Estratégias de Marketing na Indústria Cosmética

Edicao Atual - Estratégias de Marketing na Indústria Cosmética

Editorial

Lições deste ano 

As experiências no ano que se finda não devem ser esquecidas.A crise iniciada no final de 2008 e que se estendeu por quase todo este ano, que causou muitas perdas e trouxe muitas incerte-zas, aparentemente, foi se esvaindo e agora resta muito pouco do pânico que causava no início.

As principais economias se arranjaram rapidamente e já mostram sinais de crescimento.

No Brasil, muitas “marolinhas” surgiram desde então, e hoje pare-ce que a crise econômica não aconteceu. O Brasil foi escolhido para ser a sede da Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e dos Jogos Olímpicos, em 2016. Os índices econômicos dos últimos meses são expressivos.

Os investidores externos continuam vendo no Brasil uma das melhores opções para carrear suas aplicações.

Entretanto, as estimativas de crescimento anualizado do PIB para este ano são modestas (devido aos meses de baixa), o índice de desemprego ainda é considerável (porque a indústria ainda não retomou a atividade em plena carga), e a exportações ainda são baixas (por causa da falta de competitividade devido à valorização do real).

O governo vai ter de desatar esse nó da economia. Precisará estimular o investimento produtivo e diminuir seus gastos, caso contrário todo esforço terá sido em vão, e mais uma oportunidade será perdida.

Esta Cosmetics & Toiletries (Brasil) tem um tema interessante como matéria de capa: as estratégias diferenciadas de marketing que conquistam o consumidor ao atender seus anseios. É isso o que move a indústria e a estimula a desenvolver novos conceitos. Num dos artigos, o leitor saberá como os cosméticos podem ajudar na prevenção da influenza A (H1N1). “Persona” destaca Joãosinho Di Domenico como um exemplo de superação.Aproveito para enviar ao prezado leitor meus votos de boas festas!

Boa leitura!
Hamilton dos Santos
Editor

Desafios do Clareamento da Pele - Dra. Zoe Diana Draelos (Serviços de Consultoria Dermatológica, High Point, NC, Estados Unidos)

Determinado número de ingredientes clareadores cutâneos está disponível no mercado, como esta revisão descreve, entretanto, muitos destes são questionáveis quanto à segurança ou à eficácia. Alguns não inibem a melanina in vivo, enquanto outros podem ser tóxicos ou penetrar tecidos profundos da face. É necessário que se façam mais pesquisas para desenvolver um cosmético clareador da pele realmente efetivo e seguro.

Existen varios ingredientes para blanquear la piel en el mercado, se describe en esta revisión, sin embargo, muchos de ellos son cuestionables en cuanto a su seguridad o eficacia. Algunos no inhiben la melanina in vivo mientras que otros pueden ser tóxicos o penetran en los tejidos profundos de la cara. Es necesario hacer más investigaciones para desarrollar un cosmético blanqueador de la piel realmente efectivo y seguro.

A number of skin-lightening ingredients are on the market, as this review describes, but many of them are burdened by the safety or efficacy baggage. Some do not inhibit melanin in vivo, while others may be toxic or face penetration issues. Additional research is required to develop a truly effective and safe OTC (cosmetic) skin lightener.

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Argilas e Argilominerais em Produtos Cosméticos: Caulim - P Souza Santos, RA Hanna, AC Vieira Coelho (Escola Politécnica, Universidade de São Paulo - USP, São Paulo SP, Brasil) H Souza Santos (Instituto de Física de São Paulo - USP, São Paulo SP, Brasil)

As argilas tornaram-se indispensáveis à vida moderna e são constituintes essenciais de muitos produtos cosméticos. A argila denominada caulim é uma rocha constituída essencialmente por um ou mais argilominerais que são considerados “princípios ativos” do caulim. Neste artigo são apresentados e discutidos aspectos físico-químicos e estruturais das propriedades do mineral caulim.

Las arcillas se han vuelto indispensables para la vida moderna y son componentes esenciales en muchos productos cosméticos. La arcilla llamada caolín es una roca compuesta esencialmente de uno o más minerales de arcilla que son considerados como “ingredientes activos” del caolín. Este artículo presenta y discute las propiedades físicas, químicas y estructurales del mineral de caolín.

