Pet Care

Edicao Atual - Pet Care

Editorial

Desafios à vista

A desaceleração da atividade econômica, o atual cenário infl acionário e a retração dos negócios na indústria compõem um cenário complexo para o próximo ano. Sabemos que a economia brasileira precisa voltar a crescer, que é necessário recuperar a confi ança do empresariado e aumentar os níveis de investimentos, e que é fundamental controlar a inflação. Em face dessa desafiadora equação e à espera das medidas de ajuste que poderão ser adotadas pelo governo, o momento é de expectativa.

Não há como ignorar os sinais de que virão tempos provavelmente difíceis pela frente. Em alguns setores, contudo, o receio ante ao que está por vir tem como contrapontos bons índices de crescimento e números favoráveis. Matéria publicada no portal da revista Veja, em outubro deste ano, destaca que o setor cosmético, apesar do panorama econômico e dos prognósticos desanimadores, segue “blindado” contra tais adversidades.

A reportagem menciona a expectativa de crescimento de 11,8% para o setor em 2014, o que signifi ca faturamento de R$ 42,6 bilhões (segundo dados da Abihpec).

Esta edição de Cosmetics & Toiletries Brasil traz, na matéria de capa, um panorama do segmento de pet care. O mercado voltado ao cuidado de animais de estimação cresceu vigorosamente nos últimos anos. Atualmente, oferece uma ampla gama de produtos e serviços para a higiene e o embelezamento dos pets, com foco na saúde e no bem-estar dos bichinhos. A seção “Persona” apresenta a trajetória de Maria Valéria Robles Velasco, que soma mais de 20 anos de carreira acadêmica na Universidade de São Paulo – a maior parte desse período dedicada à área de cosmetologia. Em “Panorama”, confi ra o potencial produtivo do Centro-Oeste brasileiro, região que vem apostando na diversifi cação da indústria.

Nesta edição, os artigos apresentam: uma revisão sobre terapias terciárias para retardar o envelhecimento cutâneo, ativos antienvelhecimento e pele sensível; o desenvolvimento de sabonetes líquidos contendo óleo de copaíba e própolis, para o controle da acne; e um relatório sobre a obtenção de esqualano a partir da cana-de-açúcar.

Boa leitura!

 

Hamilton dos Santos
Publisher

Envelhecimento Cutâneo: Terapias Terciárias - T Andreani e AM Silva (Centro de Investigação e Tecnologia Agroambientais e Biológicas (Citab-Utad), Vila Real, Portugal); JM Santos e JF Fangueiro (Universidade Fernando Pessoa (FCS-UFP), Porto, Portugal); MCT Truiti (Universidade Estadual do Maringá, Paraná, Brasil); e EB Souto (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal)

O recurso de utilizar terapias terciárias no combate ao envelhecimento cutâneo tem crescido exponencialmente, sendo uma alternativa às tradicionais formulações dermocosméticas. Este artigo visa fornecer informações sobre diferentes técnicas utilizadas na medicina estética e em dermatologia, de forma a obter um aspecto melhor dos sinais de envelhecimento intrínseco.

El uso de terapias terciarias contra la piel anti-envejecimiento ha crecido exponencialmente, como una alternativa a las formulaciones tradicionales dermocosméticas. En este artículo se proporciona información acerca de las diferentes técnicas que se utilizan en la medicina estética y en dermatología, con el fin de obtener un aspecto mejorado de los signos del envejecimiento intrínseco.

The use of tertiary therapies against anti-aging skin has grown exponentially, as an alternative to traditional dermocosmetic formulations. This article provides information on the different techniques used in aesthetic medicine and in dermatology, in order to obtain an improved aspect of the signs of intrinsic aging.

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Ativos Antienvelhecimento - Art Georgalas (Georgalas Endeavors LLC, Warwick, NY, EUA)

Neste artigo, o autor analisa os bem conhecidos ingredientes naturais e os ativos idênticos aos naturais utilizados em formulações antienvelhecimento, além de introduzir alguns ativos derivados de materiais botânicos.

En este artículo, el autor comenta con respecto a los conocidos activos naturales y idénticos a los naturales contra el envejecimiento cuidado de la piel, además de introducir algunos otros activos derivados botánicos.

In this article, the author reviews well-known natural and nature-identical anti-aging skin care actives, besides to introduce some other botanically derived actives.

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Estresse Oxidativo e sua Relação com Peles Sensíveis - Valéria Maria Di Mambro, Márcio Lorencini (Grupo Boticário, São José dos Pinhais PR, Brasil)

Algumas das causas da pele sensível são o dano na função de barreira do estrato córneo e a presença de inflamação. Esses fatores podem ter relação com o estresse oxidativo da pele, causado pela presença de radicais livres e que pode levar à exacerbação dos sintomas da pele sensível.

