Balanço Econômico

Edicao Atual - Balanço Econômico

Editorial

Do Construtor de Estradas ao Tapa-Buracos

E voltamos à era JK. Pelo menos na ficção e, não raro, nos discursos dopresidente Lula, que não se intimida em comparar suas agruras às de Juscelino Kubitschek. A despeito dos diferentes contextos históricos, políticos, econômicos... A despeito de qualquer coisa, não há como estabelecer essa comparação.Apesar das controvérsias a respeito do legado do “presidente bossa nova”, vale lembrar que Juscelino – sob o mote dos “50 anos em 5” - criou a infraestrutura necessária para o desenvolvimento da industrialização no país. Em seu governo foram construídas as hidrelétricas de Furnas, foi implantada a indústria automobilística. Foram abertas estradas, deixando um saldo de mais de 10 mil quilômetros de rodovias pavimentadas.E por falar em estradas, voltemos à Lula. Nosso presidente dedica-se, emano eleitoral, à operação tapa-buracos. Ao todo foram liberados R$ 440milhões para a operação. Detalhe: cerca de R$ 8 bilhões são arrecadadosanualmente pela CIDE (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico), imposto cobrado sobre os combustíveis para a manutenção das estradas...Sentiu?Aqui na redação da Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) 2006começa sob o signo da novidade e, claro, de muito trabalho. Estamos inaugurando a coluna Mercado, assinada por Carlos Alberto Pacheco, que trará números, tendências e análises relevantes ao Setor. A coluna Mercosul mudou o enfoque, sob o título de Assuntos Regulatórios, ficou mais abrangente, assinada por Rubens Brambilla, irá abordar temas relacionados, inclusive sobre o Mercosul.Ao consultor Carlos Alberto Trevisan coube a tarefa de substituir a farmacêutica bioquímica Tereza Rebello, que por seis anos foi responsável pela coluna Boas Práticas.Esta edição aborda o uso de silicones, shampoos-condicionadores, trazmais um “Balanço Econômico”, com a opinião de empresários do Setor sobre 2005 e as expectativas para este ano, além de mais de 80 novas matériasprimas, com especificações técnicas selecionadas dentre as cerca de 120 enviadas por fabricantes e distribuidores.

Boa leitura!
Hamilton dos Santos

Editor

Silicones em Produtos para Chuveiro - Judith Kerschner, GE Advanced Materials Silicones, Tarrytown, NY, Estados Unidos

Neste artigo são destacados os benefícios do uso de silicones
modificados em formulações de diferentes produtos para o banho de chuveiro. Dentre esses benefícios destacam-se a formação de espuma e o sensorial no uso e no pós-uso de produtos de higiene

En este articulo son destacados los beneficios del uso de siliconas modificadas en formulaciones de diferentes productos para el baño de ducha. Entre los beneficios se destacan la formación de espuma y la sensación cutánea
durante después del uso de productos de higiene

In this articles the benefits of specialties silicone and modified
utilized in different formulation of different shower bath products are emphasized. These benefits include the lather modification and the in-use and post-wash skin feel sensory in the cleansing products

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Avanços em Polímeros para Shampoos-Condicionadores - Robert Y. Lochhead, Lisa R. Huisinga, School of Polymers & High Performance Materials, University of Southern Mississippi, Hottiesburg, Mississipi, Estados Unidos

O mecanismo de diluição-deposição é o princípio do moderno shampoo-condicionador. É descrito aqui paralelamente com o desenvolvimento de polímeros que aumentam benefícios e melhoram a transparência dos shampooscondicionadores, e proporcionam condicionamento a partir de shampoos que não contém polímeros catiônicos.

El mecanismo de dilución-deposición es El principio del moderno champúacondicionador. Está descripto aquí, paralelamente con El desarrollo de polímeros que aumentan beneficios y mejoran La transparencia de los champúesacondicionadores,y proporcionan acondicionamiento a partir de champúes que no contienen polímeros catiónicos.

The dilution-deposition mechanism is the core of the modern conditioning shampoo. It is described here, along with polymer invention that enhance benefits and improve the clarity of conditioning shampoos, and enable conditioning from shampoo that do not contain a cationic polymer.

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Nova Emulsão de Silicone Amino-Elastomérico - Álvaro Luiz Gomes, Daniel F. de Almeida, Camilla Abbehausen, Dow Corning, Hortolândia SP, Brasil

Este artigo descreve os resultados das avaliações, em diferentes aspectos, de uma nova emulsão de silicone aminoelastomérico, que indicam as vantagens e atividade quando esta é adicionada a formulações para retenção de forma e condicionamento dos cabelos.

Este articulo describe los resultados de las evaluaciones, em diferentes aspectos, de una nueva emulsión de silicona aminoelastomerico que indican las ventajas y actividad cuando este esañadida em formulaciones para retención de forma y acondicionamiento de los cabellos.

This article describes theresults obtained through evaluation in different aspects of a new elastomeric and quaternary functional silicone emulsion and to state its benefits and performance when added to a final formulation for curl retention and conditioning.