The clays have become indispensable to modern life and are essential constituents of many cosmetic products. Clay called kaolin is a rock consisting essentially of one or more clay minerals that are considered “active ingredients” of kaolin. This article presents and discusses the physical, chemical and structural properties of the mineral kaolin.

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Cosméticos na Prevenção da Influenza A (H1N1) - Juliana V. Quinalha (Departamento de Farmácia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba PR, Brasil)

O vírus influenza A, identificado em 2009, encontra-se disseminado pelo mundo caracterizando Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Uma medida preventiva é a higienização das mãos com gel à base de álcool 70%. Este artigo tem o objetivo de resumir as informações sobre a gripe e sugerir uma formulação de gel antisséptico.

El virus A de la Influenza, identificado en el 2009 se extendió por todo el mundo, provocando Emergencias de Salud Pública de Importancia Internacional. Una medida preventiva es la higiene de las manos con un gel de alcohol al 70%. Este artículo trata de resumir la información sobre la gripe y sugerir una formulación de gel antiséptico.

Influenza A virus identified in 2009 is spread throughout the world featuring Public Health Emergency of International Importance. A preventive measure is to hand hygiene based gel of 70% alcohol. This article aims to summarize the information about influenza and suggest a formulation of antiseptic gel.

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Cristiane M Santos
Direito do Consumidor por Cristiane M Santos

Depois do apagão...

No último dia 10 de novembro, cerca de 88 milhões de brasileiros, em 18 estados, tiveram de acender velas para enfrentar mais um apagão elétrico.

Segundo matéria publicada na revista Veja, de 18 de novembro de 2009, desde 1985 o Brasil tem em média um mega-apagão a cada seis anos e esse foi considerado o maior da história do nosso País.

Questionar a explicação do governo de que a culpa foi de raios que causaram três curtos-circuitos na linha de Itaipu não cabe a essa coluna.

A preocupação é com o consumidor, que foi lesado pelas consequências do apagão.

De acordo com orientação do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e da Fundação Procon-São Paulo, os consumidores que tiveram aparelhos elétricos danificados em função dos “raios destruidores em Itaipu” devem entrar em contato com a empresa concessionária que lhe fornece energia elétrica.

A Resolução nº 360, de 14 de abril de 2009, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), determina que o consumidor deve registrar o fato nos canais de atendimento disponibilizados pela concessionária (por exemplo, internet, telefone e carta), especificando quais equipamentos elétricos foram danificados. Caso o meio utilizado for uma carta, o consumidor deve se lembrar de enviá-la com aviso de recebimento (AR); ou se levá-la pessoalmente, exigir protocolo de recebimento. Se a reclamação for feita pelo telefone, o consumidor deve guardar o número de protocolo da reclamação.

O prazo estabelecido nesta Resolução é de 90 dias consecutivos a partir da data do fato gerador, entretanto, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) diz que o consumidor pode buscar a reparação pelos danos causados no período de até cinco anos.

“Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço (...), iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.”
Após registro da queixa e abertura do processo, a empresa concessionária terá dez dias corridos para inspecionar o equipamento danificado, e apenas um dia para a inspeção de equipamentos utilizados para acondicionamento de alimentos perecíveis ou medicamentos.

Em até 15 dias, deve apresentar por escrito resposta ao pedido. Em caso positivo, terá 20 dias para providenciar o ressarcimento, que poderá ser feito em dinheiro, conserto ou substituição do equipamento danificado.

No caso de não aceitação da solicitação de ressarcimento, a empresa deverá apresentar com detalhes as razões da negativa. Vale lembrar que o consumidor tem o direito de apelar à agência reguladora estadual conveniada ou à própria Aneel.

A isenção de responsabilidade de ressarcimento da concessionária só poderá ser alegada se esta comprovar que o consumidor usou o equipamento de forma incorreta; nos casos de defeitos gerados por instalações internas da unidade consumidora; na inexistência de relação entre o dano do aparelho e a provável causa alegada; ou ainda, se o consumidor providenciar, por sua conta e risco, a reparação do equipamento antes do término do prazo para a inspeção.

“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços (...).

§ 3 O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:

II – A culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.”

O CDC também ampara o consumidor a pleitear danos morais, quando estes ocorrerem.

“Art. 6. São direitos básicos do consumidor:

VI – A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.”

Cabe ao consumidor buscar os seus direitos.

