Tecnologia de Polímeros/Produtos Capilares

Edicao Atual - Tecnologia de Polímeros/Produtos Capilares

Editorial

Alguns Passos Atrás

 

O Brasil foi rebaixado do 39o para o 46o posto no ranking de desenvolvimento de ICT (sigla em inglês para tecnologia da informação e da comunicação) - setor essencial para a competitividade global das economias. A divulgação foi durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça. O ranking cobre 104 países.

 

Não é novidade o país despencar em alguns rankings ou disparar em outros. Mas o que mais chama a atenção, neste caso, é que estamos perdendo terreno no campo do crescimento e da competitividade, em plena era da informação.

 

A falta de incentivo ao desenvolvimento de alguns setores, o acesso ainda restrito da população à Internet (o maior e mais importante programa de inclusão digital do governo Lula, o PC Conectado - venda de 2 milhões de computadores até o final da gestão - ainda não saiu do papel), além da chamada “evasão de cérebros” podem ser as causas.

 

É fundamental o incentivo à realização de projetos que aliem a inclusão digital e a formação de pessoas no avanço da pesquisa científica e tecnológica, por meio da parceria entre os setores: empresarial, governamental e acadêmico – o que certamente irá gerar bons frutos, tanto no aspecto social, quanto econômico.

Tais iniciativas são vitais para todos os setores – sobretudo no contexto da chamada “sociedade da informação”, na qual vivemos – o que não é diferente para o de Cosméticos.

 

A Tecnologia de Polímeros e Produtos Capilares - temas centrais desta edição de Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) - são abordados na forma de artigos. Estamos comemorando o retorno do Formulário, agora mais extenso e diversificado, com 39 fórmulas dentre shampoos, condicionadores, e produtos de tratamento e de finalização, gentilmente preparadas por empresas de matérias-primas. Nesta edição apresentamos, também, o programa do 19o Congresso Brasileiro de Cosmetologia.

 

Boa leitura!

Hamilton dos Santos

Editor

Formulando Condicionadores Capilares - Ken Klein Cosmetech Laboratories, Fairfield, NJ, Estados Unidos

O autor comenta as diversas etapas seguidas no desenvolvimento de uma formulação condicionadora para os cabelos.

El autor comenta las diversas etapas seguidas en el desarrollo de uma formulación acondicionadora para El cabello.

El author presents some comments on the diverse steps followed on the hair conditioning products formulation.

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Breve Análise da Interação Polímero/Tensoativo - Robert Y. Lochhead e Lisa R. Huisinga The Institute for Science Formulation, Universidade do Sul do Mississipi, Hattiesburg, Mississipi, Estados Unidos

Neste artigo, a significância de parâmetros tais como magnitude da correlação (dimensões da bolha), estrutura das micelas, comicelização, conformação de adsorção do polímero e estrutura de coacervato são apresentadas com destaque para a apreciação conceitual das interações entre polímero e tensoativo, e seu uso nos avanços recentes nos shampoos condicionadores.

En este articulo, La relevancia de parâmetros tales como magnitud de La correlación (dimensiones de la borbuja), estructura de las micelas, comicelización, conformación de adsorción del polímero y estructura de coacervato son presentadas como relevantes para La apreciación conceptual de las interaciones entre polímeros y tensioactivos, y su uso em avances recientes en los champues acondicionadores.

In this article, the significance of parameters such as correlation lenght (blob size), micelle structure, comicellization, polymer adsortion conformation and coacervate structure are introduced with relevance to the conceptual appreciation of polymer-surfactant interactions and its bearing on recent advances conditioning shampos.

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Novas Tecnologias de Shampoos: Entre Ondas de Choque - Mort Westman Westman Associates, Oak Brook, Illinois, Estados Unidos

Embora a tecnologia de shampoo não esteja, no momento, experimentando nenhuma mudança súbita e drástica, o autor analisa diversos avanços recentes em materiais, metodologia de teste (química combinatória) e enfoques de formulação (tecnologias tensoativos estruturados).