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As Terminações Nervosas e a Pele - G. Langrand, I. Imbert, J-F. Nicolay, Exsymol, Mônaco

Os autores apresentam um novo agente com propriedades neutróficas que levado às terminações nervosas, permite melhorar várias funções importantes da epiderme. Trata-se de um passo inicial de outros benefícios associados a neuroproteção, como a preservação da pigmentação ou do ciclo piloso.

Los autores presentan um nuevo agente com propiedades neutroficas que llevado a las terminaciones nerviosas, permite mejorar las varias funciones importantes de La epidermis. Es uno paso inicial de otros beneficios asociados a La neuroprotección, como la preservación de La pigmentación o del ciclo piloso.

It is presented a new neutrophil properties agent, which acts at the nervous terminations improving many important pidermal functions. This is one of the first steps towards others benefits related to the neuroprotection such as the pigment protection or hair cycle

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Novo Ingrediente Ativo Natural para Pele - Don Priest, Southern Cross Botanicals Pty Ltd., Lennox Head NSW, Austrália

Neste artigo são analisados novos derivados do “tea tree”, compostos por fração altamente ativa que apresenta baixo dor, permitindo que os formuladores de produtos para a pele obtenham produtos ativos com odor muitíssimo reduzido

En este articulo son evaluados nuevos derivados del “tea tree”, compuestos por fracción altamente activa que presenta bajo olor,permitiendo que los formuladores de productos para la piel obtengan productos activos con olor mucho reducido

This paper discusses a range of novel tea tree derivatives with low odor, highly active fraction, which allows the formulators of skin care products to achieve highly actives products with greatly reduced odor

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Notícias da Abihpec por João Carlos Basilio da Silva

Novas Conquistas para o Setor

Muito se tem dito que a ABIHPEC é intransigente com entidades co-irmãs – as que, de alguma maneira, mantém relações com o Setor que representamos. Podemos também incluir nesse rol veículos de comunicação que se “especializaram” no setor e dão voz enaltecida a declarações de profissionais e lideranças segmentadas que entendem nosso trabalho como “o de sonhadores”.

Já fomos até considerados “loucos” ao defender que nossa indústria é madura para assumir compromissos e responsabilidades. Nossa missão é proteger a indústria com os olhos sempre voltados para o consumidor, mostrando que a iniciativa privada e o Governo estão sintonizados e trabalham pelos mesmos objetivos.

Recentemente, após a ANVISA ter publicado a Portaria 343, que regulamentou o sistema de notificação online para produtos considerados de grau 1 (produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos que possuem propriedades básicas, sem riscos ou restrições de uso), gostaria de dar os parabéns às empresas que nos apoiaram, com seus melhores profissionais, que dedicaram tempo enorme na busca de propostas sugestões. Quero cumprimentar também às autoridades sanitárias, que monitoram o amadurecimento de nossa indústria. O resultado desse trabalho está nos benefícios trazidos pela nova norma, que passou a vigorar em janeiro deste ano.

É com esse espírito que a ABIHPEC inicia o ano de 2006, procurando sempre, em parceria com as autoridades do País, em todas as esferas, reduzir a burocracia que atravanca nosso setor, lutando para manter os avanços conquistados pela indústria brasileira e para buscar novos objetivos.

Vamos continuar a lutar por uma tributação mais justa, a fim de eliminar distorções que ainda persistem no nosso segmento. Reduzir a carga tributária, que incide sobre produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, é garantir à população maior acesso a estes. Atualmente, a tendência de redução de preços de venda é resultado dos investimentos realizados pela indústria para diminuir a informalidade no mercado brasileiro. Com preços mais baixos, cresce a venda de produtos com maior valor agregado, como hidratantes para os cabelos e maquiagem.

Em dez anos de existência, a ABIHPEC não passou um único ano sem contabilizar conquistas nessa área. Um bom exemplo é o caso do IPI dos protetores solares, que era 77% em 1992, e hoje está reduzido a zero. A ABIHPEC soube sensibilizar as autoridades para o fato que o uso regular do produto é a única forma de prevenir o surgimento do câncer de pele.

Segundo pesquisa de 2004 do Euromonitor, o Brasil atingiu a sexta posição no mercado mundial de cosméticos, ficando apenas atrás dos Estados Unidos, Japão, França, Alemanha e Inglaterra. Em 2004, o mercado mundial do setor cresceu 9,4% em dólares, enquanto o Brasil obteve crescimento de 24,3%, o maior entre os 10 primeiros países do ranking. Em relação ao ano de 2005, nossa perspectiva é a de consolidar e manter a posição de sexto maior mercado do mundo, mas muito próximo da Inglaterra.

A indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos encerrou 2005 com faturamento estimado em R$ 14,7 bilhões (crescimento de 14,5% em relação a 2004). E, mesmo com o câmbio desfavorável, as exportações do setor cresceram 22,83%, e atingiram US$ 407 milhões em 2005.

Em dezembro, a indústria exportou US$ 40,5 milhões em produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, recorde histórico para o Setor. Há cinco anos, esses números eram irrisórios - nossas exportações cresceram 120,7%.

