Coisas do Brasil

Edicao Atual - Coisas do Brasil

Editorial

Saiu na Folha de São Paulo: “PIB soma R$ 1,937 trilhão e Brasil torna-se 11ª maior economia do mundo”. O PIB brasileiro totalizou R$ 1,937 trilhão no ano de 2005, segundo dados divulgados no final do mês de março pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No quarto trimestre, o PIB totalizou R$ 521,9 bilhões, contra R$ 478,3 bilhões no mesmo período em 2004.

 

É uma pena que a representatividade da economia no cenário mundial ainda se contraponha à balbúrdia que toma conta de nossa cena política e às lições de democracia que ainda precisamos tomar. Confuso, não? 

 

Sim, a nossa realidade é confusa. Nossos problemas são graves e a ética, mais uma vez, sai perdendo. Se existe um lado positivo, é que estamos às portas de mais um processo eleitoral. O momento é de análise e reflexão, mesmo em meio à euforia verde-amarela que se aproxima, com a Copa do Mundo. 

 

Enquanto isso, vamos trabalhando para fazer o melhor, sempre. Esta edição de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) traz informações sobre os destaques apresentados na maior feira de matérias-primas do mundo, a In-Cosmetics: fomos até lá conferir algumas dessas novidades. A edição também traz artigos sobre produtos infantis, extratos vegetais em cosméticos e polímeros para hair care, além do programa completo do 20o Congresso Brasileiro de Cosmetologia, o maior evento científico na área de Cosmetologia na América-Latina.

 

Boa leitura!

 

Hamilton dos Santos

Editor

Avanços nos Polímeros para Penteados - Robert Y. Lochhead e Lisa R. Huisinga School of Polymers & High Performance Materials Universidade do Sul do Mississipi, Hattiesburg, Mississipi, Estados Unidos

Os copolímeros de bloco e de enxerto, inclusive alguns produzidos pela polimerização de radicais livres nativos, estão entre os novos polímeros para fixação dos cabelos analisados neste artigo. Outros novos polímeros oferecem vantagens em géis para pentear, alisar e condicionar os cabelos.

Los copolímeros de bloque y de enxerto, inluso algunos producidos por La polimerización de radicales libres nativos, estan entre los nuevos polimeros para fijación de los pellos evaluados en ese articulo. Otros nuevos polímeros ofrecen ventajas em geles para peinado, alisar y acondicionar los pellos.

Block and graft copolymers, including some produced by living free-radicals polymerization, are among the new hair fixative polymers surveyed in this article. Other new polymers offer advantages in hair styling gels, hair straightening and hair conditioning.

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Loção Infantil para Assaduras - Hellen Karine Stulzer, Rejane Maria Gonçalves, Marilen Pires Ferreira Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Itajaí SC, Brasil

O presente trabalho propõe o desenvolvimento e estudo de préformulação de uma loção, com matériasprimas que possam prevenir assaduras em bebês, bem como a análise de sua estabilidade.

El actual trabajo considera el desarrollo y el estudio de uma formulación de loción, con las materias primas que pueden prevenir erupción cutánea em bebés, así como El análisis de su estabilidad.

The present paper considers the development and study of lotion formulation, with raw materials that can prevent shes inbabies, as well as the analysis of its stability

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Extratos Vegetais em Cosméticos - Carlos Alberto Pacheco dos Santos Merck SA – Divisão Química, São Paulo SP, Brasil

A partir da seleção daplanta, o autor descreveneste artigo as etapasenvolvidas nafabricação de extratosvegetais para uso em cosméticos. São apresentadas também muito outras informações sobre aspectos de identificação e qualidade dos extratos.

Hacia la selección de La planta, el autor discribe en ese articulo las etapas envolucradas em la fabricación de extractos vegetales para uso en osmeticos. Son presentados también muchas otras informaciones sobre los aspectos de identificación y calidade de los extractos.

The author describes in this articles the many steps followed in the cosmetic use bothanic extracts manufacturing, from the plant seleccion. Many other information related the extracts identification and quality aspects are presented too.

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Formulação para Pele de Bebês - Edward K. Boisits, PhD e Stephen R. Schwartz, MS International Research Services, Inc., Port Chester, New York NY, Estados Undidos

O conhecimento da pele de neonatos é essencial para formular produtos seguros e eficazes para a pele de bebês. Após estabelecer o perfil de segurança de uma formulação, é necessário um teste de eficácia do material, em face dos objetivos visados.

El conocimiento de La piel de neonatos ES sencial para formular productos seguros y eficaces para la piel de bebés. espués de establecer el perfil de seguridad de uma formulación, ES necesaria una prueba de eficacia, com relación a los objetivos deseados.