Una de las causas del piel sensibles son el daño na función de barrera de la capa córnea y la presencia de inflamación. Estos factores pueden hacer la conexión con el estrés oxidativo de la piel causada por la presencia de radicales libres, y que puede conducir a la exacerbación de los síntomas de piel sensible.

Some of the causes for sensitive skin are the damage in stratum corneum barrier function and the inflammation presence. These factors may make connection with the oxidative stress of the skin caused by the presence of free radicals and which may lead to exacerbation of the sensitive skin symptoms.

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Sabonete com Óleo de Copaíba e Própolis para Controle da Acne - L A Luchesi e R Bortolon Grassi de Carli (União de Ensino do Sudoeste do Paraná (Unisep), Dois Vizinhos PR, Brasil)

Formulações de sabonete líquido contendo óleo de copaíba e extrato hidroalcoólico de própolis, em diferentes concentrações, foram desenvolvidas para o controle da P. acnes. Avaliações da atividade antimicrobiana in vitro mostraram resultados satisfatórios na inibição do patógeno.

Formulaciones de jabones líquidos contienendo aceite de copaiba y extracto hidroalcohólico de propóleos en diferentes concentraciones fueron desarrolladas, la evaluación de la actividad antimicrobiana in vitro, muestraron resultados satisfactorios en la inhibición del patógeno.

Acne is an infl ammatory disease triggered mainly by the proliferation of Propionibacterium acnes. Being developed liquid soaps containing copaiba oil and hydroalcoholic extract of propolis in different concentrations, evaluating the antimicrobial activity in vitro against P. will acnes, by disk agar diffusion, obtaining satisfactory results in inhibition of the pathogen.

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Esqualano a Partir da Cana-de-Açúcar Brasileira - Derek McPhee, Armelle Pin, Lance Kizer, Loren Perelman (Amyris Inc., Emeryville, CA, EUA); e João Paulo Passador Rossi (Amyris Brasil, Campinas SP, Brasil)

O esqualano, emoliente com propriedades hidratantes e sensorial único, é um ingrediente cosmético altamente valorizado pelos formuladores. Este artigo descreve um processo produtivo inovador, com base em uma plataforma de biotecnologia, a partir de uma fonte renovável: a cana-de-açúcar.

El escualano, emolientes con propiedades humectantes y tacto único, es un ingrediente cosmético muy apreciado por los formuladores de cosméticos. Este artículo describe un nuevo proceso de fabricación basado en la biotecnología, partiendo de un material renovable y sustentable, la caña de azúcar.

Squalane, high quality emollient due to its exceptional moisturizing properties and unique feel, is a highly valued cosmetic ingredient. This article describes how a novel biotechnology-based manufacturing process now provides access to this product from sugarcane.

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John Jimenez
Tendências por John Jimenez

Petmetics

Everybody’s best friend”. Os animais de estimação são parte importante de nossas vidas. Gatos e cachorros são vistos como membros da família, são queridos e mimados. Isso pode ser comprovado ao observarmos o constante crescimento da categoria Pet Care em muitos países. Hoje em dia, mais pessoas têm animais de estimação e, portanto, são maiores os gastos com manutenção, comida e produtos básicos como os de higiene, além de produtos de linhas premium e inovadores.

De acordo com a American Pet Product Association (APPA), os americanos gastaram no segmento US$ 47,7 bilhões só em 2010, e o mercado está projetado em US$ 75 bilhões para 2017, considerando que o número estimado de famílias que possuem animais de estimação tem aumentado 4% a cada ano.

Diversos estudos demonstram que ter animais de estimação é um hábito saudável. Um cachorro ou gato sempre será um companheiro carinhoso que ajudará a reduzir o estresse e a pressão arterial. Por essa e outras razões, as pessoas gastam mais dinheiro com seus animais de estimação mesmo em períodos de crise! Este mercado mostra tendências muito interessantes, como veremos a seguir.

Pet-à-porter: As tatuagens são a nova moda canina e felina que invade as ruas. As pessoas querem que seus animais de estimação se destaquem quando saem de casa e que sejam o centro das atrações.

Home spa: Sabonetes de luxo, produtos de aromaterapia para relaxar e estimular, óleos essenciais, shampoos especiais, condicionadores que realçam o brilho dos pelos, fragrâncias finas, tônicos antiamarelamento para pelos brancos, produtos para o cuidado dos ouvidos, enxaguadores bucais, maquiagem capilar e mechas de cabelo, entre outros, começam a ser lançados com conceitos mais tecnológicos e divertidos.

Pawdicure: Unhas artísticas para cachorros. Polish pens (esmaltes em forma de canetinha), em diversas cores e texturas e com secagem rápida, continuam sendo tendência para os desenhos em unhas. Os cachorros aproveitam agora sessões com manicure no salão de beleza. É a consolidação de uma nova moda para o estilo canino. Há muitos blogs em que as pessoas postam fotos dos novos desenhos e compartilham ideias.