O bom desempenho dos produtos brasileiros no exterior se deve principalmente à alta qualidade que oferecem aliada à diversidade de matérias-primas com que são produzidos. Para 2006, nossa previsão é aumentar em 15% as exportações, chegando a US$ 470 milhões. Estimamos que, ao atingir esses números, junto com o desenvolvimento interno, a indústria da beleza deverá criar 100 mil novas oportunidades de trabalho, superando a casa dos 2,6 milhões pessoas ligadas à nossa indústria.

Para o mercado interno, estimamos um crescimento de 10%, com faturamento de mais de R$ 16 bilhões, e volume de 1,4 milhão de toneladas (7% mais do que em 2005). Nossa previsão é de que os investimentos se mantenham em US$ 100 milhões ao ano, até 2010, e que sejam direcionados
prioritariamente à expansão das fábricas já instaladas.

Tenho confiança de que, com a união e o apoio da diretoria e do corpo de associados da ABIHPEC, o ano de 2006, como os anteriores, será um período de novas conquistas que serão incorporadas a um dos setores industriais mais dinâmicos do Brasil.

Cristiane M Santos
Direito do Consumidor por Cristiane M Santos

O Caso do Esmalte

Recentemente uma empresa do Setor Cosmético, atuante há 36 anos neste mercado, foi interditada pela Vigilância Sanitária.

De acordo com as informações divulgadas pela imprensa, tudo começou há dois anos com a reclamação de uma consumidora que teve forte reação alérgica após usar o esmalte da empresa.

A empresa recebeu a reclamação por parte da consumidora por e-mail e pediu para que esta enviasse o frasco do produto. Entretanto, a consumidora se negou a atender plenamente o pedido, oferecendo apenas uma amostra, para enviar o frasco inteiro à Vigilância Sanitária.

O tempo foi passando, ou melhor, dois anos se passaram...

Em agosto de 2005, um laudo do produto foi emitido por um renomado laboratório público – dizem que a amostra ficou um ano sob análise. E este indicou que o esmalte usado pela consumidora tinha grau de acidez próximo ao corrosivo.

Em contrapartida, a empresa fornecedora apresentou um laudo independente, emitido por uma renomada empresa privada do setor, que aponta que o seu esmalte não causa irritação à pele, e alegou que o laboratório público não usou uma metodologia adequada para avaliação de produto acabado.

Mesmo havendo discordância nos laudos, a ANVISA proibiu a venda dos esmaltes e determinou a retirada destes das prateleiras de vendas, e alegou, após inspeção na fábrica, que os equipamentos não estavam adequados para a fabricação...

Sem querer e poder julgar o caso, pois não dispomos de informações suficientes das partes envolvidas, apenas aquelas divulgadas pela imprensa, gostaria de tecer alguns comentários e fazer algumas indagações, sob o ponto de vista consumerista.

Primeiramente, o princípio da boa-fé é que rege qualquer relação de consumo...

O fato de uma empresa estar no mercado há mais de 30 anos, com produção de 4 milhões de unidades de esmalte ao mês, reflete idoneidade e seriedade...

Sabe-se que é dever do fornecedor colocar no mercado de consumo produtos que não acarretarão riscos à saúde ou à segurança do consumidor.

Quando falamos de cosméticos, é razoável considerar um produto seguro com resultados de testes que cheguem a 99,9%, pois sabemos que devido à complexidade humana nunca se atingirá um resultado de segurança que alcance 100%.

Daí a importância de uma empresa fornecedora estar sempre atenta e preparada para saber lidar com as exceções, pois o risco nunca deve recair sobre o consumidor, mesmo que este pertença ao grupo do 0,1%.

Será que não houve falta de habilidade desta empresa em resolver o problema com sua consumidora?

Ou será que esta consumidora não respeitou tão bem os princípios da boa-fé e da razoabilidade?

O que mais surpreende neste caso é a falta de eficiência dos órgãos públicos competentes, que mais uma vez comprovam sua morosidade!

Como levar dois anos para solucionar um problema que poderia afetar a saúde e a segurança da população? Mais ainda, com uma empresa que fabrica 4 milhões de unidades por mês!! Quanto risco então teria o consumidor sido exposto durante esse período!!

Por que se “fecha” uma empresa com mais de 30 anos de atuação no mercado, após uma reclamação isolada e apresentação de laudos que têm contradição?

Será que o poder público se esquece das conseqüências sociais e econômicas que isso pode trazer, num país cuja economia e problemas sociais dispensam maiores comentários?

Isto sim é falta de habilidade...

Ainda não sabemos quais serão os desfechos desse caso, mas pudemos constatar mais uma vez o poder do consumidor e, a importância da conscientização destes e das empresas fornecedoras.

Carlos Alberto Pacheco
Mercado por Carlos Alberto Pacheco

A 6a Economia Mundial

E o mercado cosmético como vai? Vai bem, obrigado. Mas, como todos os outros setores da economia no ano passado, este inspira cuidados também. O mercado fabricante de cosmético (ex-fábrica) em 2005 estima crescimento de dois dígitos em relação a faturamento e um dígito em volume, a uma taxa média nominal de 14,5% e 9,3% respectivamente (segundo ABIHPEC). No entanto, é preciso abrir um pouco mais os números para entendê-los.