Knowledge of neonatal skin is essential to formulate safe and effective products for infant skin. Once the safety profile of a formulation has been established, performance testing is required to assess the effectiveness of the material to its ntended purpose.

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Notícias da Abihpec por João Carlos Basilio da Silva

Questão de Competência

Tenho ouvido de diversos companheiros de outros setores, em tom jocoso, que a indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos vai bem porque vivemos em um país de vaidosos. As pesquisas confirmam essa afirmação. E é sabido que os produtos do nosso Setor, entre outras qualidades, ajudam a levantar a auto-estima das pessoas. E esse movimento gera dinheiro.

Por isso, quero registrar, aqui, o meu “desabafo” diante desses comentários: é impressionante como as pessoas tendem a desvalorizar nossa capacidade de trabalho.

Em 2005, nossa entidade cresceu 12,5% em número de associados em relação ao ano anterior. Segundo dados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em 2005, o país viu um crescimento de 8,7% em novas empresas do setor.

O setor vai bem, porque trabalhamos bem: as indústrias investem em pesquisas, estão atentas às inovações e se dedicam inteiramente a buscar soluções para satisfazer consumidores cada vez mais exigentes.

Nosso crescimento médio deflacionado nos últimos cinco anos chegou a acusar um crescimento de 10,7% ao ano. A indústria brasileira em geral cresceu 2,1% e o PIB do país 2,2%, como média composta nesses últimos cinco anos.

Nos últimos cinco anos, nossas exportações saltaram de US$ 191 milhões para US$ 407 milhões, o que resultou em um crescimento acumulado de 120,7%, enquanto as importações diminuíram 4,1%. Atualmente, os cosméticos brasileiros são vendidos em cerca de 130 países.

O bom desempenho dos produtos brasileiros no exterior se deve principalmente à alta qualidade que oferecem aliada à diversidade de matérias-primas com que são produzidos. Os cosméticos brasileiros refletem a criatividade, a alegria e o colorido com que os estrangeiros vêem o país. O Brasil possui uma indústria altamente competitiva, e isso permite que o setor sonhe com a possibilidade de atingir US$ 1 bilhão em exportações na próxima década.

Trabalhamos e oferecemos dados e números às autoridades do país que buscam reduzir a burocracia do sistema. Em 10 anos de existência, a Abihpec não passou um único ano sem contabilizar conquistas na área tributária. Um bom exemplo é o caso do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos protetores solares, que era de 77% em 1992, e hoje está reduzido a zero. Isso é feito sem perder o foco na segurança do nosso cliente, o consumidor.

Somos um setor unido, que busca soluções economicamente viáveis para ajudar a melhorar a qualidade de vida da população brasileira. Reduzir a carga tributária que incide sobre produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos é garantir à população mais acesso a eles. A redução dos preços fez crescer a venda de produtos com maior valor agregado, como hidratantes para os cabelos e maquiagem. Atualmente, essa tendência é resultado de investimentos que visam reduzir a informalidade no mercado brasileiro.

Além disso, inúmeras empresas do setor incorporaram o conceito de “responsabilidade social” às suas atividades diárias. Apóiam, incentivam ou financiam movimentos sociais a fim de diminuir a desigualdade. No meu entendimento, temos de contribuir e trabalhar junto ao poder público na busca de soluções para os graves problemas que o país enfrenta.

Nosso setor pensa grande, temos foco em nossos objetivos e, repito, estamos unidos nas questões que afetam nosso desenvolvimento. Por isso, chegamos aonde chegamos.

Quero cumprimentar todos os que trabalham nas indústrias do setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos e afirmar, com muita satisfação e orgulho, que é uma honra para mim presidir a Abihpec.

Cristiane M Santos
Direito do Consumidor por Cristiane M Santos

Sonho pós Confusão

Mais de 70 mil pessoas lotaram o estádio do Morumbi, em São Paulo SP, em fevereiro passado, para a apresentação da banda de rock irlandesa, U2. Sonho realizado depois de muita confusão...

A ineficiência na venda de ingressos e o desrespeito ao consumidor por parte da empresa organizadora do show (Accioly Entretenimento e Planmusic) foram manchetes da mídia na época e não podem ser esquecidas – ainda que para muitos espectadores, o U2 tenha, de certa forma, “limpado a barra” desta empresa com seu magnífico show.

A tão comentada confusão iniciou-se com a divulgação da venda de ingressos, do primeiro dia do show, em pontos de venda instalados em algumas lojas de uma rede de supermercados (Rede Pão de Açúcar), que resultou num verdadeiro caos: filas quilométricas – mais de doze horas de espera – problemas na impressão dos ingressos, sem falar dos problemas de sistema e na venda pela internet, cujo site ficou a maior parte do tempo fora do ar, pois não dava conta do número de acessos.

