Proteção Solar

Erica Franquilino

Multifuncionais

Proteção, tratamento e reparação

Radiação solar x saúde da pele

Matérias-primas

Avaliações técnicas

 

Edição Temática Digital - Setembro de 2021 - Nº 66 - Ano 16

 

 

 

Multifuncionais

 

Essenciais para a manutenção da saúde da pele, protetores solares ganham status de tratamento, com formulações cada vez mais sofisticadas. Lançamentos unem alta proteção a atributos valorizados pelos consumidores, como toque suave, controle da oleosidade, uniformização do tom da pele e disfarce de rugas e linhas de expressão.

 

O Brasil ocupa a terceira posição no mercado de proteção solar, atrás de Estados Unidos e China (dados da Euromonitor International, referentes a 2020). O segmento vem apresentando um crescimento lento nos últimos anos.

 

As vendas estimadas do varejo para o consumidor final no período de 2014 a 2019 subiram apenas 0,7% – de aproximadamente R$ 3,58 bilhões para pouco mais de R$ 3,6 bilhões. Johnson & Johnson, L’Oréal, Beiersdorf, Hypera e Avon ocupavam as cinco primeiras posições no ranking das empresas com maior participação de mercado no Brasil em 2019.

 

“No mercado, encontramos diversas alternativas de protetores solares, com benefícios como ampla proteção UVA/UVB, resistência à água, ação hidratante, antioxidante e antipoluição, filtros físicos ou naturais, com e sem cor, com substâncias que não danificam os corais e FPS cada vez mais altos. A nossa legislação permite até FPS 99”, comenta a consultora Alice Moraes, farmacêutica bioquímica que atua no mercado de proteção solar há mais de 30 anos.

 

 

Protetores solares são produtos que devem oferecer fácil aplicação, apresentados nas formas de cremes, loções (que predominam no mercado nacional), sprays, géis, aerossóis e sticks. “O consumidor está cada vez mais informado e consciente da necessidade de manter hábitos saudáveis. Sem dúvida, o uso do protetor solar faz parte desses hábitos”, afirma.

 

“Fabricantes de protetores solares estão em constante movimentação, adequando-se às exigências e necessidades dos consumidores, às questões ambientais e ao preço final. É possível encontrar produtos para todos os bolsos e gostos nos pontos de venda. De acordo com um levantamento do Farmácias APP, protetores solares, bronzeadores e itens pós-sol representaram 31% da receita dos itens de verão no aplicativo, de janeiro a março de 2021”, menciona.

 

 

 

Proteção, tratamento e reparação

 

Lançamentos multibenefícios chegam ao mercado internacional, formulados com ingredientes de baixo potencial alergênico e que não agridem o meio ambiente. “Nesse último verão, surgiram diversos produtos com FPS mais altos, acima de 60, e menções a hidratação, proteção contra o envelhecimento, ação antimanchas, antipoluição, presença de antioxidantes naturais e extratos vegetais, além de filtros inorgânicos ou minerais”, aponta Alice.

 

Com textura ultraleve e toque seco, o Neutrogena Sun Fresh Derm Care foi apresentado aos brasileiros em outubro de 2020. Indicado para peles mistas a oleosas, o protetor solar proporciona efeito mate de longa duração e controle da oleosidade por até 12 horas. O produto está disponível nas opções FPS 30 e 70 – a opção FPS 70 oferece versões com cor, em três tonalidades.

 

A composição traz os ativos: niacinamida, clareador de sinais e que auxilia no combate à acne; feverfew (Tanacetum parthenium), antioxidante que protege a pele contra agressões externas, como fumaça e cigarro, com ação antioxidante até cinco vezes maior do que a da vitamina C; e vitamina C, antioxidante essencial para a síntese de colágeno.

 

O Minesol Oil Control, destaque no portfólio da Neostrata, “é o protetor solar do futuro”, pois reduz em até 86% a produção de oleosidade da pele, após 28 dias de uso contínuo. “É o único protetor do mercado formulado com Neoglucosamina, que torna a pele mais lisa e uniforme”, diz a marca.

 

Sensorial leve, que não “derrete”, e controle do brilho por 12 horas são alguns dos benefícios do protetor, criado especificamente para a pele da brasileira. O produto oferece as versões pele clara, pele morena, pele morena mais e pele negra. A composição traz a tecnologia 3D-Extended Defense, que protege a pele das radiações UVA, UVA longo, UVB, luz visível e da poluição.