Emiro Khury
Assuntos Regulatórios por Emiro Khury

Nova rotulagem para tinturas capilares na UE

Quase todos os dados de mercado publicados desde 2006 concordam com o crescimento do con
sumo de produtos tonalizadores de cabelos no Brasil e em outros países, inclusive da União Europeia (UE). Talvez devido a esse aumento no consumo, autoridades reguladoras desses países detectaram aumento na incidência de efeitos adversos, especialmente irritação e alergias relacionadas ao uso desses produtos cosméticos.

O Comitê Científico de Segurança dos Consumidores, um dos três comitês independentes que assessoram a Comissão Europeia em assuntos específicos, concluiu, em seu “Memorando sobre corantes capilares e suas propriedades de sensibilização cutânea”, publicado em 29 de março de 2007, que “as alergias de contacto provocadas por corantes capilares representam um problema de saúde cada vez mais importante para os consumidores e a sociedade, causando nas pessoas, às vezes, dermatites agudas e graves no pescoço, couro cabeludo e face”.

A mesma conclusão cita o fato de que, das 46 substâncias analisadas (são 117 no total), 10 foram categorizadas como sensibilizantes extremos, 13 como fortes e 4 como sensibilizantes moderados, em relação à pele.

Em resposta a isso, a Comissão Europeia publicou, no dia 28 de outubro de 2009, uma emenda alterando as exigências de rotulagem para produtos capilares que contenham corantes capilares oxidantes e alguns não oxidantes, e que contenham substâncias classificadas como fortemente ou extremamente sensibilizantes. Para esses produtos, incluindo os que contenham phenylenediamines e methylphenylnediamines, a advertência atual Pode causar uma reação alérgica deve ser substituída por:

Tinturas capilares podem causar reações alérgicas severas. Leia e siga as instruções:

Este produto não foi planejado para uso em pessoas com menos de 16 anos de idade.

Tatuagens temporárias de henna preta podem aumentar o risco de alergia.

Não pinte seu cabelo se:

- Você tiver uma erupção cutânea na face ou couro cabeludo sensível, irritado ou danificado.

- Alguma vez tiver ocorrido qualquer reação depois de tingir seus cabelos.
- Tiver acontecido alguma reação por causa da tatuagem temporária de henna preta, no passado.
E, no caso de situações específicas, complementar com:

Contém phenylenediamines (toluenediamines).
Não use para tingir cílios ou sobrancelhas.
Use luvas apropriadas.

Essa emenda entrou em vigor no dia 18 de novembro e as empresas têm prazo de um ano para adaptar a rotulagem de seus produtos às novas exigências.

Gestão em P&D por Wallace Magalhães

Sete fórmulas da formulação

Após a primeira parte desta matéria ter sido postada no site (www.cosmeticsonline.com.br), muitos desenvolvedores me contataram para esclarecer dúvidas, o que é compreensível, já que o assunto normalmente não tem sido discutido em palestras e cursos.

Se o prezado leitor não teve a oportunidade de acessar esse conteúdo, repito que “fórmula” é a forma específica de escrever uma formulação. No dicionário, o verbo “formular” significa “exprimir ou expressar de maneira precisa”.

Seguem as razões para entender que uma formulação tem, na realidade, sete fórmulas ou sete maneiras de ser escrita.

Já escrevi também sobre a fórmula original e a fórmula de bancada, que se diferenciam entre si somente na totalização, sendo a primeira centesimal, e a segunda na quantidade de amostra que se deseja preparar. Isso é obtido com a aplicação de um multiplicador, portanto não há grandes dificuldades.

A seguir, vou discorrer sobre as outras cinco:

- Fórmula de custo: deve ser gerada considerando os ingredientes na forma em que serão adquiridos. Se na fórmula inicial tiver sido utilizada uma base pré-formulada ou uma solução de corante, por exemplo, estas deverão ser “abertas” em seus componentes originais, para obter o custo. Normalmente, a totalização da fórmula de custo é a quantidade corresponde à capacidade real de uma dada embalagem. Os valores utilizados como custo das matérias-primas também devem ser tratados cuidadosamente. Podem ser utilizados o custo líquido médio ou um custo de referência (às vezes chamado de standard). Também a moeda utilizada e sua cotação atual devem ser consideradas. A obtenção do custo de uma formulação é um passo prévio ao da preparação e avaliação de amostras. O custo deve estar o mais próximo possível do que foi estabelecido para o projeto. Caso contrário, certamente haverá desperdício de tempo e material.