Petorganics: Alimentos naturais, como cenoura, guloseimas com certificações orgânicas feitas com ingredientes como farinha de aveia orgânica, doces feitos com frutas orgânicas e molhos também orgânicos.

Pet slimming classes: Recentes relatórios indicam que a taxa de obesidade nos animais de estimação chegou a níveis recordes e é uma das maiores preocupações dos donos. Já vemos no mercado aulas para reduzir o peso dos animais de estimação. Os doggy gyms são as academias para cachorros, que começam a se tornar comuns em muitas cidades.

Doga (Dog Yoga): Por meio da meditação, de massagens suaves e de alongamentos, busca-se uma maior harmonia. Acupuntura canina e música também fazem parte das práticas que pretendem melhorar o estilo de vida do animal. No Doga, os cachorros e seus donos funcionam como uma unidade.

Paw-tisserie: Em cidades como Nova York, há padarias com produtos recém-saídos do forno para mimar os animais de estimação.

Hospedagens caninas: Marcas de hotelaria cinco estrelas têm oferecido seus serviços aos animais de estimação: camas ortopédicas, jardins adaptados para eles, cardápio especial preparado por um chef e produtos cosméticos relaxantes com fragrâncias que tranquilizam e eliminam o estresse do animal.

Barkday parties: Festas de aniversário para cachorros. Também estão na moda os dog-friendly bars, que são bares aos quais se pode levar cachorro.

Pet-centric make-up: Animais de estimação com maquiagem excêntrica que acompanham os famosos em festas temáticas.

Pet training apps: Novos aplicativos para celular que facilitam o treinamento diário e, além disso, dão instruções sobre primeiros socorros.

Pet-scriptions plans: Creches com serviço porta a porta, produtos de SPA com serviço em domicílio, clubes para treinamento diário, cabeleireiro e manicure em casa. Cada vez mais clubes e instituições oferecem serviços personalizados para os animais de estimação.

Petmetics = Pet + Cosmetics. Pet fashion se consolida como uma divertida forma de mimar e cuidar dos nossos amigos peludos. Os animais de estimação têm necessidades em certos casos similares às humanas. A ciência cosmética também orienta seus esforços para o cuidado animal e, portanto, há muitas oportunidades de inovação nessa categoria.

Gestão em P&D por Wallace Magalhães

Cadastro técnico

O cadastro técnico é certamente o elemento “não humano” mais importante do P&D e de Assuntos Regulatórios. Porém, ele não tem recebido a devida atenção em um grande número de indústrias brasileiras de cosméticos - nem por parte dos gestores, nem dos técnicos. Isto é preocupante porque é no cadastro técnico que o trabalho de desenvolvimento e regularização se inicia, acontece e finaliza. Tudo deve estar criteriosamente registrado ali. É necessário que ele tenha um padrão específico e que o acesso ao seu conteúdo, sua manutenção e a aplicação de suas informações sejam adequadamente protegidos. Não é só uma obrigação regulatória, mas também uma conveniência tecnológica e econômica, porque fundamenta todo o processo produtivo, abrangendo produção e qualidade.

No nosso caso, podemos definir cadastro técnico como o conjunto de informações referentes a um determinado assunto, insumo ou produto. É composto por:

1. Métodos de Análise
2. Protocolos de Testes de Estabilidade
3. Protocolos de Testes de Segurança e Eficácia
4. Testes e Resultados
5. Cadastro de Fornecedores
6. Cadastro de Ingredientes
7. Cadastro de Formulações
8. Cadastro de Embalagens
9. Cadastro de Produtos Acabados
10. Dossiê de Produto
11. Processo de Notificação e Registro de Produtos
12. Cadastro de Cosmetovigilância

Métodos de Análise: são as técnicas utilizadas para detalhar e verificar a especificação de insumos, formulações e produtos, incluindo as amostras submetidas a testes de estabilidade, segurança e eficácia. Um método ruim gera especificações e verificações inconsistentes, que podem causar erros e defeitos. Estes, por sua vez, podem até comprometer os resultados da empresa.

O documento que instrui um método de análise deve conter identificação, edição, aprovação, revisão, referência bibliográfica, materiais, procedimentos e forma de expressar resultado - tudo em um formulário com modelo padronizado. Todos os documentos que tenho visto contemplam estes tópicos, porém alguns fatos têm chamado minha atenção. Na maioria dos casos, falta fazer a complementação do conteúdo com a teoria que fundamenta o método. Ela é importante para a avaliação crítica e a aplicação correta do método.