Aunque la tecnología de champues en El momento, no experimenta ningun cambio súbito y drastico, el autor hace un analisis de diversos avances recientes en materiales, metodología de pruebas (química combinatória) y enfoques de formulacione (tecnologías de tensioactivos estrucuturados)

Though shampoo technology is not presently experiencing sudden and dramatic change, the author reviews several recent advances in materials, test methodology (combinatorial chemistry) and formulation approaches (structured surfactant technologies).

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Nova Dimensão em Modelagem de Penteados - C. Wood, S.Nguyen-Kim e P.Hoessel BASF AG, Ludwigshafen, Alemanha

Dados sobre fricção, dureza, adesividade e outras propriedades mecânicas obtidas a partir da avaliação de nanoreentrância em microscópio de força atômica combinada com medidas de uma variedade de tensões convencionais demonstram o potencial do copolímero VP/ metacrilamida/vinil imidazol, um novo polímero para a modelagem de penteado de cabelos.

Datos sobre fricción, dureza, adhesividad y otras propiedades mecánicas obtenidas a partir de una evaluación de nanoreentrancias em un microscopio de fuerza atomica combinada com mediciones de uma variedad de tensiones convencionales demuestran el potencial Del compolímero VP/ metacrilamida/vinil imidazol, un nuevo polímero para El modelaje de peinados de cabello.

Data on friction, hardness, tack and other mechanical properties obtained from a nanoindenter on an atomic force microscope combined with conventional stress strain measurements demonstrade the potential of VP/ methacrylamide/ vinylimadazole copolymer, a new hairstyling polymer.

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Proteção Térmica em Aplicações de Hair Care - John Nicholson GE Advanced Materials Silicone, Tarrytown, NY, Estados Unidos

Acessórios de styling com alta temperatura causam alterações nas propriedades dos cabelos. Neste artigo o autor apresenta um novo ingrediente que confere benefícios de proteção térmica mensurável e perceptível pelo consumidor.

Los acesorios de styling con alta temperatura pueden causar alteracciones en las propiedades de los cabellos. En este artículo, el autor presenta un nuevo ingrediente que confiere beneficios de protección medible y perceptible por los consumidores.

Hair styling devices at high temperatures cause changes on the hair properties. In this article the author presents a new ingredient which grants hair thermal protection benefits which can be measured and felt by the consumer.

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Estabilidade de Shampoos contendo Extratos Vegetais - Hellen Karine Stulzer, Monika Piazzon Tagliari, Marilen Pires Ferreira Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, Itajaí SC, Brasil

Este artigo tem como objetivo desenvolver duas formulações de shampoo, utilizando extratos vegetais como ativo, e avaliar alguns parâmetros envolvidos no controle de qualidade destas preparações.

Este artículo tiene como objetivo desarrollar dos nuevas formulaciones de champúes con activos de extractos vegetales y evaluar los parâmetros involucrados en El control de la calidad de estas preparaciones.

This article aims to develop two shampoos formulations with vegetal extracts and to evaluate some parameters involved in the quality control of these preparations.

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Carlos Alberto Trevisan
Mercosul por Carlos Alberto Trevisan

No Caminho do Reconhecimento Mútuo

Na edição anterior comentamos sobre as ações que estão sendo tomadas para a obtenção do “reconhecimento mútuo” ou “covalidação”, isto é, a extensão da validade da autorização de venda no comércio concedida pela autoridade sanitária de um país do Mercosul para os demais países integrantes do bloco.

A implantação, como já foi previamente comentada, implica na alteração de procedimentos operacionais e jurídicos das mais variadas espécies, como leis, normas, regulamentos, etc, específicos de cada Estado- Parte.

No caso do Brasil, foi acordado que os primeiros produtos a serem submetidos ao reconhecimento mútuo serão os constantes da categoria de risco Grau 1, contida na RES 335.