Diante de tal situação, a rede de supermercados, que era uma patrocinadora do evento, manifestouse, assumindo sua responsabilidade parcial por meio de “nota oficial” e saiu de cena, não vendendo os ingressos do outro show.

Os acordos estabelecidos entre patrocinadores e organizadores de qualquer tipo de evento não devem recair em situações constrangedoras ao consumidor. Nesta situação, ambos figuraram o pólo de fornecedores e se não tinham condições de atender àquela demanda, deveriam ter buscado uma alternativa que fosse eficaz.

Cumprindo com a sua obrigação, a Fundação PROCON-SP - órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo – notificou o fornecedor solicitando esclarecimentos sobre: a quantidade de ingressos, a localização e a forma de divulgação dos pontos de venda, o sistema de venda pela internet ineficiente etc.

À luz do Código de Defesa do Consumidor, este caso pode ser enquadrado como uma prática abusiva – a falta de competência pode ser interpretada como uma “recusa” no atendimento ao consumidor (art. 39, II, CDC); num descumprimento à oferta prevista no CDC, na qual obriga o fornecedor a cumpri-la quando veiculada (art. 30), etc. Talvez no caso em tela, não se trata de um fornecedor que agiu de má-fé, mas sim, de um fornecedor completamente despreparado para exercer sua atividade.

Não cabe numa relação consumerista, o fornecedor declarar que não previa aquela situação, ainda mais quando esta prejudica o consumidor!

No mercado competitivo dos dias de hoje, a repercussão negativa de um acontecimento reflete imediatamente na imagem do fornecedor. E, como conseqüência, este próprio mercado seleciona os fornecedores considerados bons...

Entretanto, não podemos esquecer que aqui o poder e a influência também interferem muito na seleção...

Assim, é muito provável que este fornecedor terá outra chance neste mercado – seu poder e influência poderão facilitar a vinda de outros artistas internacionais e o sucesso do show do U2 acabou de certa maneira abafando o caos inicial – mas, seguramente, terá de prever melhor todas as situações possíveis dentro da sua atividade e nunca se esquecer de que qualquer tipo de risco deverá ser suportado por ele e nunca repassado para o seu consumidor!

Carlos Alberto Pacheco
Mercado por Carlos Alberto Pacheco

Estratégias e Particularidades

As crianças de hoje são o futuro de amanhã. Nada mais certo do que isto. Com a população estimada em 185 milhões de habitantes, 55 milhões (quase 30%) se encontram com menos de 14 anos e destes 78% vivem em cidades e 51% pertencem ao sexo masculino (IBGE).

O segmento infantil, que compreende produtos para cabelo, pele, proteção solar e cuidado pessoal, movimenta no mundo cerca de 2% do mercado cosmético a preço de consumidor final (aproximadamente US$ 5 bilhões – Euromonitor 2004). Na América Latina e no Brasil o percentual de participação do segmento é o mesmo: 2% (US$ 418 milhões e US$ 202 milhões, respectivamente).

Entre as seis maiores economias latino-americanas, os maiores percentuais de consumo destinado ao segmento infantil ficam com a Colômbia (4%) e México (3%), sendo 2% para os demais países (Argentina, Chile e Venezuela). Quanto ao gasto per capita, o destaque fica com Chile e México (US$ 1.40 e US$ 1.30 pessoa/ano).

O segmento infantil tem uma particularidade de marketing interessante que não pode escapar aos analistas de mercado: o consumidor final nem sempre é o mesmo que efetua ou decide sobre a compra do produto.

Ao segmentarmos esta faixa da população nos três grupos de estratificação do IBGE temos a população que vai de 0 a 4 anos de idade, a qual não opina sobre a compra e nem tem desejos de consumo. O esforço de marketing para este grupo deve ser dirigido às mães. Atualmente cerca de 44% da população feminina é considerada economicamente ativa e 25% responde pela economia do lar como a principal fonte de renda familiar (10 milhões de consumidoras). Nesta fase, a mãe, em virtude dos instintos maternos, pode diminuir o padrão de consumo dos produtos de uso pessoal e da família adulta em detrimento de um produto de melhor qualidade para as crianças, caso precise decidir sobre um corte no orçamento. Portanto, a construção da marca deve ser algo que satisfaça aos desejos de consumo da mãe, ao mesmo tempo em que crie uma memória sentimental no usuário final com o intuito de fidelizá-lo no futuro como consumidor, perpetuando assim o ciclo de consumo.