Em avaliações organoléticas, tenho visto que os documentos são muito resumidos e que sua realização é, normalmente, feita de maneira pouco protocolar (para não dizer relaxada). Na avaliação do aspecto visual de um material, a preparação da amostra deve estar bem instruída, com definição de recipiente, quantidade, ângulo de observação, fundo e tipo de iluminação. Todas estas variáveis devem ser tratadas para que o resultado seja consistente. No caso de uma solução transparente, por exemplo, uma turvação discreta somente poderá ser observada se o ângulo de visão tiver a profundidade adequada.

Na avaliação de cheiro - que normalmente é feita comparando- se amostra e padrão -, é necessário padronizar também algumas variáveis. A primeira variável é o espaço vazio deixado nos frascos do padrão e da amostra. Em tese, quanto menor for esse espaço, menor será a variação. A segunda é lembrar que a amostra deve ser acondicionada preferencialmente em um frasco similar ao do padrão. Ao avaliar amostras como perfumes ou essências, há de se considerar a ”explosão” do cheiro originado na amostra e no padrão logo que os frascos são abertos. É adequado avaliar também em momentos distintos.

Tenho sentido falta, ainda, do uso de recursos que aprimorem a capacidade das avaliações organoléticas. Recentemente, acompanhando o desenvolvimento de um shampoo opaco formulado com bases prontas, ocorreu uma separação de fases na amostra da estufa. Na avaliação do aspecto da amostra mantida em temperatura ambiente, o resultado estava registrado como adequado. Então, pedi para aplicar uma pequena quantidade do produto sobre uma lâmina de vidro, deixando que escorresse para formar uma fina camada. Em seguida, avaliamos a porção escorrida com auxílio de uma lupa, sob boa iluminação e contra a luz natural da janela. Foi possível observar muitos grumos, tanto na amostra do ambiente como na da estufa. A mesma coisa foi feita com o produto usado como referência. Observamos que neste, de estabilidade adequada, os sólidos dispersos tinham tamanho regular e estavam finamente dispersos. Concluímos que deveríamos ajustar o processo de preparação até que fosse obtido o mesmo padrão de dispersão do produto referência. Assim, o problema de estabilidade foi resolvido.

Nas próximas edições, trataremos dos demais componentes do cadastro técnico.

Assuntos Regulatórios por Artur João Gradim

Pedidos para o Natal

No imaginário de cada um ainda há algumas recordações de uma fase lúdica incrível de nossas vidas, quando falar ou escrever nossos desejos ao simpático Papai Noel nos dava a certeza de alcançar o que havíamos pedido, no dia de Natal.

Final de ano é assim também para os adultos, mesmo no íntimo daqueles que aparentemente se mostram céticos. É sabido que eles também elevam seus pensamentos com o desejo de algo melhor para o novo ciclo que está por chegar.

Assim, e buscando integrar-me ao momento, escrevi esta coluna de uma forma pouco usual para este momento crítico, a qual, no entanto reflete meu anseio e o de muitos, para não dizer de todos.

Três foram os pedidos endereçados ao Bom Velhinho:

- Primeiro, pedi que ele intercedesse de forma enérgica na Diretoria Colegiada (Dicol), da Anvisa, para que, nas reuniões de novembro e dezembro, finalizasse os detalhes já acordados quanto às alterações na RDC nº 4/14. Esses detalhes se referem à adoção de um novo procedimento para o peticionamento de produtos de Grau 2, sob um regime simplificado e praticável. Como também no que se refere às pendências represadas oriundas de petições de inclusão e modificação em produtos, pois a agência nos deixou falando sozinhos desde o colapso do novo sistema eletrônico.

Eu disse, na missiva ao Bom Velhinho que, se ele não conseguisse viabilizar esses meus pedidos, seria prejudicado por não ter produtos para presentear, enquanto por aqui continuaríamos com um “saco cheio” de problemas insolúveis.

- O segundo pedido eu fiz em decorrência dos reflexos das alterações a serem realizadas na RDC nº 4/14, e de sua consequente irradiação na RDC nº 222/06 – relativa aos preços públicos (taxas) cobradas pela Anvisa para os serviços prestados. Solicitei que o valor que venha a ser cobrado para as notificações seja palatável. Lembrei a Papai Noel que considerasse que mais de 70% (setenta por cento) de todos os produtos comercializados no mercado brasileiro pertencem ao Grau 2 e mais de 90% (noventa por cento) das 2.500 empresas produtoras existentes nesse segmento são micro e pequenas, e disse a ele que, por esses motivos, solicitava sua intervenção. “Chantageei” o velhinho de novo, afirmando que, com essas taxas, ele gastaria mais dinheiro para comprar os presentes, pois os produtos fi cariam mais caros também.

- Meu terceiro e último pedido, cá para nós, achei que era o mais fácil de ele realizar. Solicitei apenas ao Bom Velhinho que comparecesse à reunião aberta da Dicol e pedisse a esta para suspender de imediato a Consulta Pública nº 69/14, referente à inserção, na rotulagem dos produtos, dos dados da composição química dos produtos em português, com base na ação civil pública que está sendo movida pelo Ministério Público e em fase de julgamento em instâncias judiciais.

