Olho no Lance

Edicao Atual - Olho no Lance

Editorial

Do circo armado para a festa do futebol ao desembarque na vida real. No dia 15 de agosto começa oficialmente a campanha eleitoral na TV. É chegado o momento de voltar nossas atenções aos candidatos e às suas estratégias. É hora de participar, de acompanhar cada lance e, por mais lugar comum que pareça, de lembrar da importância do voto. Na disputa com o adversário do PSDB, Geraldo Alckimin, o esquema tático de Lula, como indicam seus últimos pronunciamentos, deverá abusar da comparação de seu governo com o de FHC. Fica a pergunta: até quando? No discurso de lançamento da candidatura, ele falou em aprofundar programas sociais e dar prioridade máxima à educação – sem deixar de lado a continuidade de uma política econômica conservadora. Por sua vez, Alckimin apostará nas realizações de seu governo no Estado de São Paulo. E temos a senadora Heloísa Helena, do PSol, Cristovam Buarque, pelo PDT... Saber em quem votar - além da fidelidade ideológica e partidária - também é um trabalho de dedicação, de análise, de ir além de preconceitos e de manter os olhos atentos, como estiveram durante o mundial de futebol.Uma informação que vale lembrar: o Brasil ocupa o triste 45o lugar (de um total de 99 países) no ranking dos países menos corruptos do mundo, ao lado do Malawi, Zimbabwe e Marrocos, segundo relatório divulgado em fevereiro pela organização não-governamental Transparency International. Fique atento, pois, na hora de escolher o seu candidato.Esta edição de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) traz artigos técnicos sobre emolientes e novas tecnologias em skin care, dentre esses um que trata da proteção do DNA nuclear e mitocrondial da ação das radiações UV, como maneira de retardar o envelhecimento cutâneo. Nesta edição, também, está sendo publicado um formulário de proteção solar. 

Boa leitura!
Hamilton dos Santos
Editor

Proteção do Genoma das Células da Pele - Louis Danoux, Christine Jeanmaire, Vincent Bardey, Gilles Périé, Marie-Danielle Vazquez-Duchêne, Véronique Gillon, Florence Henry, Philippe Moser e Gilles Pauly Laboratoires Sérobiologiques, Divisão de Cognis Fra

Conforme um conceito proposto aqui, a proteção do DNA nuclear e do DNA mitocondrial contra a radiação UVA e UVB pode romper o círculo vicioso responsável pelo fotoenvelhecimento da pele.

En conformidad con los conceptos propuestos aqui, la protecció n Del DNA nuclear y del DNA mitochondrial contra la radiación UVA y UVB puede romper El circulo vicioso responsable por El fotoenvejecimiento de La piel.

According to a concept proposed here, protecting of nuclear DNA and mitochondrial DNA against UVB and UVB radiation can break the vicious cycle responsible for the skin photoaging.

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Formulando para Eficácia - Johann W. Wiechers Uniqema Skin R&D, Gouda, Países Baixos Caroline L. Kelly e Trevor G. Blease Uniqema R&D Department, Redcar, Reino Unido J. Chris Dederen Uniqema Personal Care Applied Research and Technical Service Group, Redcar, Rei

Utilizando o Índice de Polaridade Relativa, os autores mostram que a escolha dos emolientes nas formulações cosméticas determina a quantidade total de penetração na pele dos ingredientes ativos, ao passo que a escolha do emulsificante determina sua distribuição no interior da pele

Utilizando el Índice de Polaridad Relactiva, los autores muestran que elegir los emolientes em las formulaciones cosméticas determina La cantidad total de penetración en la piel de los ingredientes activos, mientras que elegir el emuslificante determina su distribuición en El interior de la piel

Via the introduction of the Relative Polarity Index, the authors show that the choice of emollients in cosmetic formulations determines the total amount of active ingredients whereas the choice of the emulsifier determines its Distribution within the skin

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Formulações Tópicas para Peles Xeróticas - Telma Martins, Luís F. Gouveia, José Morais, Helena M. Ribeiro Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal

Desenvolvimento galênico de emulsões A/O e O/A contendo parafina como agente oclusivo. Com posterior incorporação de óleos vegetais com propriedades emolientes para melhorar a sintomatologia de peles xeróticas. Avaliadas características físicoquímicas e eficácia das emulsões por ensaio in vivo

Desarrollo galénico de emulsiones W/O y A/W contenendo parafina como agente oclusivo. Con incorporación posterior de aceites vegetales com propiedades emolientes parar mejorar La sintomatolgia de las pieles xeroticas. Evaluadas caracteristicas fisicoquimica y eficacia delas emulsiones por medio de ensayo in vivo

