicamente, em três pilares:

1) O acesso a produtos cosméticos é livre e cada vez mais disseminado por causa do crescimento do poder aquisitivo da população brasileira nos últimos anos.

2) Por causa de essões mercadológicas, os cosméticos são utilizados cada dia mais cedo, e mesmo crianças já utilizam algum tipo de cosmético.

3) Atualmente, a “policosmética” vem ganhando expressão. (Permitam-me definir policosmética como o uso concomitante ou sequencial de diversos produtos cosméticos, combinados ou não com medicamentos.)

É evidente que esses fatores, quando combinados, podem aumentar os riscos associados ao uso de produtos cosméticos.

Assim, a cosmetovigilância deveria possibilitar a tomada de ações de caráter preventivo e corretivo, em relação à proteção da saúde da população, pelas autoridades sanitárias.

Mas, será que só isso é suficiente? Vamos ver a questão por outro ângulo.

Há alguns anos, a Anvisa definiu critérios para a farmacovigilância que envolvem três atores fundamentais: os hospitais-sentinela, as indústrias farmacêuticas e as farmácias notificadoras. Essa tríade, somada ao sistema “Notivisa”, permitiu à agência criar uma rede de notificações que praticamente cerca qualquer possível problema com medicamentos. A meu ver, esse programa é eficiente e promove realmente a proteção da saúde da população.

Quando comparamos o programa de farmacovigilância ao programa de cosmetovigilância, percebemos que o segundo não tem atores equivalentes aos hospitais-sentinela e às farmácias notificadoras, ou seja, o programa se fundamenta em dados obtidos no Serviço de Atendimento ao Consumidor dos fabricantes.

Isso é suficiente?

Eu acredito que não, e, por esse motivo, gostaria de propor uma ideia para ser debatida: se deveria ser implantado um programa de cosmetovigilância que incluísse farmácias com manipulação e estas se tornassem farmácias notificadoras de problemas adversos de cosméticos e medicamentos, nos mesmos moldes das farmácias notificadoras atuais.

Muitos dirão: não há necessidade de se fazer isso!
Eu, humildemente, discordo.

Quando analisamos a questão do risco sanitário é óbvio que medicamentos, mesmo os isentos de prescrição, apresentam riscos muito maiores que os cosméticos. Contudo, deve-se considerar que o uso de cosméticos é muito mais extenso que o de medicamentos. Faça uma rápida análise e você constatará que uma pessoa normal utiliza entre cinco e dez cosméticos ao dia, sendo que pelo menos um deles é de risco 2 (protetor solar, geralmente). Consumidores mais contumazes podem consumir até 20 produtos cosméticos ao dia, sem perceber. É difícil – quase impossível – encontrar uma pessoa que use essa quantidade de medicamentos, ou seja, apesar de os cosméticos apresentarem risco menor de causar problemas, a quantidade de sujeitos envolvidos é enorme, o que justifica a existência de uma cosmetovigilância tão efetiva quanto a farmacovigilância.

“Mas não há muitos relatos de casos que justifiquem isso”, afirmarão alguns. Bem, quantos casos de problemas com cosméticos ocorrem e não são notificados simplesmente porque o consumidor nem imagina que estes decorram dos cosméticos?

Quantos casos ficam sem notificação porque o consumidor não tem tempo ou paciência de ligar para o SAC da indústria cosmética? Quantas indústrias cosméticas tem um SAC que realmente funciona como notificador?

As farmácias com manipulação notificadoras já estão preparadas para a cosmetovigilância, pois contam com profissionais competentes, habilitados e disponíveis para atender a população. Elas já fazem farmacovigilância...

As farmácias com manipulação estão de portas abertas, são acessíveis e podem ser mais um instrumento de promoção da saúde, agora na área da cosmética.

É só uma questão de querer para fazer que a cosmetovigilância magistral saia do papel e se torne uma realidade.

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