 

Em fevereiro deste ano, a Avon apresentou o Renew Solar Advance com Ácido Hialurônico FPS 50, que alia proteção contra os raios UVA/UVB ao tratamento da pele. O produto, que confere hidratação e suaviza rugas e linhas de expressão, é formulado com niacinamida e ácido hialurônico, tem rápida absorção e acabamento mate.

 

“Temos visto um aumento na preocupação da população com relação aos cuidados faciais, incluindo a proteção solar. A Avon tem acompanhado este movimento de perto, trazendo para os consumidores produtos com as últimas tecnologias a um preço acessível. Esse protetor foi desenvolvido pensando na rotina dos brasileiros e na importância do cuidado facial. Por isso trouxemos proteção, tratamento e reparação em um só produto”, diz Luciana Dávila, diretora de marketing da categoria de Face e Corpo da Avon Brasil.

 

O Boticário apresentou, em agosto deste ano, a primeira base do mundo com duplo retinol e FPS 80. O produto integra a linha Make B. Retinol H+ e sua composição combina duplo retinol com ácido hialurônico vetorizado, ingrediente que atua na prevenção da diminuição de colágeno, combatendo os radicais livres, reduzindo rugas e linhas de expressão e hidratando profundamente a pele.

 

 

A base líquida seca rapidamente, com textura aveludada e cobertura média. A formulação inclui retinol vegetal, ingrediente extraído das algas azuis do Lago Klamath (ricas em macro e micronutrientes) e derivado da vitamina A. A promessa é de aceleração da renovação celular para uma pele mais radiante e firme a partir de 15 dias de uso, bem como o dobro da produção de colágeno e um escudo protetor contra os raios UVA (UVA+++) e luz azul.

 

 

 

Radiação solar x saúde da pele

 

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), mais de 60% dos brasileiros não usam protetores solares. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 30% de todos os tumores malignos do Brasil correspondem ao câncer de pele. É importante salientar que o país tem uma das maiores incidências solares do mundo, com mais de 90% do território entre o Equador e o Trópico de Capricórnio.

 

A radiação solar que chega ao topo da atmosfera da Terra é composta, em sua maior parte, por emissões na faixa de 200 nm a 3.000 nm. De toda a energia emitida pelo sol, 44% concentram-se na faixa de 380 nm a 780 nm.

 

 

Essa faixa é chamada de espectro visível de energia, e é por meio dela que podemos identificar as cores. Do total da radiação solar que chega às camadas superiores da atmosfera terrestre, somente uma pequena fração atinge sua superfície. Isso ocorre por causa da reflexão e da absorção dos raios solares pela atmosfera.

 

 

 

Os raios infravermelhos (IV) agem em uma frequência que está além da capacidade humana de visão. Essa radiação é liberada de todos os corpos que emanam calor. Com emissões na faixa de 780 nm a 3.000 nm, o infravermelho é responsável pelo aquecimento do planeta e representa quase a metade da radiação solar que chega à Terra. No corpo humano, os raios infravermelhos penetram profundamente na pele, podendo chegar até a hipoderme, na qual provocam a dilatação dos vasos sanguíneos.

 

O efeito térmico dos raios infravermelhos é importante para a proteção da pele contra os raios ultravioleta (UV). Ao penetrar profundamente na pele, os raios infravermelhos deixam uma grande quantidade de energia na derme, o que agride os tecidos. Contudo, o calor fornecido por esses raios estimula a circulação do sangue e o metabolismo. O infravermelho é utilizado em tratamentos estéticos para diminuir inflamações da pele e aliviar dores nas articulações, entre outras aplicações relacionadas à saúde.

 

A radiação ultravioleta (UV) é o oposto do infravermelho, pois ela está no outro extremo do espectro solar. Com emissões na faixa de 200 nm a 400 nm, ela representa 7% do espectro e tem os menores comprimentos de onda e o maior nível de energia. Quando atinge a superfície, a radiação ultravioleta provoca diversos efeitos sobre os seres vivos, como queimaduras, fotoalergias, envelhecimento cutâneo e alterações celulares, que, somados a alterações genéticas, criam predisposição ao câncer de pele.