Development of W/O and O/W emulsions containing paraffinum as oclusive agent. Furtherly, vegetals oils with emollients properties were added to improve the sintomatology of xerotics skins. It was evaluated the emulsions physicalchemical characteristics and the emulsions eficacy using in vivo assay

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Hidratação em Diferentes Bases Cosméticas - Cassila Munhoso Diehl, Edmara Aparecida Reis Martins, Vânia Rodrigues Leite Universidade Anhembi Morumbi,São Paulo-SP, Brasil Janine Mailho Gimenis ISIC-Instituto Schulman de Investigação Científica, São Paulo-S

Foi realizado estudo com três bases cosméticas diferentes (emulsão, gel e óleo mineral), com aplicação em indivíduos de pele sadia. Utilizou-se o Corneometer CM 825 para avaliação. Concluiu-se que o óleo mineral, nas condições deste estudo, apresentou melhor resultado

Un estudio con três bases cosméticas (emulsion, gel y aceite mineral) fue realizado, con aplicación em individuos de pieles sanas. Se utilizó El Corneometer CM 825 para evaluación. La conclusión fue que El aceite mineral, en las condiciones de este estudio, presentó major resultado

A study with three cosmetic bases ( emulsion, gel and mineral oil) was perfomed by applied them in healthy skin panelists. The Corneometer CM 825 was utilized to evaluate. The conclusion was the mineral oil, in this study, presented best result

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Notícias da Abihpec por João Carlos Basilio da Silva

O Futuro me Preocupa, pois é lá que Penso Passar o Resto da Vida...

Com o passar dos anos, amadurecemos com as experiências que a vida nos apresenta. Segundo uma teoria, a maneira como enxergamos o mundo se forma durante a infância. Com o tempo, nossa visão é elaborada e aperfeiçoada, porém, na essência, não se altera. Mas, o processo de amadurecimento, muitas vezes, gera conflitos em nossa consciência, pois há disparates entre o que nos ensinaram a acreditar e o que vemos triunfar.

Há décadas, o Brasil se tornou um país que despreza valores éticos e morais, onde reina a malandragem e onde quem se dá bem são os “espertos”. E, se assim acontece há tanto tempo, como sustentar a defesa desses valores que parecem esquecidos? Como ensinar aos nossos filhos se, na vida real, os exemplos bem-sucedidos são outros?

Lamentavelmente, percebo que o Brasil abandonou princípios éticos. Exagero? Uma pesquisa feita pelo Ibope há poucos meses revela que a corrupção política e a falta de ética não são problemas exclusivos de quem governa o país. O resultado mostra que 75% dos brasileiros cometeriam algum ato de corrupção se estivessem no lugar de um político.

Infelizmente, como escreveu Aldous Huxley, “fatos não deixam de existir porque são ignorados”. Por isso, vejo e sinto que o país está como uma nau perdida, completamente sem rumo. Nós, brasileiros, temos de assumir o compromisso de não desanimar nem desistir diante de tudo o que vem acontecendo (e meu Deus, não é pouca coisa!) e, principalmente, tomar atitudes que ajudem a acabar com a apatia que tomou conta da nação.

Precisamos de um movimento que mude esse triste cenário. Foi desta constatação que nasceu o “Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção”, lançado em 22 de junho. Ao assinar o documento, empresas e empresários se comprometem a trabalhar com ética nos negócios, a fim de começarmos uma nova relação entre Estado, iniciativa privada e mercado.

O texto que norteia o documento foi baseado na Carta de Princípios de Responsabilidade Social do Instituto Ethos (www.ethos.org.br), na Convenção da Organização das Nações Unidas contra a Corrupção, no 10º Princípio do Pacto Global e nas diretrizes para empresas transnacionais da Organização para Cooperação e o desenvolvimento Econômico (OCDE). “Não podemos derrotar idéias ruins com o silêncio. Derrotaremos idéias ruins com idéias melhores”, disse certa vez Madeleine Albright, ex-secretária de Estado do governo de Bill Clinton. Então, mãos à obra. Até o próximo número.

Lembrete: Quem quiser conhecer a minuta do Pacto, pode entrar neste endereço da web e baixar o arquivo em PDF: http://www.cebds.org.br/cebds/minutado- pacto-ethos2005.pdf.

Ou também pode ir ao site da Abihpec, no qual há destaque para a iniciativa.

Cristiane M Santos
Direito do Consumidor por Cristiane M Santos

Banco é Fornecedor, Sim!!!!!