Se fizermos uma análise dos primeiros cinco bimestres de 2005, comparados com os respectivos bimestres do ano anterior, vemos taxas de crescimento decrescentes ao longo dos bimestres, tanto em faturamento como em volume, com súbita recuperação no 5o bimestre e igual expectativa de alta para o último bimestre. Em relação ao faturamento, houve uma taxa deflacionada pelo IPCA de 11,4% no 1o bimestre, chegando a 6,6% no 4o, e voltando a 11,3% no 5o bimestre. O mesmo ocorre com o volume: crescimento de 12,6% no 1o bimestre, seguido de alta de 17,8% e duas sucessivas quedas (7,1% e 3,7%), terminando o 5o bimestre com alta de 20,5%.

Dos 10 segmentos do Setor Cosmético, três ficaram abaixo do crescimento médio deflacionado de 11,6% em faturamento nos cinco primeiros bimestres. A vedete ficou por conta do segmento de Higiene Bucal, com 17% e o lanterninha foi o segmento de Produtos Masculinos, com 4%. Cuidado dos Cabelos, a maior base de faturamento do setor (25,5% do total faturado), teve crescimento abaixo da média, 9%.

Em volume, o quadro apresentou a seguinte fotografia: a maior taxa de crescimento ficou com o segmento de Protetor Solar (31%) e o menor desempenho com Perfumaria, 8%. Cuidado dos Cabelos apresentou crescimento de 17%.

O setor deixou de apresentar crescimento espetacular até agora, embora haja tempo para surpresas com o último bimestre do ano. Quais as razões? Há quem diga que o mercado não se explica, acontece. Mas há alguns indicadores macroeconômicos que podem lançar luz sobre o seu desempenho.

Por exemplo, a renda média do trabalhador vem caindo há muito tempo e no primeiro semestre não foi diferente (IPEA Boletim de Conjuntura 71, dez 2005). A correlação entre as variáveis mostra uma derência entre a queda da renda média do trabalhador e o faturamento do setor.

Ainda em relação à distribuição de renda, há uma falsa boa notícia: caiu a desigualdade social (Jornal Folha de São Paulo, 25/11/2005). A princípio isto seria uma notícia boa se não fosse o fato de que a principal razão foi a perda generalizada na renda de todas as classes sociais, embora maior na classe dos 10% mais ricos e menor na classe dos 40% mais pobres, ou seja, todos perdemos. A economia deverá buscar caminhos mais inteligentes para diminuir a desigualdade social com o real aumento de renda.

Apesar disto, o Brasil foi a 6a economia cosmética em 2004 (Euromonitor), demonstrando assim o grande potencial de crescimento adormecido do mercado local, já de conhecimento do mundo, que continua tendo em geral o Brasil como destino para os seus investimentos (4a preferência mundial).

O ano começa agora e a projeção para o fechamento do PIB em 2005 é de 2,6% com uma previsão para 2006 de 4,0% (Banco Central). Isto deixa o setor, que já cresceu em faturamento nos cinco primeiros bimestres do ano anterior 11,6% real (deflacionado pelo IPCA), em uma situação confortável, porém longe de esgotar todo o seu potencial. A estimativa de crescimento para o ano, em virtude da redução progressiva dos preços e do aumento das vendas de produtos de maior valor agregado, é de 10% em faturamento e 7% em volume (ABIHPEC).

Assuntos Regulatórios por Rubens Brambilla

Notificação Eletrônica

Considerando os benefícios proporcionados ao Setor, o ano que passou foi provavelmente um dos períodos mais produtivos da ANVISA.

Dentre as várias Resoluções publicadas, devemos destacar a recente RDC 343 de, 13 de dezembro,
que se refere à Notificação de Produtos Cosméticos de Grau 1.

Deve-se lembrar que essa Resolução mereceu a publicação prévia por parte da ANVISA, na forma da Consulta Pública 44, de 7 de junho de 2005. E neste ponto cabe um comentário e um reconhecimento à pessoa do Dr. Gonzalo Vecina Neto, primeiro diretorpresidente da Agência, por sua grande e moderna visão administrativa. A ele se deve, em parte, a criação e formatação inicial da Agência, que proporcionou oportunidade de opinião ao setor regulado. Por outro lado, a responsável pela Gerencia Geral de Cosméticos, Josineire Mello Costa Salum, teve também atuação de destaque nessa evolução da legislação de produtos cosméticos, para o que contou com o incentivo da diretoria da ANVISA e o apoio
das entidades representativas do Setor.

De há muito a indústria ansiava por essas evoluções. Propostas semelhantes a estas já tinham sido apresentadas por grupos de trabalho. O País tem grande necessidade de crescimento real, contudo, muitas vezes a legislação vigente se constitui em fator desestimulante e em dificuldades intensas, devido à burocracia oficial. Há tanta demora em se obter, por exemplo, a autorização de funcionamento para fabricante, importadora e distribuidora, quanto em atender exigências para registro de produtos, principalmente, daqueles produtos destinados à atender demandas sazonais ou de decorrência da “moda”, muito comuns e importantes para o Setor Cosmético.