A população entre 5 e 9 anos de idade embora não seja de fato o comprador, já passa a ter uma opinião no momento da compra, influenciada pelos desejos criados através da mídia televisiva, meio social e percepções do seu próprio mundo. Neste caso o marketing deve explorar os momentos criados pelo mundo do entretenimento através do mercado licenciado, como grupos musicais, atrizes mirins e personagens de quadrinhos infantis. Porém a mãe não deve ser deixada de lado na comunicação destes produtos. Embora a criança possa demonstrar interesse em determinado produto, caso este não confira segurança na embalagem, marca, ou não ative a memória sensitiva da mãe, o processo de compra será interrompido. Uma maneira de driblar isto é por meio de embalagens lúdicas, que despertam no consumidor a criança que cada um tem no seu interior.

O último grupo engloba a população entre 10 e 14 anos. São os pré-adolescentes, com poder de influência sobre os pais muito grande, não raro superior. Aqui o marketing é totalmente dirigido ao usuário. Explora os times de futebol, os astros da música pop e todos os apelos para se conquistar um grupo de pessoas que está se descobrindo. Nesta idade pode haver a interrupção do uso da marca anterior, quer por simples rebeldia ou por não encontrar referências da sua “tribo” nos produtos ofertados. Como esses consumidores não são ainda economicamente ativos, o preço final dos produtos deverá ser compatível com o orçamento familiar.

Sem dúvida ficar de olho em quem vem por aí é uma boa opção de faturamento, pois a estimativa de crescimento do setor é de 8% anualmente no período de 2003/ 2008 com forte foco no sub-segmento de proteção solar, que apresenta taxa de crescimento 45% ao ano. No entanto é importante definir estratégias bem claras para aumentar a penetração dos produtos do segmento infantil, uma vez que o consumo per capita local é muito baixo (0,06 litros/ pessoa/ano).

Assuntos Regulatórios por Rubens Brambilla

Reconhecimento Mútuo

Como dissemos na coluna anterior, 2005 foi marcado por importante produção regulatória pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. Além da RDC 343, instituindo a notificação eletrônica, outras publicações que contribuíram para o aperfeiçoamento do sistema devem ser destacadas.

Muitas dessas publicações, no período, eram aguardadas intensamente pelas empresas do Setor, incluindo-se as Resoluções Mercosul, parte integrante das responsabilidades da Anvisa em sua “internalização.” Como é de conhecimento do leitor, essas Resoluções passam a integrar a Legislação Sanitária, nos quatro países membros, com toda sua força e poder legal, conforme a constituição do Mercado Comum do Cone Sul.

Vamos iniciar esta análise pela RDC 204 que tem sua importância por regulamentar o procedimento de Petições submetidas à análise pelos setores técnicos da ANVISA.

Assim por exemplo, descreve as operações como: Aditamento, Arquivamento Temporário, etc, com destaque às Exigências, que no artigo 3o., altera o processo de Execução, que passa a ser formulada, pela Anvisa, exclusivamente na forma eletrônica, através do sitio da Agência.

Lembramos que, o não cumprimento dessas Exigências Técnicas acarretará no Indeferimento da Petição e perda do processo.

Gostaríamos de destacar, que outra publicação realmente importante foi a RDC 211, que atualiza as normas e os procedimentos constantes na Resolução 79/2000 e se refere principalmente aos Registro também válidos para os produtos de grau de risco 1, portanto, sujeitos apenas a Notificação, que até então era regulamentada pela Resolução 335/99, em pleno vigor, na data em que a RDC 211 foi publicada, conforme comentamos na coluna anterior.

Pela importância e impacto esperado pelo Setor, a título de comentário, podemos dizer que a Anvisa se viu praticamente compelida a publicar RDC 211, para ter os instrumentos necessários e conclusivos à publicação de novas e futur a aprovação do procedimento de Reconhecimento Mútuo junto ao Mercosul.

O Reconhecimento Mútuo beneficiará exclusivamente os países integrantes do Mercosul (Intra-Zona), ou seja, produtos cosméticos de grau 1 notificados num país membro terão validade nos demais países do Mercosul, ressalvado-se a sua abrangência a produtos fabricados por empresas Intra–Zonas.

Devemos destacar ainda que a RDC 211 tem algumas características preponderantes, como a de impelir o interessado teirar de determinadas partes da publicação, notadamente o 8o., 9o. e 11o..

Destaques da RDC 211:

- Requisitos Técnicos Específicos (Anexo III): inova e altera a descrição dos ingredientes, nas formulas e embalagens, estabelecendo que esses devem ser descritos na Nomenclatura INCI (Nomenclatura Internacional de Ingredientes Cosméticos).