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), fornecedor: é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes depersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. E serviço: qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

Mesmo com estas definições de “fornecedor” e “serviço” tão bem expressas no CDC, em seu artigo 3ª, § 2º, as instituições financeiras acreditavam que não eram fornecedores numa relação de consumo e, através da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (Consif) ajuizaram uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN), para excluir a aplicação do CDC das atividades de natureza financeira, bancária, de crédito e securitária.

Na ação a Consif sustentava a inconstitucionalidade do artigo 3º, § 2º; e que os bancos não prestavam aos consumidores um serviço mediante remuneração.

Na opinião desta colunista, o argumento só pode ser entendido como uma piada, pois se banco não ganha dinheiro com seus correntistas aplicando aquelas altas taxas cobradas gostaria de saber quem ganha?!

Pretendia-se excluir as instituições financeiras de todas as disposições do CDC, ou seja, daquelas que tratam de cláusulas abusivas, publicidade enganosa e abusiva, garantia de qualidade da prestação do serviço, oferta, etc.

Entretanto, no último dia 7 de junho, esta pretensão da Consif “caiu por terra”, pois o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou a ação improcedente e decidiu – por nove votos a favor e dois contra - que instituições financeiras devem obedecer ao CDC!

Esta decisão reconhece a vulnerabilidade – óbvia - do consumidor diante de uma relação de consumo, na qual uma instituição financeira configura a outra parte, na qualidade de fornecedor.

Com relação ao tópico da inconstitucionalidade levantado pela Consif (questões jurídicas de regulamentação por lei complementar e não ordinária, como é o CDC), vale ressaltar que a finalidade do CDC não é regular questões ligadas à estrutura ou ao funcionamento do Sistema Financeiro Nacional – e que, inclusive, nem é de sua competência. Este argumento tinha por finalidade apenas decretar a inconstitucionalidade do CDC para que este não fosse aplicado às relações de consumo que incluíam bancos, instituições de crédito e seguradoras.

Assim, o julgamento proferido pelo STF acerca desta ADIN confirmou a vigência do CDC e a sua finalidade de proteger a sociedade contra o poder econômico abusivo e garantir o equilíbrio nas relações de consumo.

Logo, a aplicação do CDC nas relações de consumo desta natureza sempre foi correta. O único segmento
que tinha qualquer tipo de dúvida a este respeito – o sistema financeiro - já não deve ter mais...

Isto posto, vale lembrar que é direito do consumidor questionar a cobrança de juros excessivamente onerosos, o débito automático de taxas “desconhecidas”, assim como, modificar cláusulas contratuais abusivas, entre tantos outros exemplos praticados por estas instituições.

Carlos Alberto Pacheco
Mercado por Carlos Alberto Pacheco

Investir em Protetor Solar é Poupar a Pele

Falar da importância do uso de protetor solar é chover no molhado. A dificuldade está na conscientização da população quanto ao uso diário dos protetores solares. Há forte associação da imagem de protetor solar com os momentos de férias. Claro que estes são os momentos mais propícios para o uso do produto, porém mesmo longe de férias, e dias nublados, faz-se necessário o uso de protetor.

Vale aquela velha visão romântica, de que “mesmo quando não vemos, o sol está lá, atrás das nuvens”. Fisicamente falando é assim mesmo. E junto com o sol vem a radiação solar, que independentemente de estarmos na praia ou no escritório, com o sol a pino ou meio encoberto, se faz presente.

Além disso, o homem moderno fica exposto diariamente a doses de radiação menores, porém constantes, quando está diante do monitor de microcomputadores e televisores, lâmpadas fluorescentes, etc... Junte a isto a alimentação deficitária, a hidratação inadequada, ao alto grau de estresse e teremos um caldeirão de fatores favorecendo o aparecimento de problemas de pele.

Apesar de tudo isso ser do conhecimento de muitos, o sub-segmento Protetor Solar é o que apresenta o menor gasto per capita do setor cosmético: R$ 3,60/pessoa/ano 2004, quando comparado com o total do setor cosmético (R$ 166,00).

Qual a razão? Os motivos são muitos. A começar pelo preço final do produto. Em 2003 o preço médio final do frasco de 100 ml foi cerca de R$ 27,89. Com este preço o produto se enquadra no grupo de produtos “caros” dentro da cesta de consumo da população. Há grupos de produtos com preço médio mais elevado do que este, como os antiidades, porém na mente do consumidor ninguém fica “mais bonito” com o uso de protetor, pelo menos a curto prazo, como anunciam os antiidades. Por isso, cremes faciais com apelos de proteção UV associados a outros apelos (clareador de manchas, anti-rugas, corretivos faciais) levam vantagem e têm apresentado aumento no seu consumo, a despeito dos altos preços. Algumas medidas estão sendo tomadas para contornar esta dificuldade. Eliminação do IPI e aumento da produção de escala são alguns exemplos. Porém, muito ainda deverá ser feito, para diminuir o preço a níveis mais acessíveis ao bolso da maior parte dos 185 milhões de brasileiros.