Enfim, a nova Resolução está em vigor e contém avanços importantes, entre os quais - sem preocupação quanto à ordem de importância – queremos destacar:

- Peticionamento totalmente eletrônico para os produtos classificados como de grau 1, já notificados.

- Após a Notificação Eletrônica, o produto estará automaticamente aprovado para comercialização. A empresa será responsabilizada por todas e quaisquer irregularidades cometidas com informações e documentos inadequados processados eletronicamente e responderá por isso.

- Fica instituída a identificação através do uso do código de barras do Sistema EAN.UCC. O código deverá constar em todos os documentos da Notificação Eletrônica, como também no rótulo dos produtos, (também conhecido como GTIN, Global Trade Item Number). O número do código de barras, por ser de total controle de cada empresa, dará a necessária agilidade ao processo de aprovação e comercialização imediata. O código servirá também para a importante função de controle sanitário e de rastreabilidade do produto no mercado.

- A notificação passará a ter validade por cinco anos, devendo ser revalidada, por igual período, seis meses antes do término desse prazo.

- A empresa deverá proceder eletronicamente ao cancelamento de todas as notificações de produtos não mais comercializados.

- A empresa se obriga a manter os dossiês de cada Notificação Eletrônica, contendo, além dos documentos oficiais enviados por meio eletrônico e assinados pelos representantes legal e técnico da empresa, também os demais documentos e rotulagem exigidos pelas legislações pertinentes.

Finalizando e como alerta às empresas, a ANVISA está sinalizando um programa de inspeção, já que adquiriu experiência prévia com o monitoramento de mercado realizado em acordos de cooperação firmados com autoridades sanitárias estaduais e municipais.

Temos certeza de que manter a legislação sanitária moderna e eficiente exige, conseqüentemente, responsabilidade e conscientização de empresários em seguir as regras estabelecidas para o seu Setor.

Carlos Alberto Trevisan
Boas Práticas por Carlos Alberto Trevisan

BPF e o Impacto na Organização

A o aceitar o convite dos editores para escrever a coluna Boas Práticas consideramos de extrema importância, além de abordar tópicos, aprofundar a conceituação das BPF e C no que se refere à forma como são interpretadas na maioria nas empresas.

Quando da introdução no Brasil das Boas Práticas de Fabricação e Controle (BPF e C ou GMP, do inglês, Good Manufacturing Practices), a expressão manufacturing foi interpretada como “fabricação” resultando que até hoje, ao apresentar o tema aos proprietários ou gestores das empresas, estes o relacionam como um “assunto de fábrica”.

Infelizmente, este conceito muitas vezes limita a implantação das BPF e C, resultando num esforço, quando não infrutífero, desproporcional aos resultados obtidos.

Antes de prosseguir nesta linha de raciocínio, devemos considerar a definição das BPF e C que pode ser enunciada como: “conjunto de procedimentos seguros a serem praticados pelas empresas com o objetivo de assegurar a natureza e a qualidade pretendidas.”

A expressão “procedimentos” nos leva à seguinte pergunta:

- Quem executa os procedimentos?

E a resposta obviamente será:

- Pessoas!

E, portanto, é para essas pessoas que deve ser dirigida toda a atenção quando se consideram as BPF e C.

Como, se não a principal, as BPF e C são das mais importantes ferramentas da Qualidade quando considerado o conceito de Qualidade Total.

Como toda e qualquer atividade que envolva pessoas o requisito básico é que exista, por parte delas, comprometimento, isto é, resultado de conscientização e participação.

Estes pré-requisitos constituem na realidade o “Calcanhar de Aquiles” de qualquer processo de BPF e C. Basta frustrar a expectativa criada, quando o colaborador da empresa está comprometido, para que o processo seja interrompido e gradualmente desmorone como um castelo de cartas.

A avaliação do impacto na organização causado pela implantação das BPF e C pode ser explicada na figura esquemática que é auto-explicativa.

Como reforço para o entendimento da figura seguem alguns exemplos de como qualquer atividade da empresa impacta no cumprimento das BPF e C quando já implantadas ou durante o seu processo de implantação:

- Engenharia de Projeto: um produto com deficiência na sua criação, seja na formulação e processo ou nas características de embalagem, pode inviabilizar o cumprimento das BPF e C

- Disposição após o uso: este é um dos tópicos mais recentes incorporados às BPF e C, pois está intimamente ligado ao comprometimento da atividade da empresa com o Meio Ambiente

- Vendas e distribuição: a qualidade do produto como é do conhecimento de todos resulta da prática em todas as fases envolvidas até que chegue às mãos do consumidor: “Conceito das BPF e C inserido na Qualidade Total”

- Inspeção/Ensaio/Exame: estas atividades impactam o CQ, o Sistema de Qualificação e/ou Certificação de Fornecedores e a Qualidade Assegurada etc.

Perspicaz, acreditamos que o leitor já percebeu a umbilical relação existente entre as BPF e C a Qualidade.