- Como nova exigência, essa Resolução obriga a manutenção na empresa de arquivo de documentos (“dossiê”) para cada produto (ou processo), contendo a documentação legal Anvisa e mais: a) Especificações técnicas organolépticas e físico-químicas das matérias-primas; b) Especificações microbiológicas de matérias–primas; c) Processo de fabricação; d) Especificações técnicas do material de embalagem; e) Sistema de codificação de lotes de fabricação; e) Projeto de arte-final de etiqueta ou rotulagem, etc.

Para finalizar, lembramos que todos os documentos relacionados à RDC 211, devem ser obrigatoriamente protocolados na Anvisa, na forma documental e portanto, devidamente assinados pelos representantes legal e técnico da empresa, exatamente da mesma forma que estabelecido na Resolução 79/200.

Apesar destas novas publicações já representarem grande avanço para o setor de cosméticos, estamos certos que num futuro próximo, a Anvisa adotará também sistema totalmente eletrônico, possivelmente, com a eliminação de grande parte de documentos ora exigidos, para o registro de produtos de grau de risco 2. Com certeza, essa decisão irá ser fundamentada na avaliação que as Autoridades Sanitárias farão quanto ao comportamento e a lisura das empresas com adoção desses novos procedimentos.
O futuro dirá!

Carlos Alberto Trevisan
Boas Práticas por Carlos Alberto Trevisan

Impacto da Organização

Na coluna anterior abordamos a questão de como as Boas Práticas de Fabricação e Controle causam impacto nas atividades da Organização. Nesta oportunidade iremos considerar quais alterações a Organização pode causar sobre as BPF e C, caso não sejam observadas as atitudes adequadas pelos diversos departamentos - especialmente pela alta direção.

Como em todo “processo” e não “programa” (fazemos esta distinção uma vez que o conceito de processo é o de continuidade e melhoria continua), a implantação das BPF e C requer a existência de um “líder” e não de um “chefe”, pois quem faz qualidade são as pessoas, e estas, ao estarem comprometidas, necessitam de um guia para que este possa, leva-las a atingir os objetivos pretendidos.

Através dos tempos, experiência vem mostrando que a alta administração - ou, em empresas menores, os proprietários - são os guias a serem seguidos, pois ninguém personifica mais os objetivos da empresa do que os próprios.

Esta responsabilidade, pois alguns assim a consideram, não pode, em hipótese alguma, ser delegada. Caso isso ocorra, o risco de falha ou impossibilidade de implantação das BPF e C estará diretamente relacionada à ausência da participação da alta administração ou dos proprietários.

Durante nossa atividade profissional, nestes 42 anos, pudemos vivenciar situações nas quais a implantação das BPF e C, apesar de contar com todos os recursos humanos e materiais, não foi realizada, pois a participação da alta administração ou dos proprietários foi apenas “da boca pra fora”.

É totalmente errôneo pensar que os colaboradores da Organização não percebem a falta de comprometimento permanente da administração ou proprietários com as BPF e C.

Para exemplificar, relatamos fato ocorrido ao implantarmos o processo numa empresa localizada na região central do Brasil.

Após quase dois anos de implantação, durante os quais muitas foram as atividades voltadas aos hábitos de higiene e limpeza com o uso de papel toalha e sabonete líquido, nos lavatórios de vestiários e banheiros, fomos – em uma das visitas da consultoria - surpreendidos com o comunicado de que, ao receber do proprietário ordem para reduzir despesas, o comprador simplesmente havia suspendido a compra de papel toalha.

Avalie a frustração e o desconsolo dos colaboradores com as seguintes dúvidas:

- As BPF e C dependem do fluxo de caixa?

- A qualidade da empresa depende do fluxo de caixa?

- Qual o verdadeiro comprometimento: o da maioria dos colaboradores ou o dos poucos que ainda não se conscientizaram da necessidade da existência das BPF e C para a sobrevivência da empresa?

Pode o leitor avaliar o esforço despendido para evitar que a expectativa dos colaboradores - conseguida em dois anos de trabalho - não fosse quebrada por uma atitude totalmente desproporcional ao benefício pretendido?

Mencionamos o fato para que possamos refletir e concluir o porque da participação e comprometimento da alta administração ou proprietários - totalmente conscientizados da sua responsabilidade - no processo de implantação das BPF e C.

Cabe aqui ressaltar que um dos grandes obstáculos para a ausência de compromisso com as BPF e C é, como já mencionado, é o conceito de que se trata de um “assunto de fábrica”.

Apenas para corroborar e comprovar o episódio aqui descrito, sugerimos ao leitor fazer, por conta própria e com a maior isenção possível, uma observação sobre qual é o clima da organização em que atua com relação ao tema Qualidade e, se for uma indústria, com relação ao tema BPF e C. Espero que o resultado obtido não coincida com o aqui exposto, para o bem de todos!