O outro fator diz respeito aos apelos dos produtos. Dentro dos vários grupos de produtos cosméticos, os protetores solares não têm apelo tão forte no quesito beleza, como outros produtos tipicamente associados com a beleza estética – esmalte, batom, sombra, tintura etc... No momento da distribuição do orçamento para gastos com cosméticos, a preferência dos consumidores dificilmente recai sobre o protetor. A lembrança só irá ocorrer nos períodos próximos a férias ou feriados. Há necessidade de um marketing do produto dissociado de férias.

A conscientização sobre os problemas relacionados com o câncer de pele vem aumentando. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) tem registro de que no início da década de 90, a cada 80 casos de câncer diagnosticados,1 era identificado como de pele. No final da mesma década, a cada 17 casos 1 era identificado como sendo de pele. No mês de maio deste ano, a SBD preparou um censo dermatológico para identificar as várias doenças de pele. Novos dados virão desta pesquisa para diagnosticarmos a qualidade da pele do brasileiro. Apesar dos esforços hercúleos, estas ações ainda são tímidas. Será necessária uma campanha intensa, de impacto, como programas de alta penetração nos lares brasileiros – novelas, programas de auditórios e propagandas bem elaboradas.

Mas apesar de todas as dificuldades do sub-segmento, os números são favoráveis. No período de 2000/2004 o faturamento na porta da fábrica cresceu em média 38,8% e 16,2% em volume – foram às maiores taxas de crescimentos entre todos os sub-segmentos do setor cosmético (Abihpec). Apesar de ser a menor base de consumo, o crescimento mostra o potencial. A tendência mostra o aumento da preferência por protetores solares com FPS 30. E a procura por produtos premium (4,0% do total gasto em 2003 contra 2,8% em 1998) indica substancial aumento frente aos produtos de massa. A taxa de crescimento média para o período de 2003/2008 é estimada em 9,0% ao ano.

Assuntos Regulatórios por Rubens Brambilla

Anvisa volta atrás com o Acetato de Chumbo

A reunião do Mercosul, realizada em Buenos Aires, de 15 a 18 de maio passado não apresentou os resultados esperados, deixando frustrados, tanto as Autoridades, como os representantes das entidades privadas brasileiras.

O primeiro dia de trabalho apresentou bom rendimento quanto aos assuntos pendentes, tendo sido discutido a Terceirização. Na ocasião foi solicitado pela Coordenação tratamento especial ao Projeto de Resolução, pendente de aprovação, referente ao “Regulamento Técnico sobre Terceirização para produtos Cosméticos”, como também foram discutidas e harmonizadas as definições de: Terceirização, Empresa Contratante, Fabricação/Manufatura, Produção e Elaboração. Além disso, para melhor adequação, a redação de alguns dos artigos sofreu modificações.

A delegação argentina apresentou, para ser estudado e discutido, o tema “Simplificação dos Procedimentos de Controle Sanitário de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, de Grau 1, Fabricados na Região”. Esse tema, já discutido na Argentina pelo grupo brasileiro, na realidade é o próprio Reconhecimento Mútuo, e que agora sofreu algumas alterações pela representação argentina, sendo que a Anvisa, deverá publicá-lo, oportunamente, na forma de consulta pública.

A delegação da Argentina entregou também uma proposta sobre os “Critérios de Atualização de Listas de Substâncias Utilizadas em Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes” e as delegações irão avaliar e decidir essa proposta na próxima reunião.

Diversas propostas foram apresentadas pela delegação brasileira, com destaque para a de “Atualização das Boas Praticas de Fabricação”. Com referencia a Lista de Corantes e a Lista de Conservantes, solicitou prazo de 60 dias para apresentar modificações e justifica-las.

Já para a Lista Restritiva, a delegação brasileira solicitou a incorporação de substâncias como: pirogalol, hidroquinona e acetato de chumbo. Essa solicitação tem caráter provisório, e já havia sido feita aos demais países membros, de forma virtual.