 

No entanto, a exposição à radiação ultravioleta também proporciona efeitos benéficos à saúde, como o estímulo à produção de vitamina D. A radiação UV ajuda no tratamento de doenças (como a psoríase, o vitiligo e alguns tipos de linfomas cutâneos) e tem ação bactericida e fungicida. Ela é subdividida em três faixas: UVA (320 nm a 400 nm), UVB (290 nm a 320 nm) e UVC (200 nm a 290 nm).

 

Devido à diminuição da camada de ozônio, os raios UVB, que estão diretamente relacionados ao surgimento dos vários tipos de câncer de pele, têm aumentado sua incidência sobre a Terra. Essa redução de ozônio também vem favorecendo a elevação da incidência das radiações UVC, potencialmente mais carcinogênicas que as UVB. A radiação UVA, por sua vez, independe da camada de ozônio e pode causar câncer de pele em pessoas que se expõem ao sol de forma inadequada.

 

A radiação UV e outros fatores externos, como estresse, poluição e fumo, aceleram o processo de envelhecimento da pele, provocando manchas, asperezas e descamações. O envelhecimento cutâneo induzido pelas radiações UV acontece em razão de várias alterações bioquímicas e fisiológicas. Algumas delas são: estresse oxidante, com mutações e/ou alterações no DNA; lipoperoxidação, com a formação de radicais livres; foto-oxidação de proteínas; e desequilíbrio na produção de enzimas antioxidantes.

 

As alterações decorrentes de fotoenvelhecimento comprometem as duas primeiras camadas da pele: epiderme e derme. Na epiderme, podem ocorrer mudanças na espessura e nas células pigmentares, resultando no espessamento e/ou no afinamento da pele, bem como em alterações de textura e de pigmentação. Na derme, as principais alterações estão relacionadas à degeneração das fibras colágenas e à fragmentação das fibras elásticas. Esse processo resulta em perda de elasticidade e formação de rugas e sulcos.

 

 

Matérias-primas

 

Para Eliane Dornellas, líder de P&D Cosmético na Colormix Especialidades, a busca por produtos seguros, eficazes e que proporcionem novas experiências sensoriais favorece o aumento do consumo de protetores solares que hidratam e nutrem a pele. Ela também destaca como tendências os claims naturais, sensoriais suaves, ação antioxidante e o respeito ao meio ambiente, “principalmente no que diz respeito à preservação da qualidade da vida marinha e do consumo de água”.

 

Cosméticos waterless, com formulações alinhadas ao conceito clean beauty, processos de produção sustentáveis e total transparência na comunicação do produto “certamente estarão presentes nos próximos lançamentos bem-sucedidos nesse mercado”, acrescenta.

 

Em sintonia com esses movimentos, a empresa destaca ativos de proteção UV e opções de componentes para a criação de uma excelente base cosmética. “A escolha dos componentes da base de um protetor solar pode fazer toda a diferença. É fundamental a definição de uma assertiva cascata de ésteres, com pesos moleculares diferenciados, que permitem boa espalhabilidade do produto, sensorial leve e boa compatibilidade com os ativos de proteção, principalmente nas formulações com filtros físicos”, diz.

 

O Cosphaderm Feel (INCI: Triheptanoin) é um éster natural, com certificações COSMO/Ecocert, de cadeia curta, toque suave, com excelente espalhabilidade e bom índice de refração da luz. É uma alternativa para os que buscam a substituição do silicone volátil.

 

Para evitar o efeito blue-white na pele apresentado pelo dióxido de titânio, a sugestão de Eliane é o uso do Apalight (INCI: Hidroxyapatite). Além da função de booster de proteção UVA/UVB, o ativo é um repositor mimético de cálcio na pele, “o primeiro sinalizador da pele para renovação da epiderme”, menciona. Outra opção natural para proteção UVB é o Bio Sun (INCI: Punica Granatum Fruit Extract; Ginkgo Biloba Leaf Extract; Calendula; Offi cinalis Flower Extract; Camellia Sinensis Leaf Extract), um booster botânico com ação antioxidante.

 

Para garantir a estabilidade do produto e a ação antioxidante na pele, ela cita o Cosphaderm Tapmix (INCI: Lecithin, Helianthus Annuus Seed Oil, Tocopherol, Ascorbyl Palmitate), um blend natural que reúne o benefício sinérgico das vitaminas C e E. “No caso da opção por filtro físico e natural, é necessário um agente de suspensão para garantir boa estabilidade e evitar a decantação das partículas. O Optigel CK (INCI: Bentonite) é uma opção hidrofílica de agente reológico natural. O uso desse ativo evita esse processo, além de melhorar a estabilidade da emulsão”, afirma.