Ocorre que no trâmite processual através das “notificações” adotadas para a regularização dos produtos de Grau 1, desde há alguns anos, não existe a possibilidade de rastreamento de todas as alterações sofridas por esse tipo de produto após a notificação inicial, devido à não existência de um “processo-mãe”.

Várias foram as alternativas estudas pela ANVISA para contornar essa deficiência do sistema atual, como até mesmo eleger o código de barras impresso na maioria dos produtos e utilizado para o cadastramento dos produtos pelo comércio, como elemento de identificação do produto, inclusive perante a vigilância sanitária brasileira.

O uso do código de barras irá permitir à ANVISA rastrear o produto, tanto do ponto de vista administrativo quanto no que diz respeito à inspeção nos pontos de- venda.

Dependendo do prazo a ser concedido para a adequação dos produtos à alternativa do código de barras, poderão surgir inconvenientes e dificuldades (principalmente de ordem financeira e de tempo), não só para as novas notificações, mas principalmente para os produtos já existentes no mercado.

Outro ponto a ser considerado é a efetiva implantação das atividades de vigilância pós-venda, para orientar fabricantes e consumidores, quanto às novas diretrizes implantadas.

Lembramos que existem diferenças consideráveis nos procedimentos adotados na fabricação de produtos nos quatro Estados-Parte e que, portanto, a uniformidade quanto aos critérios mínimos de Boas Práticas de Fabricação e Controle, pelo menos, deveria ser considerado.

A implantação da auto-inspeção - que não é novidade, pois já estava presente na publicação da Portaria SVS/ MS 348, de 20/4/1998 - se efetivamente realizada, a médio e longo prazos, poderá possibilitar a obtenção da igualdade quanto aos critérios mínimos de BPFeC. Na atividade de auto-inspeção deverá ser enfatizada a importância da efetiva participação do responsável técnico, que deverá estar investido de autoridade e responsabilidade para a sua realização.

Como se pode constatar, existem muitas e urgentes ações a serem tomadas para que o reconhecimento mútuo seja de fato atingido (e não fique só no papel), e que todos os envolvidos contribuam com seus esforços para que tal objetivo seja alcançado no mais curto prazo.

Cristiane M Santos
Direito do Consumidor por Cristiane M Santos

Ações e Reflexos de Comportamentos Conscientes

No dia 15 de março foi comemorado o Dia Internacional do Consumidor. Como as comemorações sempre acabam suscitando reflexões, visitei diversos sites de organizações não-governamentais de defesa do consumidor e constatei o investimento destas entidades para a educação dos consumidores – há inclusive ações de educação ao consumidor em escolas ligadas a UNESCO.

A Consumer International, por exemplo, no ano passado, lançou um manual – “Gênero e Consumo – para um enfoque de gênero na educação para o consumo” – que está sendo utilizado por membros da entidade em vários países da América Latina, como Argentina, Brasil, Chile e El Salvador. Este manual proporciona um panorama das relações de consumo, identificando as estruturas de proteção do consumidor sob o aspecto de gênero.

Citando o objetivo desta publicação:

“Este objetivo se fundamenta na necessidade de avançar para a igualdade de direitos de mulheres e homens no âmbito das relações de consumo, condição básica de todo processo de modernização e democratização social.”

Deixando de lado qualquer tipo de “feminismo”, é relevante a importância na qual esta ONG, de atuação mundial, está atuando para analisar e educar as mulheres consumidoras – fato demonstrado por meio de publicações e projetos específicos, como o manual em referência:

“Esta publicação responde, precisamente, a esse propósito: fazer do enfoque de gênero uma forma natural de conceber e projetar o trabalho das organizações de consumidoras e consumidores. E, nessa direção, as atividades de educação devem assumir um papel significativo. Esperamos que também contribua para produzir aproximações e alianças com o movimento de mulheres no empenho para alcançar objetivos que são comuns.”