O acetato de chumbo foi objeto de análise em reunião do Mercosul de novembro de 2004, no Brasil. Na oportunidade, a Câmara Argentina introduziu o tema com informação da proibição do ingrediente pela Comunidade Européia, devido a sérios problemas de segurança. Com base nessas informações, as delegações presentes acordaram em banir o uso da substância em produtos cosméticos, dando um prazo razoável para que as empresas fabricantes de produtos colorantes se adequassem à essa nova realidade. A Anvisa publicou Consulta Publica em janeiro de 2005, sem que houvesse qualquer manifestação por parte de qualquer empresa usuária, levando à publicação da RDC No. 215 de 25/7/2005, proibindo a fabricação
(a partir de 31/7/2005) e a comercialização (a partir de 31/1/2006) de produtos cosméticos contendo acetato de chumbo.

Entretanto, estranhamente, a delegação brasileira solicitou a revogação da proibição de uso do acetato de chumbo. Para isso, apresentou justificativas técnicas, através de referências bibliograficas científicas, levantadas e defendidas na reunião pelo Prof. Dr. Dermeval de Carvalho. Foi entregue literatura técnica comprobatória da segurança aos representantes dos demais países para que estudassem os trabalhos pesquisados.

Ainda, como seqüência dos temas, foi acordado, que o do “Protetores Solares” fosse estudado por cada país e discutido na próxima Reunião Mercosul, devido à importância do assunto e, principalmente, levando-se em conta as metodologias reconhecidas para a determinação da proteção UVA nos protetores solares. Para finalizar, o tema “Certificado de Venda Livre”, deverá ser discutido, também, na próxima Reunião MERCOSUL e outras informações poderão ser consultadas no site Anvisa-Mercosul.

Carlos Alberto Trevisan
Boas Práticas por Carlos Alberto Trevisan

Qualidade no Papel

Continuando com a abordagem conceitual das Boas Práticas de Fabricação e Controle esta coluna irá abordar o tema da “qualidade de papel”, ou seja, a qualidade que está escrita mas não praticada.

Durante nossa atividade de consultoria, deparamo-nos com situações nas quais, ao inquirirmos a empresa sobre a existência de procedimentos, normas, instruções etc, os referidos documentos nos foram apresentados nas mais diversas formas, seja no que diz respeito ao conteúdo, quanto à praticidade de sua utilização quando requerida.

Inúmeras vezes, os documentos foram preparados pelo diretor, gerente, proprietário, responsável técnico etc, sem nenhuma participação efetiva de quem deveria colocar em prática o que o documento continha.

Em alguns casos, ao tentar acompanhar um procedimento in loco, fiquei surpreso com a reação de total e completo desconhecimento demonstrado por quem deveria cumprir o estabelecido nos documentos.

Outras vezes, me foi dito pelo funcionário que não cumpria o estabelecido no procedimento, por saber que este não correspondia à realidade e que não havia sido elaborado por quem exercia a função.

As considerações acima têm por objetivo expor que, ao possuir o documento, a empresa assume que aplica as Boas Práticas de Fabricação. No entanto, esta procede de forma completamente diversa do que consta no documento.

Devemos ressaltar também a confusão que se faz entre Manual da Qualidade e Manual de Boas Práticas, cuja diferença será elucidada em uma próxima oportunidade.

A famosa e muito empregada alegação de que “tem documentação mal feita, mas felizmente tem alguma” é o grande obstáculo para que sejam tomadas providências para sanar essa irregularidade.

O total e completo desconhecimento dos princípios básicos da Qualidade e, portanto, a ausência de Boas Práticas de Fabricação parece ser suprida em algumas empresas pela existência de um amontoado de documentos, sem utilidade prática nenhuma.

De avaliações realizadas em diversas empresas, localizadas em vários estados, tabulando respostas ao um questionário preparado para avaliar a documentação da Qualidade, obtivemos o seguinte resultado:

1. Existência de registro documental: 50% das Empresas

2. Implantação na prática da documentação existente: 40%

Como a definição de Boas Práticas de Fabricação é o “conjunto de procedimentos seguros a serem praticados pelas empresas com o objetivo de assegurar a natureza e a qualidade pretendida”, podemos concluir que inexiste o efetivo conceito de Boas Práticas e, em conseqüência, de Qualidade - daí o titulo da presente coluna.

Estamos certos de que os fatos aqui comentados sirvam como reflexão sobre qual é o efetivo estágio da Qualidade na empresa, além de fornecer um parâmetro da avaliação do real comprometimento.

A vez da Qualidade por Maria Lia A. V. Cunha / Friedrich Reuss

Missão: Razão da Existência

Todas as atividades na humanidade ocorrem como elos numa cadeia de produtos e serviços que se complementam. Cada elo desta cadeia sobrevive à custa do correto cumprimento da sua razão de ser. Caso um dos elos não esteja cumprindo a sua razão de ser, simplesmente desaparecerá.