- Fórmula quantitativa consolidada: deve mostrar todos os ingredientes, levando em conta o teor de ativo de cada um. Os ingredientes devem ser citados na terminologia utilizada na empresa e em nomenclatura INCI. Bases pré-formuladas e blends devem ter sua composição desdobrada, principalmente quando há substâncias constantes de listas restritivas, como conservantes, corantes, colorantes e filtros solares. Também as soluções de tensoativos, como o lauril éter sulfato de sódio, devem estar expressas em teor de ativo. Essa fórmula deve ser emitida antes de preparar amostras, devendo ser confrontada com as listas restritivas para verificar sua adequação regulatória. É muito comum ter de alterar formulações por conterem substâncias em concentrações superiores às permitidas para a aplicação desejada.

- Fórmula qualitativa: a obrigatoriedade de registrar a fórmula qualitativa no texto de rotulagem surgiu com o Código de Defesa do Consumidor, sendo que, posteriormente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que seja expresso na nomenclatura INCI. Como o próprio nome diz, nessa fórmula não há citação de quantidade. Novamente há a necessidade de desdobrar a formulação de bases pré-formuladas ou blends, e a de verificar se existem matérias-primas que aparecem na fórmula e no blend, para que não sejam listadas mais de uma vez. Apesar de não ser um fato definido em regulação, normalmente os ingredientes são listados em ordem decrescente de quantidade.

- Fórmula regulatória: é a que deve figurar na documentação oficial do produto. É muito semelhante à fórmula quantitativa consolidada. Tem totalização centesimal e os ingredientes devem estar descritos em nomenclatura INCI, com a quantidade expressa em teor de ativo, e acompanhados da função e das referências oficiais, como o CAS. Essa é a formulação que aparece nos processos de notificação e registro, e também no Requisito Técnico # 1 do dossiê de produtos.

- Fórmula para produção: é a partir dela que serão geradas as ordens de produção, e sua configuração segue as normas estabelecidas pela própria empresa, principalmente no tocante à descrição dos ingredientes e à totalização.

Como vimos, a emissão de uma fórmula é um processo relativamente complexo, que tem de seguir normas e parâmetros bem-definidos. Se for realizado manualmente, o procedimento consumirá muito tempo e haverá enormes possibilidades de erros.

É sabido que muitos processos de notificação ou registro são peticionados sem que seja feito o ajuste do teor de ativos de seus ingredientes, como é o caso típico de shampoos, no qual os tensoativos quando são mencionados na quantidade de pesagem.

Já existem softwares específicos que geram instantaneamente todas essas formulações, por meio de scripts testados e homologados, poupando o tempo precioso dos técnicos e eliminando erros que poderiam causar muitos transtornos.

Fragrâncias por Carmita Magalhães

É outono em Nova Iorque!

Ao contrário do Brasil, Nova Iorque tem estações bem-definidas... Aqui é outono...

As principais lojas de departamento, como Bloomingdale’s, Barneys, Saks Fifth Avenue e Macy’s, já estão no clima de final de ano. E a cidade já dá os primeiros sinais de que o Papai Noel está chegando...

A linda árvore de Natal, que fica próxima à pista de patinação mundialmente famosa, no Rockefeller Center, está praticamente pronta.

As vitrines da cidade estão coloridas e as árvores de Natal e os candelabros iluminam todos os distritos!

Fui caminhar pelas ruas... Eram quase 4 horas da tarde. A luminosidade diminuía e a temperatura estava agradável. Puxa, dei-me conta do quanto a vida é linda!

O dégradé das folhas, uma explosão de amarelos, castanhos e ocres. Uma mais iluminada do que a outra!

E, nesse momento, passei a entender alguns filmes americanos, como “Outono em Nova Iorque”, pois é muito mais fácil referir-se à estação correspondente a um episódio vivido, já que as características das estações são muito marcantes, do que dizer que algo ocorreu em algum mês do ano passado...

Nas ruas, os risos, as conversas, os artistas...

No ar, o cheiro de castanha assada, café torrado, cigarro... O curry, as freesias, os perfumes... E o cocô do cavalo (sim, é isso mesmo! Já, já você vai entender).

Também pensei no Natal... Que lembra ceia, casa decorada, amigos e familiares reunidos, pinheiros e presentes! E não há como pensar em presentes sem imaginar uma linda vitrine, toda enfeitada, cheia de luzes coloridas. Tudo muito inspirador!