A vez da Qualidade por Maria Lia A. V. Cunha / Friedrich Reuss

Fornecedores de Serviços

Já tratamos genericamente deste tema que merece ser ampliado e aprofundado. A pressão realizada sobre os preços de aquisição torna-se cada vez maior e em muitas empresas, o que vale no momento da aquisição de matérias-primas e de serviços é o preço unitário, sem que seja levada em consideração a qualidade do fornecimento ou a qualidade do serviço.

Para garantir a sobrevivência num ambiente cada vez mais competitivo, os fornecedores se vêem forçados a reduzir seus preços para além do limite mínimo, com o único intuito de ganhar aquela concorrência. Eles não estão apenas reduzindo a margem de lucros, mas colocando em risco a qualidade do negócio. Após certo limite de preços, já não há mais o que fazer em termos de racionalização de processos para poder obter ganhos suficientes que garantem uma negociação com base na redução de preços.

Para muitos tipos de serviços que dependem unicamente das pessoas (serviços de vigilância, de limpeza), os principais custos são relacionados às pessoas e estes são determinados pelo piso da categoria. Abaixo de certo limite de preços, a redução do lucro já não é mais suficiente para ganhar uma concorrência, pois os custos já se tornaram fixos e iguais para todos. Para as empresas com responsabilidade social declarada, é de suma importância que estes aspectos de seus fornecedores sejam devidamente avaliados e seja assegurado que não estão incorrendo nestes riscos.

Um diferencial admissível seria o valor do imposto municipal, cuja alíquota pode variar em alguns municípios. O risco que se corre neste caso é de que o fornecedor de serviços não consiga recolher os encargos devidos ao seu pessoal, criando um risco de co-responsabilidade para o tomador do serviço. É importante que este fator de risco seja avaliado no momento da contratação. Alguns sindicatos patronais se preocupam em avaliar seus coligados, emitindo selos de qualidade para aqueles que cumpram os requisitos determinados.

Uma outra forma de se garantir parcialmente é exigir a comprovação permanente da regularidade fiscal. Esta atividade, no entanto, vai onerar os custos do fornecedor com uma atividade burocrática, sem a contrapartida de uma utilidade prática para o serviço. Quando os serviços ofertados dependem de tecnologia e operações especializadas, como no caso de laboratórios de análises (laboratórios de análises clínicas ou de análises para fins do controle ambiental), a qualidade do resultado da análise depende da tecnologia empregada, assim como da competência de seus operadores. Maiores precisões e garantia nos resultados são decorrentes do uso das tecnologias mais modernas e da operação por pessoal de maior competência.

Não raro, a redução de preços é obtida pelo uso de estagiários na realização dos processos, ou então de equipamentos ou processos menos modernos e, talvez, menos precisos. Em processos de análises é comum que se assegurem a qualidade dos resultados por meio de provas em paralelo, repetições ou até mesmo por processos diferentes em paralelo. O risco para o tomador deste tipo de serviço está na compra de um resultado de análise questionável, que, no entanto, servirá de base para trabalhos posteriores de maior risco.

O resultado de uma análise clínica servirá para definir o tratamento médico a ser aplicado e, o resultado de uma análise de cunho ambiental servirá para determinar a qualificação ou a composição do resíduo sólido ou efluente para a classificação perante a lei. Em ambos os casos, os riscos inerentes a um simples resultado de análise são infinitamente maiores que uma eventual diferença de preços de aquisição. Estas características e os riscos envolvidos é que torna necessária uma avaliação profunda da qualidade dos serviços a serem adquiridos. O preço é tão importante quanto a qualidade do serviço prestado, os prazos de entrega e a segurança fiscal e jurídica da parceria adotada.

Os sistemas de gestão das normas da qualidade, do meio-ambiente, da saúde e da segurança e da responsabilidade social criam formas de avaliação dos fornecedores, que permitem reduzir os riscos incorridos. Sempre é importante lembrar que nossa empresa está inserida numa cadeia de fornecimento e que, qualquer ocorrência em algum dos elos pode resultar em conseqüências inesperadas.

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Terapia Antioxidante

Envelhecer é inevitável. Mas é um processo que pode ser retardado e deve ser vivido de forma saudável para que se possa, de fato, sentir a vida em toda sua intensidade.

Ao lado de outras medidas de caráter preventivo geral, a terapia antioxidante surge como uma poderosa aliada na luta contra o envelhecimento. Essa terapia, em síntese, é baseada no combate aos radicais livres.