A razão de ser é conhecida como a missão, a exata definição da missão é a base do sucesso de uma organização. Se a organização dispõe de uma missão bem definida, os seus objetivos serão estabelecidos de forma muito mais segura. A missão deve representar a razão maior da existência de uma empresa ou setor, norteando desta forma todas as suas ações. A missão deverá ser perpétua e para tal não pode estar atrelada a nenhum produto. Os produtos têm vida efêmera, nascem, crescem e morrem e a missão deve ser o direcionador perpétuo da organização.

Portanto, a missão deve focar na satisfação das necessidades dos clientes. Tomando um exemplo conhecido, a real finalidade da indústria cosmética não se restringe à fabricação e comercialização de produtos, a sua finalidade é muito mais ampla. Em realidade, a razão da indústria cosmética é a contribuição para a satisfação das necessidades de saúde, de higiene e do embelezamento do corpo humano.

Há clássicos exemplos de ramos industriais que definiram uma missão atrelada a produtos e por esta razão perderam completamente seus mercados no momento em que o produto foi substituído por uma tecnologia diferente.

A IBM, que tinha como missão produzir computadores de grande porte, quase quebrou com o surgimento dos pequenos computadores pessoais. Nesta era de rápida evolução das tecnologias, o risco da definição equivocada da missão é cada vez maior.

As grandes companhias de cinema do passado, que tinham a missão de produzir filmes e vender assentos nas salas de cinema, sofreram grandes prejuízos com o advento da televisão, cuja tecnologia nunca imaginariam ser possível. Walt Disney, da mesma área de atuação, no entanto tinha como missão o divertimento do público. Esta missão mais ampla passou a ser satisfeita por meio de produtos diversos: as revistas em quadrinhos, os filmes sobre a natureza e os filmes de desenho animado apresentados em cinemas, fitas vídeo, CD’s e DVD’s. Disney foi ainda mais além, concluindo a gama de seus produtos com a criação dos parques temáticos.

Nestes simples exemplos percebe-se que a correta definição da missão permite abrir os horizontes para todos os negócios inter-relacionados.

O mesmo conceito pode ser aplicado internamente nas empresas, definindo a missão de cada departamento. A vantagem está na melhor compreensão da razão de ser de cada setor, com efetiva contribuição para a formação das equipes.

A missão da produção é de disponibilizar para o supply chain produtos na qualidade, quantidade, prazos e custos especificados. O supply chain tem a missão de gerenciar toda a cadeia de fornecimento, disponibilizando informações de planejamento interno e a disposição de produtos para os clientes. O RH tem a missão de disponibilizar as pessoas adequadas a cada cliente seu.

Da mesma forma são definidas as missões dos outros departamentos operacionais e de suporte, sejam estes internos ou terceirizados. No caso da terceirização de alguma atividade, a definição da missão é estabelecida em contrato, deixando claro aquilo que se espera do terceirista. Estando definidas as missões de cada unidade da organização, fica mais clara a definição das responsabilidades e dos objetivos a serem atingidos, enfim, o que se espera de cada departamento.

O alinhamento dos objetivos dos departamentos com os da organização se torna mais claro. A dinâmica das equipes em suas interdependências se torna mais claramente atribuída numa relação interna de clientes e fornecedores, promovendo a autogestão pró-ativa de todo o grupo, formando um corpo homogêneo e automático de autogestão.

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Cuidados no Inverno

A pele faz contato com o meio exterior protegendo o organismo de agressões externas. Devido a estas características, é sensível às mudanças ambientais, como as alterações de temperatura.

No inverno a pele tende a ficar ressecada, pois a temperatura elevada dos ambientes favorece a evaporação da água. Além disso, as glândulas sebáceas produzem menor quantidade de sebo, pois são estimuladas pelo calor além do que, no inverno as pessoas suam menos, favorecendo também a desidratação cutânea.

A água é o elemento mais importante para o funcionamento adequado da pele. Peles desidratadas têm tendência a coçar e apresentar irritações. No inverno os principais cuidados com a pele estão relacionados a evitar o ressecamento.

O banho deve ser único, a qualquer hora do dia, rápido e com a água em temperatura amena. Tanto água muito quente como vários banhos ou banhos prolongados facilitam o ressecamento da pele. O sabonete deve ser neutro e os esfoliantes devem ser evitados nesta época do ano.

Existem óleos e hidratantes que podem ser utilizados no banho, principalmente, se a pessoa não gosta de cremes no corpo.

Esses hidratantes devem ser passados logo após o banho, depois deve-se enxaguar levemente e enxugar de maneira suave.