São inegáveis as mudanças de comportamento geradas pela conscientização dos consumidores nos últimos vinte anos e é estimulante verificar que a jornada para o desenvolvimento social sob este aspecto continua...

Imagine como será a geração de consumidores que está sendo educada na escola? Que por sua vez também já é fruto de pais e mães mais conscientes do ponto de vista consumerista...

E os reflexos desta conscientização estão cada vez mais ligados à individualização do consumidor.

No passado o “preço” era o fator decisivo para a escolha do consumidor, hoje o consumidor consciente prefere ser bem tratado e respeitado como tal.

Uma pesquisa do IBRC – Instituto Brasileiro de Relação com o Cliente (publicada na revista Consumidor Moderno nº 76) – revelou o atendimento de uma empresa é o item mais valorizado pelo consumidor – 43%. O item “preço” apareceu em 4º lugar, depois dos itens “qualidade” e “responsabilidade social”, com 9%.

Vale destacar que “atendimento” para este consumidor não é apenas ser bem tratado na hora da compra, mas também, ter sua expectativa plenamente atingida na hora de se cumprir aquilo que foi prometido, durante e após a compra.

Se você é apenas um consumidor, orgulhe-se de suas conquistas... se for também empresário trate seus consumidores da maneira na qual gosta de ser tratado e se prepare para as próximas gerações!

A vez da Qualidade por Maria Lia A. V. Cunha / Friedrich Reuss

Inversão de Papéis

Em recente auditoria de sistema de gestão integrada (qualidade e ambiente) tivemos a oportunidade de vivenciar uma organização que se apresenta exatamente nos moldes daquela empresa que descrevemos em nosso último artigo – com relação à valorização das pessoas.

Trata-se de uma organização prestadora de serviços com atuação presencial em muitos municípios e em diversos estados. Suas atividades estão em postos dispersos, em locais diferentes e muito distantes entre si, empregando mais de 1.000 pessoas e mantendo apenas 40 profissionais na sua unidade de base.

Alguns dos segredos desta organização são: procedimentos de trabalho claros e objetivos, preparados e aprovados pela cooperação entre os interessados; definição de critérios claros e transparentes na contratação, para que sejam contratadas pessoas que se harmonizem com a organização; formação e treinamento intensivo e objetivo para cada cargo, sendo que o custo da formação é suportado pelo próprio interessado, pois lhe servirá de bagagem para todo o seu futuro, ao passo que os treinamentos são específicos para as suas funções dentro da organização.

O fornecedor e os clientes internos e externos desenvolvem as instruções de trabalho de tal forma a otimizar as operações e os resultados, porém dentro da linha básica e da política de trabalho da organização. A cultura é baseada em objetivos claros, na satisfação plena dos clientes, no respeito total ao meio ambiente, no respeito às pessoas, na transparência de atuação, na ordem, na limpeza, na apresentação pessoal impecável, nos trajes e nas formas de comunicação. A disseminação desta cultura em toda a organização é realizada por uma estrutura organizacional leve composta de chefias e supervisores, orientação constante por meio de treinamentos, um suporte firme por meio do time da qualidade e complementada pela presença exemplar e direcionadora por parte da presidência, que constante e regularmente se faz presente nos diversos locais de trabalho.

Freqüentes projetos que mobilizam as pessoas em torno de determinados objetivos como, por exemplo, um projeto de responsabilidade social em que ações a serem definidas pelas equipes internas de colaboradores da empresa junto às entidades assistenciais terão a participação em premiações internas. Usa-se, portanto, a atuação dos próprios colaboradores para que, trabalhando em conjunto numa atividade paralela à da empresa, estejam se unindo aos objetivos de sua comunidade e de seus colegas para um trabalho de ajuda à sociedade.