Radicais livres são originados por reações de redução de oxigênio e podem causar uma serie de danos celulares, como inativação de enzimas, alteração do estado de oxido– redução intracelular e alterações do DNA. Ocorre, então, a morte celular e a perda de certas funções celulares.

O processo de envelhecimento estaria associado a um crescente desequilíbrio entre a produção e a destruição de radicais livres. Há vários fatores que determinam o aumento da produção desses radicais. A maioria deles esta muito presente na vida de um cidadão morador de grandes cidades como São Paulo. Entre eles, podemos destacar: poluição, tabagismo, estresse, excesso de sol, dieta rica em carne vermelha e gorduras animais.

A primeira providencia, portanto, seria diminuir tal produção, procurando eliminar os fatores citados. Isso implica a mudança de alguns hábitos, uma disciplina mais rígida e a conscientização de cidadãos e autoridades.

Procura-se, em seguida, combater o excesso de radicais livres que, apesar das medidas anteriores, tornou-se uma realidade. Aqui, entra a terapia antioxidante propriamente dita. É grande o número de substâncias que atuam no combate aos radicais livres, destacando-se, entre elas, as vitaminas E, C e A, o selênio e o zinco.

Recomenda-se, então, que alimentos contendo tais substâncias façam parte da dieta cotidiana, respeitando as limitações impostas por outros agravos. A tabela apresenta os principais alimentos e seus antioxidantes.

Para que o efeito antioxidante de fato se concretize, há a necessidade de uma complementação com doses mais intensas, procurando-se ajustar essas doses com a situação de vida concreta de cada pessoa, bem como com determinados hábitos ou particulares vividos por ela. A freqüência diária dessa ou momentos particulares vividos por ela. A freqüência diária dessa administração também é ajustada e esses mesmos aspectos. Alem da administração por via oral, recomenda-se também a inclusão de antioxidantes como as vitaminas E e C, em formulas contendo filtros solares para a proteção da pele.

Os oligoelementos também são importantes, os mais destacados em fórmula para combater os estudos que propiciam a aceleração do processo de envelhecimento são o cobre, o magnésio, o manganês, o selênio e o zinco. Mas a respeito desses iremos falar na próxima edição.

Valcinir Bedin
Tricologia por Valcinir Bedin

Produtos Capilares

É importante ressaltar que, por definição, e até por lei, é considerado criança um indivíduo com até 12 anos de idade. Nesta fase da vida a pessoa não responde pelos próprios atos, tendo, portanto, um tutor que, na ausência dos pais, tutores naturais, pode ser o próprio Estado.

Por que estas considerações? Porque temos visto, de uma maneira que, no nosso entendimento, beira a irresponsabilidade, campanhas publicitárias instigando crianças de bem tenra idade ao uso de produtos cosméticos.

A pele da criança não difere muito, do ponto de vista anatômico, da pele de uma pessoa adulta, a não ser no quesito mais importante para o uso de produtos tópicos, que é a absorção e a defesa imunológica. Então, quando se pensa um produto específico para esta faixa etária, deve-se pensar sempre neste quesito.

As células de Langerhans e de Merckel, presentes na nossa pele e responsáveis pelo sistema de informação imunológica, têm de “aprender” durante a vida, para que se tornem eficientes naquilo para o qual foram feitas, a preservação imunológica. Entenda- se aí, além de eventuais doenças, as dermatites mais comuns, como a de contato por irritante primário e por sensibilização.

Com relação especificamente aos pêlos e cabelos, sabemos que, na pré-puberdade o corpo não produz hormônios sexuais e que estes estão muito ligados a esses anexos. Assim é que vamos encontrar na infância infecções fúngicas no couro cabeludo que não encontramos na fase adulta, a não ser que o indivíduo tenha alguma complicação no seu sistema imunológico.

Os cabelos podem ser sítio de algumas síndromes que apresentam quadros dermatológicos, chamadas de genodermatoses.

As mais importantes são: síndrome de Netherton (cabelos em forma de bambu), síndrome dos cabelos impenteáveis (na qual a forma da haste, estabelecida por informações genéticas, faz com que esta fique sempre “armada”), ticotiodistrofia, na qual o metabolismo do enxofre está alterado, fazendo com que os cabelos fiquem com aparência de “rabo de tigre”. Há perdas capilares, em situações de psiquismo alterado, como na tricotilomania, na qual a criança acometida por este mal arranca cabelos ou pêlos e, quase sempre, os engole! Outra perda importante se dá nos quadros de alopecia areata, quando se perdem, temporariamente, áreas de cabelos ou pêlos corporais.

Mas, em se tratando de crianças sem problemas nesta área, os produtos capilares podem ser os mesmo utilizados pelos adultos?