No inverno, uma das medidas mais importantes é utilizar um bom hidratante no corpo e no rosto, uma vez ao dia. Diversas substâncias tais como: uréia, ácido hialurônico, lactato de amônia, sorbitol, ácido glicólico, são interessantes para compor os produtos de hidratação.

O creme ou loção deve ser passado uma vez ao dia, de preferência, após o banho e ser bem espalhado em toda a cútis.

Quando houver áreas muito secas como: cotovelos, joelhos, pés ou mãos, pode–se ocluir com um filme plástico para potencializar a hidratação.

O rosto também deve ser hidratado, de preferência duas vezes por dia. Creme antienvelhecimento noturno e filtro solar podem ser associados a hidratante.

Nesta época as pessoas que utilizam AHA devem diminuir a freqüência, pois estes podem irritar a pele. A pele também está sujeita ao aparecimento de lesões eczematosas, devido a ressecamento e coceira. As alergias ficam mais evidentes e tendem a piorar.

A alimentação deve ser equilibrada e com muita água. Lembrar que os lábios também podem ressecar e devem ser protegidos e hidratados.

É importante ter em mente que o hidratante não precisa custar “uma fortuna”. Cremes ou óleos com formulações eficientes usados uma vez ao dia, protegem e hidratam a superfície cutânea.

Os cabelos também ficam menos oleosos e, às vezes, com as pontas muito ressecadas. Produtos com queratina, vitaminas e silicone podem ajudar.

As unhas ficam secas e quebradiças e as irritações ao seu redor são mais intensas.

É importante usar cremes e óleos protetores uma vez ao dia e diminuir a freqüência de idas a manicure, que deve ser orientada para retirar menos cutículas.

As roupas em contato com a pele devem ser de algodão, pois provocam menos alergia. Os cuidados com depilação precisam ser freqüentes, pois os pêlos podem encravar mais.

O inverno é a época adequada aos tratamentos de pele, como cirurgias plásticas e peelings.

Valcinir Bedin
Tricologia por Valcinir Bedin

Tecnologia em Hair Care

Os avanços tecnológicos em hair care têm sido constantes e sempre alvissareiros, mas compete ao mercado separar o joio do trigo, uma vez que os apelos de marketing nem sempre são compatíveis com a realidade.

Ao enumerar alguns ativos que estão sendo usados neste segmento, obviamente nossa intenção não é esgotar o assunto, mas sim sugerir produtos que, sabidamente, têm efeitos positivos nesta área.

Vamos abordar produtos que são utilizados principalmente em cosméticos de recuperação dos fios capilares e do couro cabeludo.

De um modo geral, a recuperação da haste se dá principalmente em relação à cutícula do fio, na tentativa de restaurar a sua integridade, tornando- a homogênea e não descamativa, o que faz com que a penteabilidade, a eletricidade estática e o brilho se mantenham em níveis adequados.

Com relação ao couro cabeludo, o tratamento cosmético envolve produtos que diminuem a descamação desta parte do corpo, reduzindo a dermatite seborréica e propiciando a higienização adequada.

Creatina (Creatine, Tego Cosmo C100 da Degussa) - A creatina possui tamanho reduzido, possibilitando sua penetração profunda na fibra capilar. Possui propriedade de reconstrução dos fios danificados por processos químicos e físicos e suaviza a superfície das cutículas.

Oligossacarídeo da cana de açúcar

(Dihydroxypropylstearyldimonium Oligosaccharides, Oligoquat M da Arch Chemicals) – Promove a reconstrução dos fios danificados, protegendo- os dos danos causados por processos químicos e/ou físicos devolvendo brilho e promovendo proteção. Sua propriedade aderente e hidratante forma uma significativa película que irá manter o cabelo com propriedades umectantes e suavizantes mesmo após o enxágüe.

Queratina hidrolisada

(Hydrolyzed Keratin, Queratan da Íon Tecnologias) - Trata o cabel o quimicamente modificado, restaurando suas proteínas. Devido ao seu baixo peso molecular, possui facilidade de penetração na cutícula dos cabelos, proporcionando hidratação, nutrição e brilho. Aumenta a força e resistência dos fios. Pode ser usando em shampoos, como agente protetor contra a irritação a tensoativos e fornece corpo e elasticidade para o cabelo.

Fitoqueratina [Hydrolized Corn Protein (and) Hydrolized Wheat Protein (and) Hidrolized Soy Protein, Phytokeratin da Arch Chemials] - Multiplica naturalmente os aminoácidos presentes no cabelo que exercem função importante na manutenção da umidade, ajudando a mantê-lo úmido e sedoso. Possui baixo peso molecular com a capacidade de penetrar nos fios, auxiliando na melhoria da aparência saudável e da umidade. Repara a cutícula do cabelo e previne a quebra dos fios causados pelo calor excessivo.