Foi assim que me lembrei das tardes em família, no início do inverno, que enchiam a casa com o cheiro quente das castanhas recentemente torradas. Minha infância feliz. Ah, agora sim consigo lembrar-me o porquê de eu ser uma otimista insaciável!

Agora um fato mais curioso, sobre o qual vocês ainda devem estar se perguntando... O cheiro do cocô de cavalo! Sim, ele me faz recordar das minhas primeiras aulas de treinamento olfativo. No início, certos cheiros (como esse) me pareciam horrorosos, mas hoje posso dizer que são preciosos! Por incrível que pareça, toques animálicos podem trazer facetas incríveis aos perfumes. Os espíritos jovens, teimosos por natureza, tornam-se mais abertos e maleáveis graças à experiência adquirida e aos conselhos dos mestres.

Foi assim que me lembrei de todos os cheiros que marcaram minha vida profissional.

Do cigarro, apesar de eu não fumar, veio a lembrança de um tempo rico e cheio de energia, no qual eu tinha vivacidade para trabalhar, sair e dormir poucas horas! Lembro-me de festas, aniversários, casamentos e encontros... Será que o jovem de hoje é tão feliz quanto eu era?

Já as freesias me fizeram lembrar que eu adoro o cheiro das flores transparentes, leves e delicadas! (Acho que tenho de estudar mais essas notas olfativas e encontrar mais inspirações nelas!)

O curry... Uma mistura de diversas especiarias que se diferenciam dependendo da região onde é feito. Vejo-o como variações de um mesmo tema em constante movimento! É como o nosso trabalho (do perfumista): é feito de criações e emoções. Cada um coloca um pouco de si e torna seu trabalho diferente.

Dos perfumes veio a admiração do trabalho já realizado!

Com o cheiro do café torrado apenas me deliciei! Apreciei o momento e seu aroma inebriante!
Estive por alguns segundos em meu passado, presente e futuro!

Assim o tempo se uniu e voltei à realidade. Lá estava eu, despertada pela felicidade de ter a vida que tenho e de amar o trabalho que me foi dado. Fiquei sorrindo na calçada... já eram quase 6 da tarde! Em duas horas, graças aos cheiros, fiz uma deliciosa viagem no tempo!

À noite ali já se instalava... Foi aí que me dei conta como o ano havia passado rapidamente, pois as decorações de Natal estavam diante dos meus olhos, anunciando a chegada do fim do ano...

Então, neste final de ano eu gostaria de convidá-lo a viajar, sem passaporte, sem malas, sem custo. Convido-o para fazer uma viagem ao passado, presente e futuro. Uma viagem olfativa! Vale recolher-se, meditar, lembrar-se, projetar, sonhar!

E, como no início mencionei “Outono em Nova Iorque”, refletindo sobre esse filme, sobre eu estar nesta cidade, sobre minha vida... Penso que a melhor mensagem que posso transmitir a você, neste momento, é: viva intensamente cada minuto, cada momento da sua vida.

Desejo que 2010 lhe traga muitas experiências e emoções! Boas festas! E até l´année prochaine!

Dermeval de Carvalho
Toxicologia por Dermeval de Carvalho

Buscas e desafios

A verdadeira história do nascimento dos cosméticos pode estar relacionada ao costume dos homens de tingirem o corpo, atendendo ao desejo de ficar com melhor visual, que data de provavelmente 4000 a.C., creiam vocês. Desde outrora até nossos dias, os cosméticos estão mais integrados ao cotidiano das pessoas, ornamentando-as e tornando-as expostas a inúmeras substâncias químicas, pois a pele representa uma porta aberta à absorção sistêmica.

Os usuários contam com muitas publicações em revistas de fácil acesso (por vezes trazendo informações que nada os ajudam; apenas os brindam com imagens apelativas e lindos momentos televisivos).

Quando a abordagem toma rumo no sentido da segurança de ingredientes cosméticos, horizontes “nos quais a terra e céu se encontram” simulam pequenos caminhos, mas quanto mais nos aproximamos do imaginário encontro entre céu e terra, maiores se tornam as caminhadas.

Como trabalhar para diminuir a caminhada e buscar o risco menor possível. Risco cosmético: o que é isto? Verdade ou ficção científica?