Valcinir Bedin
Tricologia por Valcinir Bedin

Xampus e Condicionadores

A palavra xampu (com x e sem acento) é a denominação correta na norma ortográfica brasileira (xampô, em português de Portugal). É uma livre tradução da palavra “shampoo”, da língua inglesa que, por sua vez, acredita-se tenha sido derivada de uma palavra hindi “chhamna”, que quer dizer apertar ou massagear.

O uso deste termo data de 1877, quando alguns cabeleireiros ingleses aqueceram sabão com água, bicarbonato de sódio e algumas ervas, para proporcionar mais aroma aos cabelos.

Nos primórdios do seu uso, xampu e sabão eram muito semelhantes. Ambos eram substâncias detergentes. Com o passar dos tempos e a evolução técnica, as formulações de xampus foram se modificando, tornando-se específicas para a limpeza dos cabelos e não do corpo como um todo. Foi no século XX que começaram a aparecer os xampus para tipos diferentes de cabelos e a estes foi incorporada uma infinidade de princípios ativos, para as mais diversas funções.

Mas, até o momento, os xampus têm como finalidade básica a remoção da sujidade do cabelo e do couro cabeludo. Como o pH do couro cabeludo situa- se entre 3,9 e 5,7 o ideal para o uso rotineiro é que o xampu tenha pH entre 5 e 7. Quando queremos algo especial, como remoção de resíduos, o pH deve ficar acima de 7, pois as cutículas amolecem e abrem, liberando fragmentos de sujidade, como cosméticos e poluição, por exemplo. Se quisermos o co ntrário, para que as cutículas não se abram ainda mais (como nos cabelos tintos ou quimicamente tratados), devemos chegar a um pH mais ácido.

Um outro fator importante é saber o local que o produto vai ser fabricado. No Brasil, onde se usa cloro para tratar a água, a concentração de tensoativo no xampu gira em torno de 25% e, na Europa e nos Estados Unidos, onde se utiliza cálcio e magnésio, a concentração deverá ser entre 50-75%.

Mas o que se esperar, hoje, de um xampu elaborado para ser usado pela população? Que, no mínimo, não seja agressivo, nem para os fios nem para o couro cabeludo, e que tenha os mínimos apelos de marketing:
como espuma, cor, textura e sensoriais que estimulem o seu uso.

O que podemos esperar para o futuro de um produto deste tipo?

Algumas inovações já começaram a ser feitas. Aquele velho adágio, de que “xampu é tudo a mesma coisa” não pode mais ser dito. A incorporação de ativos contra os processo de alteração de queratinização do couro cabeludo (eczemas, seborréia, psoríase) já está no mercado há algum tempo, assim como os xampus para cabelos tintos, para cabelos grisalhos e ativador de cachos.

O que vemos, infelizmente, são alguns departamentos de marketing se valendo de certos exageros e algumas vezes de inverdades para que seu produto se venda - como, por exemplo, um xampu que teria a capacidade de interferir na produção da DHT (di-hidrotestosterona), um hormônio que, portanto, circula dentro dos vasos sangüíneos! Se isso pudesse ser verdade teríamos uma situação na qual o xampu não só teria tido a capacidade de penetrar na epiderme e derme, como também teria sido absorvido pela circulação!

Outro despropósito que vemos é a adição de ativos como vitaminas, com o argumento de que estas interfeririam no processo de crescimento e queda dos cabelos. Mais uma vez, ao contrário do que gostaríamos, isso ainda não é possível.

Por outro lado, sabemos que o couro cabeludo é uma área bastante vascularizada do corpo e pode sim responder a estímulos externos de rubefasciência, quando este for o caso.

Portanto, podemos criar xampus que, além da função de limpeza assegurada, poderão ser agentes coadjuvantes em tratamentos clínicos da queda de cabelos.

Obviamente não estamos aqui menosprezando os efeitos cosméticos que os xampus sempre tiveram. O que se vislumbra para o futuro é uma associação de efeitos, fazendo- se com que xampus e condicionadores, além de produtos de higiene e beleza, tornem-se agentes imprescindíveis ao tratamento capilar.

Antonio Celso da Silva
Embalagens por Antonio Celso da Silva

A Invasão dos Asiáticos

Tenho alertado com freqüência quanto aos problemas de qualidade e disponibilidade de embalagens para maquilagem fabricadas no Brasil. Enquanto a vidraria, bombas (válvulas) e embalagens sopradas têm aumentado suas ofertas com diversificação e qualidade, o mesmo não tem acontecido com as embalagens injetadas.

Óbvio que o custo e o tempo de fabricação de um molde para injeção é muito maior do que de sopro. Poucas empresas investem num molde de injeção, porém muitas investem em molde de sopro.

Com isso podemos notar nos pontos-de-venda frascos (sopro) bonitos e práticos, porém com as mesmas velhas e conhecidas tampas (injeção) disc top ou flip top. Notamos também que, com raras exceções, as embalagens para maquilagem não se renovam, são sempre as mesmas diferenciadas apenas pela cor, um hot stamping, etc. Às vezes deparamos com um novo frasco que pode até ser exclusivo de uma pequena empresa.