Esclareci a Papai Noel que se tratava de uma proposta conceitualmente absurda e inviável, independentemente da ampliação do prazo a ser concedido para atualizar a bibliografia referenciada (o Index ABC, desatualizado há 5 anos) e para inscrever os ingredientes de uso em produtos de HPPC na Denominação Comum Brasileira (DCB), que hoje contempla menos de 3% dos ingredientes usados no nosso segmento. E disse a ele para não esquecer que essa medida não pode atingir os ingredientes botânicos. Por convenção internacional, os produtos de origem vegetal jamais poderão estar descritos corretamente no vernáculo, uma vez que, desde 1952, o latim é utilizado para referenciar ingredientes de origem botânica. Isso vale para todas as áreas, inclusive as de medicamentos, alimentos, entre outras. O ICBN, sigla em inglês para o Código Internacional de Nomenclatura Botânica (o chamado Código de Estocolmo), por protocolo da comunidade científica, desde os tempos de Linné (1753), é escrito em latim, ordenado por gênero e espécie, entre outras particularidades, a exemplo da forma usada para a grafia, em itálico.

Pois é... Será que, além do Ministério Público e da Anvisa, outros segmentos da sociedade com menor conhecimento sobre essa matéria, como os consumidores, vão entender que parte da composição estará em português e parte em latim?

Será que isso será mais esclarecedor que o INCI, ou só ocupará um espaço... que não está disponível no rótulo de nossos produtos?

Espero que o Bom Velhinho entenda e atenda esses singelos pedidos. Prezado Papai Noel, não fique chateado com meus pleitos. Estou no aguardo das agradáveis notícias, que certamente virão como sempre chegaram naquele passado longínquo.

Feliz Natal a todos e um Ano Novo repleto de coisas boas!

Valcinir Bedin
Tricologia por Valcinir Bedin

Pelos e anexos em animais de estimação

A pele do ser humano tem três camadas: a epiderme (mais externa), a derme (intermediária) e a hipoderme, também chamada de adiposa, por conta das células de gordura, que são a grande maioria neste local.

Já nos cães a pele consiste em duas camadas de base: a epiderme (externa) e a derme (interna). A epiderme dos cães não é tão espessa como a dos seres humanos. Sua pelagem tem a mesma função de proteção da epiderme humana, que é mais espessa. A derme contém vasos sanguíneos, glândulas e folículos pilosos, a partir dos quais o cabelo cresce através da epiderme.

No homem, a derme e a epiderme estão ligadas por papilas (cumes), que proporcionam flexibilidade à pele. O cão tem poucos cumes, exceto sobre a pele grossa de seu nariz e as almofadas dos pés. Obviamente, um cão possui muito mais folículos pilosos que o homem, o que ajuda a fundir as duas camadas.

Quase todos os cães (exceto algumas raças “peladas”) são cobertos por uma camada espessa, feita de uma massa de cabelos individuais, sendo que cada um cresce a partir de um folículo. Na base do folículo, uma pequena papila produz queratina - a proteína fundamental do fio. Os fios crescem a partir de complexos de folículos de vários pelos, incluindo um primário, ou o cabelo “guarda”, pertencente ao revestimento exterior, mais grosso, e vários pelos secundários que constituem o sub-pelo, mais macio. A maioria dos folículos têm um pequeno músculo ligado a ele. Por causa do ângulo agudo deste músculo, sua contração faz com que o pelo do cachorro fique arrepiado. As glândulas sebáceas são geralmente ligadas a um folículo e são responsáveis pela oleosidade do pelo do cão. Elas produzem sebo, uma secreção que reveste o pelo para evitar o excesso de molhagem ou de secagem e protege o cão contra as mudanças de temperatura.

Alguns pelos sensíveis no corpo do cão têm folículos mais profundos, com um aumento de nervos e suprimento de sangue. São os seguintes: cilia (cílios), tragi (pelos da orelha externa) e vibrissae (bigodes e focinho).

Assim como no cabelo dos seres humanos, o pelo dos cães cresce o tempo todo, e a maioria deles perde pelos. Como nos homens, o ciclo básico de crescimento do cabelo é dividido em três fases: anágena, catágena e telógena.

Anágena é a fase ativa de crescimento do pelo. Uma vez que um fio atingiu o seu comprimento ideal, ele para de crescer. O cabelo ainda está ligado à papila - a fase catágena. Eventualmente, ela se contrai, soltando o fio antes que comece a crescer um novo pelo. Esta é a fase telógena, em que o fio muitas vezes é empurrado para fora por aquele que está nascendo. Estas fases de crescimento ocorrem em várias partes do corpo e em momentos diferentes. Por isso, o corpo parece estar sempre coberto de pelos.