 

O Apalight, mencionado por Eliane, está presente na formulação de cosméticos de marcas globais, como Clinique (Broad Spectrum SPF 30 Mineral Sunscreen Lotion for Body) e Estée Lauder (Perfectionist Pro Multi-Defense UV Fluid SPF 45 with 8 Anti-Oxidants).

 

Emerson Dorigon, coordenador de Negócios Life & Personal Care da Dinaco da Dinaco, menciona dados da Mintel que indicam a procura por protetores solares com FPS mais altos. “No continente americano, 71% dos lançamentos de proteção solar têm FPS acima de 39. No Brasil, essa também é a preferência dos consumidores: produtos com FPS mais altos são objeto de interesse de 58% dos usuários de proteção solar.”

 

A associação entre sun care e skin care torna a formulação do filtro solar ainda mais desafiadora. “Não é qualquer ingrediente que permite o desenvolvimento de um filtro solar de amplo espectro e multibenefícios. Para isso, é necessário ter não só a compatibilidade com altos níveis de filtros UV orgânicos e inorgânicos, mas também estabilidade em pH alto ou com eletrólitos”, explica.

 

Desenvolvido pela Lubrizol Life Science – Beauty, o Avalure Flex-6 polymer é baseado em uma tecnologia não iônica e proporciona emulsões água em óleo estáveis. O ingrediente, que pode ser utilizado em formulações com alto valor de FPS, forma um filme confortável na pele, o que melhora a resistência à água e ao suor e repele a areia, oferecendo proteção de longa duração.

 

O polímero melhora a dispersão dos pigmentos da formulação, deixando uma textura homogênea, além de formar um filme mate com sensorial suave e aveludado, ideal para o protetor solar que também funciona como base. “Neste primeiro verão pós-pandemia, acreditamos que a população ficará mais tempo ao ar livre. O apelo de longa duração pode ser um diferencial”, ressalta.

 

 

Um dos destaques no portfólio da DSM é o Parsol 1789, a Avobenzona, filtro UVA com uso consolidado no mundo. “Ele confere uma excelente performance de absorção na formulação, com custo altamente acessível, e é facilmente fotoestabilizado”, diz Joatan Sousa, gerente de marketing Personal Care LATAM da DSM.

 

O Amphisol K é um emulsificador de alta performance, ideal para formulações de difícil estabilização, como filtros de alto FPS, graças à tecnologia de microdomínios. “O ativo tem efeito boost de FPS e melhora a redução da perda de água transepidermal e a formação de filme hidratante, uma vez que sua estrutura é de cristais líquidos”, afirma. Ele também cita a Niacinamide PC, vitamina que ganha relevância no mercado por oferecer benefícios como a proteção contra danos causados pela radiação UV e luz azul e ação anti-poluição.

 

Joatan menciona formulações e apresentações inovadoras na categoria, que se aproxima dos produtos para o tratamento da pele. “Já é possível ver, no mercado internacional, textura sérum em pump ou conta-gotas e combinações de ativos como peptídeos, prebióticos e blend de vitaminas em altas concentrações”, diz.

 

Os ingredientes Parsol 1789 e Amphisol K fazem parte da composição de um lançamento de sucesso no Reino Unido, o Skin Defense Multi Protection Lotion SPF 50, da The Body Shop.

 

“Ao desenvolver uma formulação de protetor solar, além da segurança e eficácia das matérias-primas com ação de proteção solar, é preciso avaliar a estrutura da formulação, selecionando itens que juntos proporcionam melhor eficácia e maior segurança ao consumidor”, afirma Ana Albertini, gerente técnica da Sarfam.

 

A Sarfam tem uma ampla linha de filtros solares de proteção UVA e UVB, incluindo o tradicional dióxido de titânio micronizado e revestido, que proporciona menor residual branco. A empresa destaca soluções estruturais essenciais para esse tipo de formulação, independentemente do valor de proteção solar.