Vamos começar com os mais básicos: shampoos e condicionadores. Como os cabelos infantis, geralmente são virgens de tratamentos químicos, e como as crianças não produzem a mesma quantidade de sebo que os adultos, uma vez que não têm os estímulos hormonais, os shampoos e condicionadores devem levar em consideração estes dois fatores.

Houve um momento quando os shampoos infantis eram fabricados com substâncias anfóteras, que não ardiam nos olhos, mas, descobriu-se que, ao invés de ser um benefício, este atributo podia ser uma fonte de agressão a córnea, uma vez que não havia o ardor e a dor como fatores de afastamento do agente agressor.

Com relação a tinturas e colorantes, o nosso entendimento é que só deveriam ser utilizados, muito eventualmente, os que se sobrepõem a cutícula, uma vez que agentes mais agressivos podem danificar a cutícula definitivamente.

Com relação aos modificadores do formato da haste somos frontalmente contra a sua utilização em menores de 12 anos. Na adolescência, com ressalvas.

Géis, mousses e produtos de estilo podem ser utilizados sem problema, uma vez que, ficam apostos na haste. O único risco seria, como em todos os outros, o da dermatite de contato quando estes produtos atingirem a pele ou mucosas.

Mais do que em relação aos produtos para adultos, os produtos infantis devem se reger pela parcimônia, na qual o adágio menos é mais e sempre valioso.

Antonio Celso da Silva
Embalagens por Antonio Celso da Silva

O Diferencial que Interessa

Por que nós que atuamos nas áreas técnica, marketing e compras das empresas de cosméticos, temos preferência por alguns fornecedores e não por outros? Claro que preço, qualidade, atendimento, prazos, tecnologia, são importantes, juntamente com os demais itens que fazem parte do relatório de certificação do fornecedor.

Quando se fala em atendimento, começamos a falar do diferencial e o grande diferencial está na competência do vendedor que nos atende. Quando falamos em competência, estamos falando de conhecimento do assunto, comprometimento, facilidade em captar o que o cliente procura e precisa, conhecimento de sua empresa e dos respectivos equipamentos e recursos que ela possui.

É muito comum solicitarmos um orçamento e o vendedor ou representante da empresa ter de ligar várias vezes para sua área técnica ou industrial para saber se é possível, se pode ou se não pode, se tem equipamento etc. Como normalmente em todo projeto a palavra urgente vem antes de tudo, é evidente que vamos dar preferência para aquela empresa cujo vendedor tem sempre as respostas na ponta da língua, mesmo que o seu preço não seja o melhor. O que é muito pior é quando o vendedor não tem a resposta na hora, leva a solicitação para sua empresa e demora dias para responder. De novo, com certeza, vamos optar por quem tem a resposta na hora.

O que buscamos acima de tudo é aquele vendedor ou representante que vai além do que precisamos e procuramos, que seja pró-ativo, que apresente outras opções, que faça sugestão de melhoria, que não faça do projeto um filme de terror, mas nos oriente com caminhos alternativos e respostas convincentes.

Lembrar sempre que o briefing que apresentamos é normalmente um orientador, não uma norma que não se pode mudar uma vírgula, até porque quem entende ou deveria entender profundamente da embalagem é o seu fabricante. Orientações do tipo o melhor custo benefício para verniz, gramatura, cartão, quantidade de cavidades por molde, peso, espessura, dentre outras, são sempre bem vindas.

Para completar o perfeito vendedor, este precisa ter autonomia para tomar decisões como, por exemplo, o preço. É possível chegar ao preço que o cliente sinalizou como necessário?

Nos preocupa bastante quando recebemos um vendedor que está em determinada empresa, porém veio de outro segmento, ou é um jovem em início de carreira que não teve o devido treinamento etc.

Isso porque vamos acabar tendo que ensinar esse vendedor, ou seja, fazer o papel que deveria ter sido feito pelo fornecedor antes de colocá-lo no mercado para fazer o atendimento aos clientes.

O que percebemos é que esse bom vendedor está em extinção porque aqueles que se destacam acabam assumindo cargos maiores dentro das empresas e não existe um trabalho de renovação desse profissional. Por isso, o bom vendedor precisa ser antes de tudo um excelente técnico, além de homem de marketing, industrial, financeiro etc. É por essa razão também que nas pequenas e médias empresas o vendedor normalmente é o dono.

Não queremos com isso criticar a categoria, até porque esse bom vendedor que descrevemos existe, mas alertar as empresas que o diferencial do conhecimento, do atendimento, do comprometimento, do discernimento, ou seja, da competência técnica do vendedor são fundamentais numa decisão de compra de um item de embalagem dessa ou daquela empresa.

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