Como pudemos observar, o que essencialmente difere pelos e cabelos é a quantidade. Podemos usar shampoos e condicionadores formulados com as mesmas bases feitas para humanos, lembrando que o nível de detergência tem de ser adequado à espécie e à sua idade. Um outro quesito importante é o odor. É preferível evitar a adição de perfumes a estes produtos, pois o olfato dos nossos pequenos amigos é muito mais apurado que o nosso, e isso pode se tornar um grande problema para eles.

Também é preciso ter sempre um cuidado especial no aparo e nos penteados dos pequenos animais. As vibrissas não devem ser cortadas, a não ser que estejam causando algum mal, pois elas ajudam no equilíbrio, e as garras devem ser lixadas com parcimônia, para que não deixem de exercer funções como a de defesa.

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Envelhecimento cutâneo

O processo de envelhecimento do organismo está relacionado a diversos fatores, tais como perda da capacidade funcional e de reserva, mudança da resposta celular aos estímulos, perda da capacidade de reparação e predisposição do organismo à doença. As células humanas têm capacidade finita de reprodução, entrando, então, no processo de senescência. A idade é paralela à senescência celular e tem o mesmo controle genético. Existem exceções, como as células germinativas, “stem cells” (totipotentes) e as células cancerosas, que se reproduzem sem parar, influenciadas por mecanismos ainda desconhecidos.

O telômero é a porção terminal do cromossomo eucariótico e o protege da degradação. Com o avanço da idade, o telômero torna-se mais curto em todas as células, com exceção das germinativas e cancerosas. Estas têm maior quantidade de telomerase, que é uma transcriptase reversa, com capacidade de replicar o telômero. A telomerase se expressa nas células germinativas e cancerosas, evitando o desaparecimento do telômero e, consequentemente, o desgaste e a senescência das células. A oxidação ocorre constantemente no organismo humano, causando danos principalmente no DNA celular. Ela aumenta com a idade e nas células senescentes. Quanto mais oxidação, menor o grau de reparação, maior o número de mutações, maior a deterioração celular e maior a formação de tumores.

Com o envelhecimento do organismo, há uma queda na produção dos hormônios de uma maneira geral. Ocorrem a andropausa, com a diminuição dos andrógenos, a menopausa, com menor quantidade de estrógenos, e também a chamada somatopausa, com o rebaixamento do nível do hormônio do crescimento. Este é produzido durante o sono, pela glândula pituitária, em grande quantidade na puberdade. Sua diminuição provoca a perda de massa magra e o aumento do depósito de gordura. Homens com mais de 60 anos, quando tratados com o hormônio do crescimento, ganharam massa muscular, perderam o excesso de gordura e também conseguiram melhorar o tônus da pele. A reposição do hormônio do crescimento vem sendo cogitada em situações específicas.

O envelhecimento cutâneo pode ser classificado como envelhecimento intrínseco ou fotoenvelhecimento. O primeiro corresponde ao envelhecimento natural dos órgãos e o segundo, mais intenso e evidente, é decorrente dos danos ocasionados pela radiação ultravioleta. O envelhecimento causado pela idade é mais suave, lento e gradual, provocando danos estéticos mais discretos. Já o fotoenvelhecimento é mais danoso e agressivo à superfície cutânea, sendo responsável por modificações como rugas, engrossamento da pele, manchas e câncer de pele. O fotoenvelhecimento não é a intensificação do envelhecimento cronológico. Suas características são muito diferentes das que marcam o envelhecimento comum. Sendo assim, a pele vai apresentar características distintas em áreas expostas e não expostas. Além disso, o sol passa a ser o principal fator que desencadeia o fotoenvelhecimento.

Existem diferenças marcantes entre o envelhecimento intrínseco e o fotoenvelhecimento, que são coerentes com as alterações bioquímicas e moleculares. No envelhecimento pela idade, a textura da pele é lisa, homogênea e suave, com atrofia da epiderme e da derme, menor número de manchas e discreta formação de rugas. No fotoenvelhecimento, a superfície da cútis é áspera, nodular e espessada e contém inúmeras manchas, além de rugas profundas e demarcadas.

Histologicamente, a atrofia e a retificação da epiderme no envelhecimento cronológico contrastam com a acantose da pele actínica. Os queratinócitos são normais na primeira e displásicos na pele exposta à luz. Os melanócitos estão diminuídos conforme a idade, mas aumentam em número e distribuem irregularmente o pigmento na pele lesada pela luz ultravioleta. A pele envelhecida tem menor quantidade de elastina e colágeno e vascularização hormonal. Na pele actínica aparece a zona de Grenz (faixa eosinofílica cicatricial). As fibras de colágeno têm maior desorganização e as elásticas transformam-se em massas amorfas (elastose), enquanto os vasos têm parede duplicada e infiltrado linfo-histiocitário ao seu redor, caracterizando a heliodermatite.