Outros trabalhos são realizados e planejados para reforçar a união da própria família dos colaboradores, cujo exemplo foi a realização de uma festa no ano passado em que se trouxe para a matriz e se reuniram as famílias de todos os colaboradores de todas as localidades. O toque adicional nesta festa foi que o serviço de garçom foi realizado pelos seus diretores, gerentes e supervisores, proporcionando um clima de descontração e aproximação.

Trata-se de uma inversão de papéis que tenta demonstrar que todos na empresa são elementos humanos que contribuem da mesma forma para o seu sucesso final. E é nesta mesma linha que é realizada uma vez ao ano uma inversão de papéis, a chamada “troca de funções” pelo período de uma semana, em que executivos assumem as funções de pessoal operacional e estes a função do executivo. É um processo que traz impressionantes resultados de introspecção que facilitam a compreensão de muitos aspectos da vida empresarial.

O trabalho do executivo na função operacional poderá resultar na compreensão de muitas de suas dificuldades e possivelmente até possa trazer mudanças ou ajustes importantes, que de outra forma passariam despercebidos. Premiações especiais também contribuem para a melhoria da integração, da formação, do desenvolvimento pessoal e profissional, da assiduidade e outros. O próximo passo é a formação posterior de seus colaboradores universitários por meio de um MBA específico.

Denise Steiner
Temas Dermatológicos por Denise Steiner

Pele Hidratada após Bronzeado do Verão

É muito comum nessa época do ano, quando o verão já está terminando, as pessoas ficarem preocupadas em manter o bronzeado e, ao mesmo tempo, ficar com a pele saudável.

Contudo, para que isso ocorra, é necessário tomar os devidos cuidados na hora de se bronzear, ou seja, expor-se ao sol de forma gradual, usando um filtro solar adequado, nos horários em que o sol não faz mal à pele (até às 10h da manhã e após às 16h).

Se esses procedimentos tiverem sido adotados, a pessoa poderá manter o bronzeado por mais tempo, fazendo uma esfoliação com creme abrasivo e usando, diariamente, um bom hidratante após o banho. Agindo dessa maneira, o clareamento da pele será feito aos poucos e uniformemente.

Vale destacar que a esfoliação deve ser adotada para o rosto e para o corpo, sendo que, no primeiro caso, deve-se utilizar um creme abrasivo mais suave. E, no caso da hidratação do rosto, deve-se considerar também o tipo de pele da pessoa (se é oleosa ou seca) e o produto a ser utilizado deverá ser indicado pelo dermatologista, contendo sempre filtro solar.

Sol: o Grande Vilão

Em se tratando de bronzeamento e cuidados com a pele, nunca é demais enfatizar que as pessoas devem adotar sempre uma postura preventiva, ou seja, expor-se ao sol usando filtro solar e nos horários adequados. E mesmo agora, que o verão já está terminado, sempre haverá aqueles dias nos quais o sol estará brilhando com toda sua intensidade, as viagens de final de semana para lugares mais quentes ou ainda as férias em regiões onde o verão dura o ano inteiro, como as praias do Norte e Nordeste do Brasil.

São nesses momentos que a pessoa esquece dos males que podem ser provocados pelo sol, como o desgaste cumulativo na pele, podendo ocasionar rugas, manchas e ressecamento que, muitas vezes, podem surgir mais cedo - principalmente em peles mais brancas ou em pessoas que não adotaram os procedimentos preventivos.

Os Diferentes Tratamentos

Existem vários tratamentos para cuidar da pele, podendo- se citar três: esfoliação, hidratação e massagens. Tais tratamentos visam diminuir os efeitos nocivos do sol, melhorando a aparência da pele. Podem ser combinadas técnicas e produtos, visando a obtenção de uma resposta satisfatória para cada pessoa.