Para a comunidade científica, a regulatória e o setor produtivo, o PubMed constitui excelente banco de dados, especialmente por ser de custo zero. No referido banco de dados foi constatada presença de 49.903 e 89.032 publicações, respectivamente relacionadas às palavras-chave “cosmetic” e “toxicology”. Certamente, se outras palavras tivessem sido objetos de busca, os números acima seriam bem maiores. Ratifica essa afirmação recente publicação (Regulatory Toxicology and Pharmacology 49:208-216, 2007), que enfatizou a necessidade de banco de dados atualizados, dia a dia, para a avaliação de segurança de ingredientes cosméticos. Mesmo com o rigor exigido, algumas publicações chegam, por vezes, a ser maldelineadas, com resultados conflitantes e de frágil fundamentação científica, mostrando a carência na formação de recursos interativos das ciências toxicológicas e cosméticas. Certamente, outras fontes importantíssimas, sites de órgãos regulatórios e entidades institucionais (mantidas pelo setor produtivo) constituem também fonte de alto valor informativo (por exemplo, http://ncbi.nlm.nih.gov).

Certamente, uma boa formação escolar conta como primeira etapa desse processo; já os cursos de especialização, mestrado, doutorado e pós-doc constituem, hoje, exigência para aqueles que pretendem ingressar no setor de pesquisas patrocinado pelas universidades, institutos e centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de grandes empresas do setor. Mas não é somente isso: o grande nó a ser desfeito está na dificuldade de realizar parcerias entre as universidades e o setor produtivo; a primeira tem dificuldades para vencer seus próprios nós e, especialmente, seus complicados projetos pedagógicos, enquanto que o segundo não dispõe de tempo para esperar que os nós sejam desfeitos e a corda passada a ferro quente.

Um grande e verdadeiro exemplo do crescimento integrado da Toxicologia e da Cosmetologia foi evidenciado por ocasião do VII World Congress on Alternatives & Animal Use in the Life Sciences, realizado em Roma, de 30 de agosto a 3 de setembro passado. Uma pausa para os nós: nesse evento foi apresentado um grande número de trabalhos de alto valor científico (por meio de apresentação oral e pôster). Palestrantes da academia, órgãos regulatórios e da iniciativa privada dividiam o mesmo espaço e o mesmo lado da verdade científica, é no que queremos firmemente acreditar. Essa foi a razão do encontro. Ainda mais surpreendente: de viva-voz ouvimos o pronunciamento de que determinado organismo estava disponibilizando, para pesquisas, nada mais do que 50.000 milhões de euros, especialmente dedicados à validação de métodos alternativos. Lembrem-se: o uso de animais de experimentação, para certos fins, já está banido.

O Brasil, terceiro mercado cosmético do mundo, também não está parado. Um bom exemplo disso vem sendo dado pela Sociedade Brasileira de Toxicologia que, nos seus últimos quatro eventos, trouxe para discussão temas nos quais as ciências toxicológicas e cosméticas foram figuras de destaque. Conferencistas do Brasil e exterior estiveram presentes. O tema “Ciências Toxicológicas e Segurança de Ingredientes e Produtos Cosméticos” também foi tema do Seminário de Atualização em Cosmetologia, ocorrido em São Paulo (SP), no mês de outubro.

Um importante passo destinado à formação de recursos humanos, especialmente à segurança e aos aspectos regulatórios de ingredientes e cosméticos, acaba de ser dado.

A Associação Brasileira de Cosmetologia apresentou, conforme determinação da Resolução nº 444/06 do Conselho Federal de Farmácia, o curso “Cosmetotoxicologia: Avaliação de Segurança e Regulatória”, com carga horária de 420 horas, e início previsto para o mês de fevereiro de 2010. Programação científica inteiramente voltada ao tema proposto, corpo docente altamente qualificado, mestres e doutores das mais importantes universidades e centros de pesquisa do País, por certo serão garantia de um curso de qualidade para o corpo discente.

As ciências toxicológicas e cosméticas aguardam novas contribuições.

Antonio Celso da Silva
Embale Certo por Antonio Celso da Silva

Reduzir, reciclar, reutilizar

As palavras acima parecem “ter virado febre nos quatro cantos do mundo”, se é que o mundo tem cantos,como diz a expressão popular. Por onde se anda, para onde se olha, não se fala em outra coisa.