 

Para uma perfeita homogeneização e dispersão dos filtros solares orgânicos e inorgânicos, Ana menciona o Citrofol AI, éster de origem natural com sensorial leve e homogêneo. “O toque seco é um diferencial que auxilia na redução do sensorial pesado, normalmente causado pelos filtros orgânicos”, diz. O Citrolfol AI tem certificação COSMOS, é compatível com filtros de origem mineral “e, consequentemente, é um booster de UVA, por proporcionar melhor dispersão e estabilização de filtros orgânicos e melhora do sensorial de formulações naturais”, completa.

 

O SolAmaze Natural é um formador de filme natural e biodegradável, obtido 100% de fontes renováveis. O ativo proporciona aumento de resistência à água, sem causar impacto no sensorial. “SolAmaze é o nosso bio-polímero, solúvel em fase oleosa e que não requer neutralização”, aponta.

 

Ana ressalta que o desenvolvimento de produtos com fator de proteção e benefício de tratamento eficazes e seguros é uma tendência “que cresce a cada dia”. Nesse contexto, a Sarfam indica como ativo eficaz e seguro o Et-Vc, um derivado de vitamina C estabilizado. O Et-Vc proporciona mais de dez benefícios, como ação clareadora, anti-inflamatória e booster de proteção solar. “O Et-Vc é eficaz na diminuição de eritemas, incluindo o eritema causado por radiação UV. Consequentemente, ele proporciona um resultado maior na análise de eficácia UVB”, acrescenta.

 

A Sensient aposta nos filtros minerais, compostos pelo UVR TiO2 (dióxido de titânio) e o UV ZnO (óxido de zinco), “que são considerados os mais naturais do mercado”, diz Fernanda Soro, gerente sênior de marketing Latam. “Eles formam uma camada de barreira física para proteger a pele contra os raios UVA, UVB e a luz visível, além de serem ideais para todos os tipos de pele, incluindo as sensíveis, de crianças e gestantes, ou de alérgicos aos filtros orgânicos”, ressalta.

 

Para facilitar o processo de formulação e garantir uma “textura gostosa”, os filtros minerais da Sensient estão disponíveis também em dispersão e em tratamentos de superfície. “Vale lembrar que nossa tecnologia de tratamento de superfície é reconhecida internacionalmente, garantindo que os filtros físicos sejam estáveis e de fácil usabilidade”, destaca.

 

Ela menciona como exemplo o BA- Botanical Avocado, que é hidrofóbico e advindo do óleo de abacate orgânico. O ativo é indicado para diversos tipos de formulações com alta carga de pigmento, mas com sensorial leve e suave.

 

No que diz respeito à proteção contra a luz azul, “que causa desequilíbrio na produção de melanina e colágeno, resultando no envelhecimento precoce da pele”, a Sensient oferece o Covabead Crystal.

 

“É uma tecnologia inovadora de borossilicato de cálcio e sódio, feita de partículas esféricas finas e não porosas, que proporcionam efeito de rolamento de esferas na pele. Trata-se de uma combinação única de propriedades de reflexão da luz e impacto sensorial para formulações avançadas de cuidados com a pele, comprovada por testes in vivo e in vitro”, comenta.

 

Fernanda lembra que a formulação ideal de um filtro solar “deve oferecer o mais alto nível de proteção usando a menor quantidade possível de filtros”. “Isso ocorre porque uma alta concentração de filtro UV com partículas de tamanho grande deixa a pele muito esbranquiçada e pode afetar a sua segurança e tolerância. A solução está no uso de um SPF booster, que aumenta o FPS sem afetar negativamente o sensorial da formulação ou a proteção”, destaca.

 

Além do Covabead Crystal, que atua como SPF Booster, ela cita a linha de sílicas da Sensient – Sensibead SI 175, Sensibead SI 320 e Sensibead SI 500 –, alternativas naturais às microesferas de plástico. Elas proporcionam toque seco e aveludado, efeito blur (que auxilia no disfarce de rugas e linhas de expressão), redução da oleosidade e efeito mate.

 

Adicionar um ativo botânico à formulação pode reforçar a defesa contra as radiações UV e colaborar para atenuar danos existentes na pele. “Nesse sentido, o chá-verde é apontado como um dos mais eficientes antioxidantes e protetores da pele e dos cabelos contra os raios solares. Com uma cadeia de produção rastreável e sustentável, desenvolvemos fitoativos de chá-verde extraídos pelo processo patenteado 100% à base de água PhytoClean”, menciona. São eles:

 

Natpure Xtra Longevity – defesa antioxidante que também suporta a barreira da pele e restaura proteínas essenciais para hidratação e proteção UV.