A primeira recomendação é a esfoliação (também conhecida como gommage), que consiste em massagear o rosto e corpo com cremes que contenham grânulos orgânicos ou partículas de polietileno. Esse procedimento deve ser executado por um profissional de estética, numa cabine, em sessões semanais (o tratamento pode variar de seis a dez sessões), utilizando os mais variados tipos de hidratantes e máscara existentes no mercado.

Dentre os diversos tipos de máscara disponíveis, podemos agrupá-las em:

- Clareadoras: formadas por princípios ativos que clareiam e dão uniformidade à pele, sem causar irritação;

- Máscaras de vitamina C: hidratam, reduzem a formação de radicais livres e diminuem os sinais de envelhecimento;

- Máscaras de fios de seda: trata-se de máscaras de fibras naturais, contendo aminoácidos regeneradores, que fortalecem tecidos desvitalizados e foto envelhecidos.

Não podemos esquecer a hidratação corporal, pois a pele do corpo também sofre o processo de foto envelhecimento e deve ser tratada à base de massagens, com princípios ativos que firmem a pele, renovam a camada córnea, devolvendo a suavidade, a elasticidade e tornando a cor homogênea.

Tratamentos a parte, vale destacar que qualquer procedimento adotado para cuidar da pele, seja do rosto ou do corpo, deve sempre ser indicado por um profissional (dermatologista ou esteticista), não cabendo à própria pessoa decidir por esse ou aquele tratamento sozinha, uma vez que, em se tratando da pele, uma postura inadequada poderá trazer problemas maiores no futuro.

Valcinir Bedin
Tricologia por Valcinir Bedin

Abordagem na Queda de Cabelos

A queda de cabelos é uma queixa que (de acordo com pesquisa desenvolvida pela Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo) 60% das mulheres e 50% dos homens brasileiros têm. Para se fazer um bom diagnóstico é necessário, antes de mais nada, que se defina bem o que é queda de cabelo normal e anormal. Precisa-se saber se realmente estamos diante de um quadro de queda ou de um quadro de “quebra” de cabelos, o que consiste numa outra entidade.

O que o leigo define como queda é quando ele vê uma pequena massa esbranquiçada na ponta da haste, que costuma chamar de raiz. “Cai com a raiz” é a queixa comum. Esta pequena massa branca é mucina, uma proteína encontrada na extremidade dos cabelos, mas não é aquilo que se imagina ser “a raiz do cabelo”. Esta, a matriz, onde são produzidos os novos fios, não cai nunca.

Resolvida esta questão vamos ao segundo passo, que é saber se os cabelos estão caindo de forma irregular e em quantidade anormal. Um teste bastante fácil pode ser feito, introduzindo a mão, com os dedos separados, no meio dos cabelos. Fecha se a mão e percorre-se toda a extensão dos fios com esta. Se, ao final dos cabelos, tivermos mais de 6 fios na mão, estaremos diante de uma queda patológica. Menos que três, queda normal, e entre três e seis, dúvida. Este teste é chamado de “teste do puxamento leve”!

Definida a queda vamos buscar suas causas. Ficamos aí entre três possibilidades: a primeira, de caráter genético ou constitucional, o que pode ser esclarecido através de uma boa história familiar. É importante lembrar que a calvície é um processo relacionado a vários genes, e que tem relação com ambos os pais.

O segundo grupo envolve alguma alteração relacionada aos hormônios: hipófise, tireóide, supra-renal, ovários ou testículos. Qualquer pequena alteração nestas glândulas pode afetar os cabelos, ainda que não afetem outras partes do corpo.

Finalmente temos ainda o processo metabólico como um fator desencadeante de queda de cabelos. Precisamos avaliar as reservas de ferro, cobre e zinco, que, às vezes, estão dentro dos padrões da normalidade, mas não são suficientes para que o corpo faça novos fios de cabelos. Ainda neste bloco vamos encontrar o estresse ou o excesso de atividade física ou também regimes de exclusão (vegetarianismo, por exemplo), que podem levar a um desvio metabólico na direção da rarefação dos cabelos.