Quando encontramos um conjunto de novo frasco e também nova tampa vamos imediatamente perceber que se trata de um investimento feito por empresa de médio/grande porte.

Com essa realidade, as grandes empresas optam por trazer suas embalagens de maquilagem de tradicionais fabricantes da Europa e dos Estados Unidos. As grandes quantidades viabilizam a importação
e reduzem os custos.

Parece que esse cenário está com os dias contados. Isso porque países como China e Coréia começam a mostrar a cara, ou melhor, a mostrar sua belas e práticas embalagens para maquilagem com preços bem competitivos. Os representantes dessas empresas no Brasil têm se multiplicado e, com eles, as visitas às empresas de cosméticos brasileiras, principalmente as de pequeno porte. O que qualquer empresa brasileira de cosméticos quer é poder ter em sua linha de maquilagem uma embalagem tão bonita e prática como as da Dior, Lancôme, YSL etc. Com a chegada dos asiáticos e seus reduzidos preços, isto já está ficando bem mais próximo da realidade.

A grande dificuldade, porém, ainda é o frete, bem como a falta de confiança na reposição, no câmbio e na qualidade, principalmente se for considerado que dificilmente se consegue devolver um lote rejeitado em nosso recebimento.

Incluindo o frete e impostos, hoje o preço dessas embalagens asiáticas já está quase empatando com as nossas, se for utilizado um transporte marítimo. Pode dobrar ou triplicar se o transporte for aéreo.

Uma saída que já começa a ser cogitada é a união de pequenas empresas com o objetivo de aumentar o tamanho do lote de importação para um melhor aproveitamento do container/transporte e conseqüente redução do preço, a exemplo do que já vem acontecendo no Pólo Brasileiro do Cosmético, em Diadema, para compras locais. Quando a quantidade de compra é maior, normalmente o preço unitário cai consideravelmente e, nesse caso, começa a ser viável uma importação.

A porta ainda está entreaberta, quase fechada. Mas quando a conta de chegada, preço da embalagem (competitivo) mais frete, mais impostos for igual ou muito próxima das nossas embalagens brasileiras - e isso não está muito longe de acontecer - com certeza esta porta ficará escancarada.

Qual é a saída para os fabricantes de embalagens nacionais? Pergunta de difícil resposta. Porém, por uma questão de sobrevivência, é hora de colocarmos em prática aquilo que mais temos: nossa criatividade - ou assistir à invasão dos asiáticos num mercado carente de uma “roupa bonita” para maravilhosos produtos que já sabemos fazer e não ficamos a dever em nada a nenhum país do mundo.

A vez da Qualidade por Friedrich Feuss e Maria Lia A. V. Cunha

A Seleção de Fornecedores

Considerando que a qualidade deverá permear toda a cadeia de fornecimento, a aplicação do sistema de gerenciamento se estenderá desde a satisfação plena dos clientes à cadeia de fornecedores. A seleção de fornecedores se dá normalmente por meio de auditorias, de preferência pessoais para os fornecedores mais importantes, podendo também se basear em questionários.

O importante é conhecer a forma de trabalho e se há condições que assegurem a confiabilidade no produto fornecido, quanto à continuidade da qualidade, prazos e preços.

É razoável dispor mais de um fornecedor para as matérias-primas estratégicas. Naturalmente a escolha recairá sobre os melhores do mercado. O processo se complementa com um acordo de especificação, incluindo o detalhamento dos métodos aplicados, um contrato de fornecimento para estabelecer de comum acordo as regras de recebimento, de planejamento e de revisão de preços, com a finalidade de garantir a continuidade dos negócios.

Numa etapa mais avançada nossos fornecedores estenderão estes sistemas aos seus. A indústria automobilística é a que está mais avançada neste processo, chegando a ter o processo de planejamento de componentes integrado com os fornecedores, isto quanto à cadeia de produção dos seus produtos. No entanto, a empresa e seus colaboradores dependem de tantos outros fornecedores, aos quais a mesma prática também é válida.

Muitas vezes os gestores destes processos estão mais afastados da dinâmica de seleção de fornecedores que a empresa usa, porque a atenção fica concentrada nos fornecedores das matérias-primas e embalagens. O responsável pelo sistema da qualidade deverá ampliar a sua atuação para os outros departamentos, que também têm responsabilidade pela seleção de seus fornecedores. Sob este aspecto lembramos dos fornecedores de equipamentos, das suas peças de reposição, de manutenção e instalações,
equipamentos, programas e serviços de processamento de dados, além da cozinha industrial (já existem muitas cozinhas industriais certificadas).

Outros fornecedores de serviços são as empresas que fornecem pessoal de recepção e segurança, sistemas de monitoramento remoto de segurança, as empresas de guarda de arquivos, assim como a contabilidade terceirizada. Quanto a esta última já há registros de casos de incêndio ou roubo de equipamentos da contabilidade com a destruição de todo o acervo de seus clientes, causando prejuízos incalculáveis, simplesmente pela falta de um back up seguro. Também a seleção de hotéis, companhias aéreas e agências de viagens pode ser de grande importância na satisfação dos colaboradores da empresa. Esta lista de fornecedores pode se estender ainda ao setor jurídico que contrata serviços especializados de informações ou de suporte. Estender também ao RH, que contrata não só serviços de treinamento, mas também determina os fornecedores de atendimento médico, de seguro saúde, de seguro previdência, e do atendimento médico em si na forma de hospitais, clínicas e especialmente os laboratórios de análises clínicas, que fornecerão a informação básica para o PCMSO ou de suporte para que o médico faça a sua prescrição de forma mais segura.