 

Sensishield – proteção UV para cabelos tingidos. A tecnologia tem propriedades antioxidantes advindas de livres. “A presença de catequinas específicas fornece proteção UV superior”, aponta.

 

A variedade de soluções da Sensient para proteção solar ainda abrange outros ingredientes ativos biológicos da linha Natpure Xtra, bases e aditivos e formadores de filme naturais, dentre outras opções.

 

 

“Formular um filtro solar eficiente e que agrade a todos não é tarefa fácil, principalmente em um país tão diversificado como o nosso. Os filtros inorgânicos vêm alcançando cada vez mais espaço no mercado, mas muitas pessoas ainda preferem os protetores solares apenas com filtros orgânicos. Isso acontece porque, quando mal empregados, os filtros inorgânicos podem ‘estourar na luz’, entregando aspecto e sensorial indesejados”, afirma Cláudia Asano, analista de produtos da Volp.

 

A Volp, em parceria com a MFCI, empresa multinacional especializada em filtros solares, oferece ao mercado uma gama de filtros orgânicos com ótimo desempenho UVA e UVB. “Além da Avobenzona, Benzofenona 3, Benzofenona 4, Octocrileno, OMC e Salicilato de Octila, somamos ao nosso portfólio o Homosalato, que absorve ondas curtas do UVB, aquelas associadas aos danos no DNA e ao aumento do risco de câncer de pele. Ele é um ótimo solubilizante para filtros sólidos, como a Avobenzona”, diz.

 

Cláudia destaca a escolha correta do solubilizante para obter uma boa performance no produto final. A Volp apresenta o Mackaderm LIA (INCI: Isoamyl Laurate), emoliente alternativo ao silicone, da Solvay. “Uma de suas propriedades é a solubilização de filtros orgânicos. Dessa forma, além de contribuir para a não recristalização do filtro, ele contribui para que o sensorial do produto fique mais agradável ao toque”, comenta.

 

O SharoSense Plus 184, da Sharon Labs, é um sistema preservante inovador baseado em maltol e num tensoativo catiônico. Compatível com a maioria dos insumos cosméticos, ele entrega alto poder de conservação com baixas concentrações de uso. A linha oferece várias soluções, adequadas para diversas aplicações, incluindo proteção solar, cuidado facial e cosméticos coloridos.

 

 

Avaliações técnicas

 

No processo de formulação de um protetor solar, é preciso fazer a caracterização físico-química do produto. São realizadas várias avaliações de estabilidade, para que o protetor seja eficaz até o término do prazo estimado para sua validade.

 

A avaliação reológica, a distribuição do tamanho das partículas na formulação e a espessura do filme formado sobre a pele são essenciais para determinar a espalhabilidade e a aplicabilidade do produto. Depois da aprovação da formulação nos testes de estabilidade, são feitos os testes para a determinação do FPS e de resistência à água.

 

A determinação do FPS, da proteção UVA e da resistência à água são os atributos principais do protetor solar e justificam as alegações no rótulo do produto. O valor do FPS é o resultado da razão entre o tempo de exposição à radiação UV necessário para produzir eritema na pele protegida pelo protetor solar e o tempo para que seja alcançado o mesmo efeito com a pele desprotegida.

 

O valor mínimo de FPS é 6, e a proteção contra os raios UVA tem de ser de, ao menos, um terço do valor do FPS declarado. Alegações descritas no rótulo têm de ser comprovadas por meio de metodologias específicas definidas na RDC nº 30 de 1º de junho de 2012.

 

A determinação do FPS é realizada unicamente por meio de testes in vivo. No Brasil, os produtos para proteção solar são classificados como grau de risco 2. Como parte da documentação necessária para o registro do produto na Anvisa, o fabricante deve apresentar relatórios referentes aos testes de eficácia realizados in vivo, de acordo com as metodologias da Colipa ou da Food and Drug Administration (FDA).

 

No caso de produtos multifuncionais, precisam seguir as normas da resolução os itens desenvolvidos para entrar em contato com a pele e os lábios e cujo benefício de proteção contra a radiação UV não a finalidade principal, mas um benefício adicional.

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