Extrato de Malaquita e Rodocrosita [Water (and) Malachite Extract (and) Rhodochrosite Extract, Malakite e Rhodolite da Brasquim] - A remineralização promovida pelos oligoelementos de pedras preciosas restabelece os componentes substanciais presentes na superfície do fio. Com ação hidratante e emoliente, promove brilho e auxilia a redução do volume.

Água de Flor de Jasmim [Water (and) Butyleneglycol (and) Jasminum officinale (Jasmine) Extract, Phytofleur Jasmine da Croda] - Hidratante, suaviza e controla a oleosidade dos cabelos finos. Atua também na reconstrução do fio, aumentando a resistência e melhorando o brilho.

Argila (Montmorillonite, Argila Verde da Prominerios) - Controla a oleosidade excessiva e a seborréia do couro cabeludo por adsorção do excesso de oleosidade.

Antonio Celso da Silva
Embalagens por Antonio Celso da Silva

Quando Embalagem é Complicador na Produção

A falta de representante do setor produtivo no desenvolvimento de projeto de uma embalagem pode torná-la um complicador, a ponto de atrasar o lançamento do produto, ou até mesmo inviabilizá-lo.

Normalmente os envolvidos no desenvolvimento de uma nova embalagem são os profissionais do marketing - e em algumas empresas também se conta com a participação do departamento comercial.

O elo entre essas áreas e a fábrica é a área técnica, através do departamento de desenvolvimento de embalagem. Cabe a este levar o projeto para o piso da fábrica e avaliar: a necessidade de novos equipamentos para produção, a adequação dos existentes ou mesmo propor alterações no projeto da embalagem, com o objetivo de maximizar o aproveitamento dos equipamentos de produção disponíveis.

Cabe ao departamento de desenvolvimento de embalagem, também, ser o facilitador, de maneira a minimizar custos de mão-de-obra de envase, indicando da melhor máquina - visando, sempre, qualidade e produtividade.

A embalagem também pode ser um complicador na produção quando a empresa não conta com um sistema de controle de qualidade no recebimento (se não se tratar de fornecedores com qualidade assegurada). A variação para menor, no diâmetro interno de um gargalo de frasco, por exemplo, quando não detectado no recebimento, pode impedir a entrada do bico da máquina de envase, ou fazer com que o
bico entre tão justo que resulte no transbordamento do produto durante o processo de envase.

Seja no caso de projeto novo ou na falta de controle no recebimento, a adequação das embalagens às máquinas existentes ou a adequação das máquinas às embalagens, é de suma importância para evitar que as embalagens sejam um complicador na produção.

Muitas vezes a troca de uma tampa de rosca por uma de encaixe pode complicar a produção, se a máquina não for adaptada previamente. Para uma tampa com rosca é necessário uma rosqueadeira, que pode ser automática ou semi-automática. Já para uma tampa de encaixe é necessário uma máquina pneumática do tipo “batocadeira”. Óbvio que numa empresa de pequeno porte, onde não existam esses equipamentos, entra o “manomático” (operação manual).

Atualmente a febre nas embalagens é o rótulo tipo sleeve. Isso porque os fornecedores atualmente instalados no Brasil (talvez o número já ultrapasse uma dezena), estão abrindo mão das quantidades exorbitantes e preços proibitivos iniciais para poder atender também os pequenos e médios fabricantes com suas maravilhas coloridas.

Importante é destacar que diferente do rótulo autoadesivo, a aplicação do sleeve requer tecnologia e equipamentos adequados. Não basta pegar aquele velho forno usado para termoencolhimento e elevá-lo à categoria de “forno para encolhimento de sleeve”.

A temperatura do forno, a temperatura e pressão do ar quente, juntamente com a velocidade da esteira formam um conjunto que se adequadamente regulado e controlado, vai fazer a aplicação e o encolhimento perfeitos do sleeve. É diferente do rótulo que até pode ser aplicado manualmente, se não houver rotuladeira automática ou semi.

Um outro caso é o infindável número de opções de formatos de bandejas para sombra, blush e pó compacto que começa a aparecer espontaneamente no mercado ou mesmo por solicitação de empresas fabricantes de maquilagem.

Não basta definir por esse ou aquele novo modelo se não tiver o ferramental especial para a compactação das novas bandejas. O ferramental é complemento da máquina de compactar, e demora, no mínimo, 30 dias para ser fabricado.

Concluindo, é importante ressaltar que ao desenvolver nova embalagem não se pode esquecer de envolver a fábrica, evitando que essa embalagem seja um complicador de produção.

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