Por fim, enfatizamos a importância do estudo e conhecimento do envelhecimento cutâneo, para podermos oferecer sempre o melhor aos nossos pacientes.

Antonio Celso da Silva
Embale Certo por Antonio Celso da Silva

Embalagens para produtos hidroalcoólicos

Essa última edição do ano da revista tem como um dos temas de destaque os produtos hidroalcoólicos. Suas fórmulas têm como principais matérias-primas a água desmineralizada e o álcool etílico, que pode ser originário da cana-de-açúcar, de cereais ou de algum outro vegetal. Dentre os produtos, podemos citar desodorantes ou loções pós-barba, mas o principal deles é a colônia.

Para essa linha de produtos, as embalagens envolvidas são o frasco (normalmente de vidro), a válvula, a sobretampa, o berço, o cartucho, o rótulo/gravação e, na maioria das vezes, o celofane, usado para envolver o cartucho e proporcionar um acabamento fino ao produto, a exemplo dos importados.

O vidro é na verdade o grande diferencial. Quando entramos em uma perfumaria que vende marcas importadas, nos damos conta do quanto estamos atrasados nesse quesito. A diversidade e a beleza do design dos frascos nos deixa de boca aberta, principalmente quando comparamos com o que temos por aqui. Esse vidro pode ser flint (transparente), foscado, que deixa aquela aparência de geladinho, ou colorido. Nesse último caso, a cor pode cobrir todo o vidro ou formar um dégradé, saindo de um tom mais escuro para um mais claro ou vice-versa.

O frasco pode ter um formato padrão de mercado, isto é, seus fabricantes desenvolvem, produzem e vendem para qualquer cliente, ou pode ser um frasco exclusivo para uma determinada marca. Os dizeres de rotulagem, obrigatórios nas embalagens primárias, podem ser feitos por meio de gravação sobre o vidro (geralmente silkscreen) ou no próprio rótulo (sempre enriquecido com hot stamping), recursos disponíveis no Brasil em diversas opções.

Com relação às válvulas, existem duas opções: as válvulas de recrave e as de rosca, dependendo do tipo de terminação da boca do frasco. As válvulas de rosca geralmente são feitas de material plástico. Podem ser brancas, translúcidas ou de diversas outras cores, que deixam esse componente da embalagem com um visual único. Também podem ser acrescidos detalhes de metal - normalmente alumínio nas cores prata ou ouro - para conferir uma maior sofisticação ao revestir atuadores e outras partes das válvulas. As válvulas de rosca utilizam as mesmas especificações de diâmetro e altura das tampas convencionais.

As válvulas de recrave são confeccionadas em alumínio. Deve-se tomar bastante cuidado com o acoplamento, ou seja, o perfeito encaixe da terminação da boca do frasco no diâmetro e na altura da saia de alumínio da válvula. Erros nesse acoplamento, aliados a um recrave malfeito, resultam em vazamentos. Essas válvulas têm boa disponibilidade no mercado brasileiro.

O acabamento do conjunto válvula/frasco é dado por uma sobretampa, que fica sobre a válvula. Nesse caso, deve-se também ter cuidado para garantir o encaixe perfeito da sobretampa na válvula, principalmente com relação à proteção do botão acionador, evitando que este seja pressionado, por exemplo, no transporte, o que resultaria em um vazamento forçado do produto. Temos opções de fabricantes de sobretampas no Brasil, mas, se quisermos algo diferenciado, ficamos nas mãos de uma ou duas empresas ou ainda com a opção de importados, principalmente os asiáticos.

Para completar as opções de embalagens, temos o cartucho, que chama a atenção e desperta a curiosidade do consumidor. Com essa embalagem, podemos viajar num mundo de cores, formatos, brilhos, relevos, etc. Isso é o que de melhor temos no Brasil. Nossa indústria gráfica é uma das melhores do mundo, aliada à criatividade dos nossos técnicos e profissionais de marketing e design. Depois do frasco, o cartucho é o item que mais se destaca pela beleza e atratividade. Para dar maior visibilidade e proteção ao produto, pode-se desenvolver um berço de cartão ou até mesmo de micro-ondulado. O berço possibilita que o tamanho do cartucho seja aumentado, causando maior impacto no ponto de venda. E a segunda função do berço, com certeza é a proteção, já que o frasco normalmente é de vidro.

Por fim, esse conjunto pode ser complementado por um filme plástico transparente, normalmente um celofane, que envolve a caixa como se fosse um papel de presente. Trata-se de um recurso de baixo custo e que enobrece o produto e, além disso, há diversas opções de empresas para as quais o fabricante pode terceirizar esse trabalho, mesmo em pequenas quantidades.