Se tudo estiver normal e mesmo assim o quadro de queda existe podemos solicitar uma biopsia do couro cabeludo. Para a avaliação da queda de cabelos hoje existe uma técnica especial de biopsia, chamada de corte transversal, na qual o patologista experimentado consegue avaliar com presteza que tipo de queda temos naquele caso.

O bom em tudo isso é que hoje podemos contar com um arsenal terapêutico bastante amplo do qual podemos lançar mão para reparar algum desvio ou até mesmo para contornar a expressão dos genes.

Boas Práticas por Tereza F. S. Rebello

BPF para Operadores

Retomando o tema do treinamento de operadores, enfatizo aqui a necessidade de treiná-los nas Boas Práticas de Fabricação. Evidentemente, isto significa que, além de informações sobre bons hábitos de higiene no trabalho, o assunto também engloba conhecimentos básicos de química.

Um dos aspectos que quero abordar está relacionado ao fracionamento e ao uso das matérias-primas na fabricação de produtos cosméticos.

Por que fracionamento? Porque durante a pesagem, cuidados devem ser tomados não só no que se refere à
inocuidade das matérias-primas, como também quanto à natureza higroscópica destas. Por exemplo: certos polímeros são higroscópicos, como é o caso do PVP (polivinil pirrolidona), goma xantana etc. Portanto, cuidados devem ser tomados para minimizar sua exposição ao ar ambiente. A pesagem deve acontecer em curto espaço de tempo e sua embalagem deve ser vedada e armazenada adequadamente.

Ainda sobre os polímeros (do grego: poli=muitos; mero=porção, parte, ou seja, material composto por muitas partes – unidades - relativamente simples, repetidas várias vezes), existe, entre alguns profissionais, a idéia de que, sendo macromoléculas, haveria dificuldade para seu aproveitamento como nutriente de microrganismos numa eventual contaminação microbiana.

Existem alguns polímeros naturais, como a celulose e o agar, ambos polissacarídeos, que resistem ao ataque das espécies microbianas mais comuns. O agar, por exemplo, é utilizado em meios de cultura “sólidos” para facilitar a contagem dos microrganismos em placas de Petri.

Mas isto não é a regra. Muitos polímeros, inclusive naturais, são comercializados em meios aquosos, o que torna essas matérias-primas suscetíveis à contaminação. É o caso de proteínas hidrolisadas como a de soja, queratina animal, colágeno etc. Algumas dessas matérias-primas são esterilizadas pelo fornecedor, tendo como comentário especial que sejam manuseadas com cuidado para evitar contaminação microbiana, devendo ser consumidas totalmente após o recipiente ser aberto. Também os polímeros sintéticos, como algumas resinas acrílicas altamente solúveis em água, são comercializadas em emulsões aquosas, podendo apresentar problemas de contaminação bacteriana. Algumas dessas resinas são utilizadas em produtos para área dos olhos - e sabe-se que este tipo de produto pertence à categoria daqueles cuja especificação microbiológica é bem mais restrita.

Além dos cuidados relativos ao manuseio e estocagem para evitar contaminações microbianas, o operador também deve conhecer e estar atento ao adicionar certos polímeros durante a fabricação do produto: a temperatura da mistura pode ser crítica. É o caso de peptídeos da elastina, que não deve ser adicionada a temperatura acima de 40ºC. Por outro lado, alguns outros polímeros, como a carragenina, podem ser aquecidos a 50-90ºC para melhor dissolução, mas após resfriamento, o gel espessa. A carragenina é um polímero extraído de algas vermelhas e não são estáveis em meio ácido, nessa faixa de pH sua viscosidade é “quebrada”.