A seleção equivocada de um laboratório de análises clínicas pode, por exemplo, colocar em risco todo um trabalho executado na preparação do PPRA e, conseqüentemente, do PCMSO e apresentar um quadro distorcido da população da empresa.

Os exemplos fornecidos nos dão idéia da profundidade que pode ser alcançada pelo sistema de gestão da qualidade, fazendo com que esta permeie todos os seus processos, beneficiando a todos os componentes. Na maioria das negociações em que o sistema da gestão da qualidade não é considerado, o principal balizador da escolha do fornecedor torna-se o preço absoluto. Negocia-se o preço mais baixo, não havendo a necessária garantia da qualidade. Um processo que não garante a qualidade dos resultados, por mais barato que seja, não cobre os riscos que incorre, principalmente em se tratando do cuidado com nossos colaboradores, da segurança de nossos dados, do funcionamento das máquinas e da saúde da equipe.

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

A Proteção das Unhas

Além da função estética, as unhas servem para a proteção dos dedos, auxiliam na sensibilidade tátil fina. Crescem aproximadamente 1 cm por mês, e esse crescimento diminui com a idade. Fatores mecânicos e químicos podem agredir a unha e provocar distrofias. Doenças internas também têm relação com a modificação da aparência ungueal. O cuidado diário das unhas é importante não só do ponto de vista estético, como também da saúde global do indivíduo.

É comum no consultório dermatológico a queixa de “descamação e enfraquecimento das unhas”. Isso se deve a agressões constantes por produtos químicos, água e pequenos traumas.

A hidratação da lâmina ungueal, com cremes à base de vaselina, uréia, lactato de amônio e silicone aplicados com suaves massagens de duas a três vezes ao dia, assim como esmaltes à base de formol, podem torná-las mais resistentes. Quando necessário utilizar suplementação vitamínica, usando aminoácidos, entre estas a cisteína, rica em enxofre e vitaminas do complexo B.

A unha está sujeita à infecção por fungos e bactérias. Pacientes debilitados, atletas que constantemente se machucam durante os exercícios e mulheres que tiram as cutículas (os conhecidos “bifes”) provocam a quebra da barreira natural, permitindo a entrada desses agentes que, posteriormente, vão causar doenças.

As doenças infecciosas mais comuns são as micoses, causadas por fungos ou leveduras. As onicomicoses,
como são chamadas, podem provocar espessamento e coloração amarelo-acastanhada, muitas vezes descolando o leito ungueal. Para o tratamento das onicomicoses, deve-se levar em conta o grau de alteração, idade, doenças concomitantes e medicações em uso. Para o tratamento, são utilizadas medicações orais e tópicas (esmaltes), por períodos de três a seis meses.

Para o tratamento médico são utilizados esmaltes ou medicações antifúngicas, via oral, por períodos prolongados.

Outra queixa comum nos consultórios é a presença de manchas brancas nas unhas, muitas vezes atribuídas à falta de cálcio, o que não é verdadeiro. Podem ter causas variadas, como doenças renais ou dermatológicas, porém os mais comuns são os traumas. Pequenos traumatismos, muitas vezes desprezados no dia-a-dia, são os responsáveis por essa ocorrência tão comum.

A cutícula também é freqüente sede de infecções, levando à paroníquia, também chamada popularmente de “unheiro” ou “doença das lavadeiras”. Caracteriza-se por inchaço doloroso e vermelho, eritematoso do tecido, periungueal com ausência de cutícula, deixando passagem livre para o compartimento abaixo da prega ungueal. Tem como fatores desencadeantes principalmente a umidade e a utilização de produtos químicos.

Recomenda-se o uso de cremes ou soluções tópicas de antibióticos e antifúngicos. Manter as unhas sempre limpas e secas faz parte da higiene pessoal, contribuindo para manter a sua boa saúde.

Infelizmente, ainda nos dia de hoje, observa-se que o hábito de roer unhas, apesar de causar um constrangimento estético, é visto com certa freqüência. Esmaltes e cremes à base de substâncias de gosto desagradável são utilizados para o tratamento, mas às vezes somente a psicoterapia ajuda a controlar a ansiedade, melhorando o quadro. Dependendo da intensidade da destruição, podem ocorrer deformidades permanentes.

Unhas encravadas são extremamente dolorosas. Normalmente devido à técnica inadequada para cortar as unhas (corte excessivo dos cantos), levando à formação de um tecido de granulação, de superfície sangrante. As gestantes apresentam tendência a unha encravada, necessitando maior cuidado. Técnicas especiais, com uso de pequenas próteses de silicone, são utilizadas para evitar o encravamento. Em casos graves, a cirurgia para retirada do canto da unha é a melhor solução.

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