Antes de finalizar, não podemos nos esquecer do produto provador, que pode ser a colônia original colocada no ponto de venda, porém sem sobretampa e cartucho. Também é possível experimentar as fragrâncias com os velhos e conhecidos flaconetes, disponíveis em vários modelos no mercado brasileiro. Agora, nos resta a parte mais difícil e trabalhosa, que é colocar esses produtos nas mãos dos consumidores e fazer das vendas um sucesso!

Luis Antonio Paludetti
Manipulação Cosmética por Luis Antonio Paludetti

Manipulação verde

Calma! Não precisa se preocupar. O gigante verde dos quadrinhos e das telas não vai transmitir radiação gama e nem destruir a farmácia de ninguém.

Na verdade, nesta última coluna do ano de 2014, vamos conversar um pouco sobre uma ideia bem interessante: a manipulação verde.

Quando, em 1981, vários governos – cedendo a pressões da sociedade – resolveram regulamentar condutas e procedimentos relativos ao meio ambiente, abriu-se uma porta para o surgimento de um novo tipo de consumidor: o consumidor verde.

Mais que isso, esse consumidor se firmou, levou – e ainda está levando – a sociedade a um novo tipo de consciência, qual seja, a consciência verde.

A partir desse movimento, algumas empresas e governos passaram a buscar novas formas de permanecer competitivas no mercado e perceberam que a gestão ambiental poderia ser uma forma de diferenciação.

Como o Dr. Banner, personagem humano que se transforma no gigante verde, a consciência verde é muito mais do que parece. Segundo Guimarães e Schultz-Pereira(1), “a consciência verde pode ser vista como parte de um conjunto de ações voltadas à preservação ambiental”. A meu ver, essa prática busca, principalmente, atender ao “consumidor verde”, alguém que analisa um determinado produto antes de comprá-lo, considerando quais serão os eventuais benefícios e malefícios que este trará, mesmo que indiretamente, ao meio ambiente.

Em 2005, Tavares e Irving(2) constataram que shampoos, sabonetes e perfumes, entre outros produtos, poderiam vir com um novo diferencial: o selo verde de qualidade. Para as empresas fabricantes destes produtos, surgia então, uma nova estratégia de marketing, que poderia despertar o interesse do consumidor verde e o potencial consumidor ainda não cativado.

Eu acredito que, mais que uma estratégia de marketing, a atual conjuntura econômica brasileira e mundial exige de nós mudanças drásticas, tais como o racionamento de água, o racionamento de energia e um olhar cauteloso para o perigo da escassez de recursos.

Segundo dados oficiais, apenas 8% dos municípios brasileiros praticam regularmente a reciclagem de lixo e apenas 10% do lixo brasileiro é reciclado. Paradoxalmente, 75% das famílias separam o lixo reciclável do não-reciclável, mas não há coleta seletiva suficiente. A tudo isso também podemos somar a questão que diz respeito a como descartar corretamente medicamentos vencidos ou não utilizados.

Mas como as farmácias com manipulação podem tirar vantagem dessa situação? Em que podem colaborar para um planeta mais sustentável e para uma melhor consciência ambiental? Vejam algumas sugestões de iniciativas:

- As farmácias podem montar um ponto de recepção de medicamentos industrializados vencidos e não utilizados, descartando-os de maneira correta;

- As farmácias, por conta da natureza de sua atividade, preparam medicamentos na quantidade estritamente necessária, evitando sobras ou vencimentos. Isso por si só já seria muito importante;

- As farmácias podem adotar práticas de redução do consumo de água, energia e papel, além de diminuir a redução de resíduos, otimizando seus sistemas internos;

- As farmácias podem montar centrais de reciclagem de embalagens de medicamentos, cujos potes, frascos ou bisnagas não deveriam ser reaproveitados para nenhuma finalidade;

- As farmácias podem utilizar exclusivamente matérias-primas de origem natural ou obtidas de fontes renováveis.

Mesmo que isso não seja possível em todos os produtos, assumir algumas práticas “verdes” já traz um enorme benefício à sociedade.

- As farmácias podem reduzir drasticamente a quantidade de conservantes utilizados em medicamentos e cosmecêuticos, e até mesmo eliminá-los. Diferentemente do que acontece nas indústrias, os prazos de validade curtos permitem reduzir a concentração de diversos adjuvantes.

Essas são apenas algumas entre as tantas iniciativas que poderiam ser adotadas pelas farmácias.

Que 2015 seja um ano de transformação de nossa consciência e que as farmácias possam – como segmento organizado que são – contribuir para um país melhor e um planeta mais limpo e sustentável.

Referências
(1). Pereira Schultz, J.C.; Guimarães, R.D. Consciência Verde: uma avaliação das práticas ambientais. Qualit@s Revista Eletrônica, Vol.8. No 1 (2009).
(2). Tavares, f; irving, m. A. O consumo verde no Brasil: uma investigação psicossocial erizomática. Comum, Rio de Janeiro, v. 10, n. 24, p. 79-96, 2005

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