Os profissionais formuladores de produtos cosméticos sabem da importância dos polímeros e copolímeros para toda gama dos produtos de beleza. Conhecem também suas propriedades físicas e físico-químicas: em que pH é alcançada a viscosidade pretendida, em que temperatura essas matérias-primas devem ser adicionadas ao produto, etc. É evidente que, durante o desenvolvimento do produto, esses parâmetros são estabelecidos e fazem parte da fórmula-padrão e que, por sua vez, irá originar a ordem de produção. Portanto, de posse da ordem de produção, parece óbvio que operador irá seguir todas as instruções.

Mas nem sempre isto acontece. E por quê? Displicência? Falta de conhecimento apropriado, o que faz o operador considerar as referências estabelecidas não tão importantes? Equipamentos não apropriados, que não conseguem ajustar temperaturas?

Deixo a resposta para aqueles que dirigem as operações de fabricação.

Antonio Celso da Silva
Embalagens por Antonio Celso da Silva

Volume Declarado e Efetivo

É preciso tomar cuidados básicos antes de se definir o peso ou volume a ser declarado numa embalagem, principalmente quando se tratar de uma embalagem exclusiva.

Por uma razão ou por outra, não são raras as ocasiões que nos deparamos com volume efetivo incompatível com o volume que foi declarado no rótulo.

Vale lembrar que o volume efetivo é aquele que, efetivamente, a empresa coloca de produto na embalagem e volume declarado é aquele que a empresa informa nas suas embalagens. Nem sempre são exatamente os mesmos. Alguns aspectos devem ser considerados ao se definir o que vai ser declarado:

1- Conhecer os volumes BG (base do gargalo) e OF (over flow) da embalagem, principalmente dos frascos, medindo todas as cavidades existentes no molde. Podem existir variações entre as cavidades do molde, por isso é necessário conhecer todas e, calcular a média dessas variações para considerar os volumes BG e OF. Lembre se de que estas também podem acontecer por variação na espessura da parede do frasco. Sejam quais forem as razões, estas precisam estar, necessariamente, contempladas na tolerância de máximo e mínimo do desenho técnico.

2- Conhecer o que o fabricante considera como BG e OF. Muitas vezes o fabricante de frascos oferece um frasco informando, por exemplo, que é de 300 ml, quando na realidade, pelo desenho técnico, cabem até 315 ml de volume BG. Esse é um dos erros mais comuns quando se declara o volume de um produto numa embalagem, levando- se em consideração apenas a informação do fabricante, sem conhecer o desenho técnico ou fazer a verificação da capacidade real da embalagem.

3- Saber qual é a faixa de precisão do equipamento que vai envasar aquele produto. Muitas empresas trabalham com uma variação muito pequena de volume efetivo em relação ao declarado. Nesse caso, obrigatoriamente, é preciso ter um equipamento que tenha precisão para tal, ou seja, que a variação desse equipamento seja muito pequena, conhecida e controlada.

4- Saber como a empresa quer trabalhar na variação de volume em relação ao declarado na embalagem. Em outras palavras, algumas empresas, para prevenir problemas e não correr riscos nas amostragens feitas por órgãos de fiscalização (Inmetro, por exemplo), preferem envasar seus produtos sempre com volume maior que o declarado, “enchem até o topo”. Nesse caso, a ausência de uma câmara de expansão pode fazer o frasco inchar e estourar com o aumento da temperatura e o conseqüente aumento de volume do produto. Se a empresa trabalhar dessa forma, volume a mais deve ser considerado no custo do produto.

5- Por fim, considerar sempre a densidade do produto a ser envasado. Grandes variações de densidade podem implicar em frascos mais vazios, mais cheios ou até mesmo não ser suficiente pata conter aquilo que foi declarado, principalmente quando se tratar de pós e cremes.

Raramente o Inmetro vai autuar uma empresa por envasar um peso ou volume maior que o declarado na embalagem, se bem que isso pode até ser considerada concorrência desleal.

Enfim, é preciso que cada detalhe e cada variação sejam considerados antes de se definir os volumes declarado e efetivo do produto.

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