O que me chamou bastante a atenção foi uma matéria que li, em uma revista, falando do celular verde. Celular verde? Não, não se trata da cor, mas da preocupação com o meio ambiente na fabricação de algo que também é outra febre no mundo e aqui, no nosso terceiro mundo, não é diferente.

Afirma o fabricante desse celular que 40% do plástico utilizado na fabricação do aparelho é o chamado bioplástico, extraído do milho e com rápida degradação quando descartado. Cada aparelho vendido destina US$ 2 para o programa Adopt an Acre, da organização Nature Conservancy, que preserva as florestas dos EUA.
Outro exemplo dessa preocupação é a invasão de sacolas retornáveis nos supermercados, em substituição às sacolas plásticas. Muitas donas de casa acham que estas jamais deveriam ser substituídas devido às suas várias utilidades. Ainda nesse sentido, vimos recentemente na televisão, em horário nobre, o esforço no sentido de conscientizar as donas de casa, por meio de comerciais direcionados.

No campo da impressão já existe a tinta à base de soja, em substituição às tintas que agridem o meio ambiente, pois solventes são utilizados para sua obtenção.

Outro exemplo é a marca mais tradicional de refrigerantes voltar a usar garrafas retornáveis de vidro, em substituição às de plástico descartáveis.
Na verdade, estamos vivendo o momento em que, para o bem do nosso Planeta, surge o consumidor ecoconsciente. Ele até paga um pouco mais caro, mas com a certeza de estar contribuindo para deixar um mundo melhor para as futuras gerações.

Um belo exemplo, da BioFach, aconteceu recentemente em São Paulo. Alimentos obtidos de maneira ecologicamente correta eram o forte dessa feira, mas nossos cosméticos também estiveram presentes no evento, porém sem que houvesse ainda muita certeza de que eram verdes, naturais, ecologicamente corretos... Mas eles estavam lá, colocando-se à prova para os ecoconscientes.

E as nossas embalagens? Onde elas entram nesse universo do planeta verde e da conservação ambiental? A verdade é que não dá para sair “do zero direto para o 100”, mas, com certeza, dá para começarmos a fazer alguma coisa e não ficar fora desse pensamento e dessas atitudes. É preciso repensar as embalagens, começando pelo profissional de pesquisa e desenvolvimento (P&D); é preciso fazer uma reengenharia junto aos fornecedores; é hora de refletir, rever valores, oportunidades, fazer “do limão uma limonada”.

Diz o pessoal do marketing que a embalagem fala. Nós, técnicos, podemos agora acrescentar que ela não só fala, mas também pede. Isso não é uma moda passageira, ela veio para ficar, ela veio para ajudar o Planeta a respirar.

Sustentabilidade é a regra, porém, para os pessimistas, isso significa aumento de custos. Como o pessimista não sobrevive nesse nosso mercado, vamos falar em sustentabilidade com redução de custo. O caminho mais utilizado e que já virou regra e obrigatoriedade no mundo, é a redução dos pesos das embalagens. Na empresa em que trabalho, trocamos o PVC pelo PET (que é reciclável), nos frascos de shampoos, porém, o ganho maior nessa troca da resina foi a redução de cerca de 30% no peso da embalagem. O PET permitiu isso por ser mais “flexível” em relação ao PVC. Fazendo uma conta rápida, vamos deixar de “jogar” no meio ambiente, neste ano, cerca de 9 toneladas de plástico. Eu diria que, como benefício, ainda ocorreu redução de custo considerando que embalagem plástica se paga pelo peso.

Outra atitude, pensando no meio ambiente, foi passarmos a comprar de um fornecedor cuja fábrica fica bem próxima à nossa indústria. Isso significa economia de combustível no transporte, menos tempo, menos poluição, menos efeito estufa.
Vejam que, sem precisar pensar muito, já encontramos dois caminhos que nos inclui no mundo dos ecoconscientes. E ainda não falamos do uso das cartonagens recicladas nas embalagens secundárias, dos rótulos produzidos a partir do bioplástico e de outras opções que surgem a cada dia.

O que mais podemos fazer? Com certeza, se pensarmos “fora do quadrado”, conseguiremos muito mais e até com redução de custo. Isso vai colaborar para melhorar ainda mais a boa imagem do nosso setor, que tem como objetivo embelezar, aumentar a autoestima e o bem-estar das pessoas.

O Planeta nos agradece e vai retribuir tudo o que fizermos pensando nele.






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